Triste fim de Policarpo Quaresma

Triste fim de Policarpo Quaresma Lima Barreto




Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma


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Danielli18 17/11/2024

Policarpo Quaresma
Patriota, nacionalista, otimista, resiliente, servidor público. Dado como louco por ler demais.
O sistema molda a sociedade ou vice versa?
O que importa é que Quaresma, assim como tantos outros, continuam sendo mantidos, subjugados e descartados em nome do ?interesse público ?.
Triste fim.
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Marcelo Leite 16/11/2024

A melhor leitura do ano!
Nos últimos anos vimos uma crescente polarização política. E em meio a ela notamos o crescimento de um sentimento patriótico na parcela mais conservadora com características muito peculiares, como: o ódio a quem pensa diferente, a insatisfação com a corrupção e o assistencialismo, a reverência e admiração aos Estados Unidos, e por fim, um culpado de todos os nossos males, o Comunismo.

No começo da nossa fase republicana, também pressupunha um patriotismo conservador. O regime nasce com características autoritárias, com militares no poder e influência do positivismo, baseados na ordem proporcionada pelo Estado e o progresso, contraditoriamente, tendo como referência social de moderno a Belle Epoquè francesa, e política, o liberalismo desenvolvido nos EUA.

É neste contexto que o subúrbio do Rio de Janeiro emerge neste livro.
Um lugar em que, publicamente brancos, negros e mestiços convivem. Porém, socialmente, cada um ocupando seus espaços de privilégios ou submetidos a falta deles.
É neste lugar que vemos o conservadorismo, mantendo as funções de gênero, causando danos a sanidade feminina ( no que compete ao casamento )em nome das convenções, e contraditóriamente, buscando a salvação nas crendices dos excluídos.
É nesta realidade que vive o nosso protagonista, Policarpo Quaresma, o visionário. Um homem disposto a resgatar ideais patrióticas "legítimas", comparadas as subversões do conceito roubado no seu tempo.

Seu desafio é árduo! O Brasil verdadeiramente brasileiro não deve ter um idioma oficial estrangeiro. A terra é a mais fértil do mundo, mas, está a serviço de imigrantes. A modinha e o seresteiro deveriam ocupar destaque na música nacional e a crítica a corrupção. Sim, ela também esteve presente no começo do século XX.

Esses e outros dilemas são postos por ele na busca de encontrar o Brasil brasileiro. Ao mesmo tempo serão seu calvário. Defender estas teses custará a sua imagem pública, sua sanidade e liberdade.

Muitas dessas narrativas patrióticas de Quaresma, apesar de soarem legítimas, são cheias de contradições que um olhar mais atento apontará que nem tudo de sua concepção do que é originalmente brasileiro, de fato o é em sua excência. Pelo contrário, há muito de importado. No entanto, seu patriotismo questionava diretamente os pilares da sociedade de seu tempo e seu status quo.

Não podemos esquecer que em meio a isso tudo há uma espécie de guerra civil. Sim! Não costumamos dar este nome, mas o que foi a Revolta Armada nos tempos de Floriano?

Sua atuação neste conflito armado irá colocar suas convicções em questão. Se seus serviços nesta guerra estão, de fato, em defesa do que acredita ou do contrário?

O fato é que o próprio título da obra sugere um final infeliz, um problema sem resolução que permanecerá um dilema para as próximas gerações. Ou seja, pensar o Brasil pelo próprio Brasil.

Talvez, por isso, esta obra segue sendo um clássico. Pois seus dilemas seguem atuais, e pior, parece que mesmo um século depois, nossos problemas parece que ainda terão de ficar para amanhã.
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Felipe.Tanji 13/11/2024

Ótima surpresa
Li sem pretensão alguma e que surpresa!

Critica até hoje atual, bem humorado, talvez um pouco morno no meio da leitura, porém que consegue retomar o rumo rapidamente. Ótimo
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La.izz 12/11/2024

Sagaz, ambicioso, refinadamente irônico. Infelizmente senti que a história ia de nada a lugar nenhum, com um protagonista tedioso e monótono. Foi uma tortura chegar até a parte 3
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Alice.Delevedove 10/11/2024

Tá aí né
É muito complicado gostar de um livro lido por obrigação
Mas nem foi tão ruim assim
História marcante que ocorreu em um momento importantíssimo da história brasileira
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Mah 07/11/2024

?Quaresma dormiu o sono dos justos e dos inconscientes.?
?O Triste Fim de Policarpo Quaresma?, de Lima Barreto, acompanha a vida de Policarpo, um funcionário público extremamente patriota que leva seu amor pelo Brasil ao extremo (literalmente extremo), chegando a propor o tupi como língua oficial e a criação de projetos quase absurdos para ?melhorar? o país. Esse nacionalismo, que à primeira vista parece ingênuo e até cômico, vai se transformando em algo mais trágico, revelando como a obsessão dele o isola da sociedade e o leva a um fim nada feliz (mas que eu, particularmente, achei o ponto alto do livro).

Confesso que, no começo, eu odiei. Não sou muito fã desses livros antigos, com essa linguagem e um tom meio lento. Achei Policarpo um personagem meio maluco, com umas ideias tão exageradas que ele parecia fora da realidade, sabe? Mas, de alguma forma, a história até que me prendeu mais ou menos. Dá pra entender o idealismo dele e até simpatizar um pouco com o nacionalismo cego, mas no geral, eu estava mais torcendo para terminar logo do que realmente aproveitando. Senti que foi um livro só ok - mais pra menos do que pra mais, sinceramente - e realmente só achei o final divertido, já que foi algo que não imaginei que iria acontecer da forma que foi.

Definitivamente, não leria de novo. Foi uma leitura que só fiz porque a escola pediu mesmo, e no fim nem sei se absorvi ou fui realmente impactada pelo livro. Talvez eu tenha ficado só na superfície ou não tenha entendido tudo, mas, honestamente, não fez tanta diferença. Acho que foi uma experiência meio indiferente pra mim, e está tudo bem também, não dá para gostar e amar tudo nessa vida.

- M&M
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Leossandra 05/11/2024

Balde de água fria
No ensino médio, tive uma professora de história do Brasil apaixonada pelo que ensinava. Suas aulas eram fantásticas; ela nos apresentava a realidade das nossas origens de forma respeitosa, sempre destacando as injustiças. Lembro-me de um dia marcante em que ela mostrou um vídeo sobre a morte de Policarpo Quaresma enquanto falava da ditadura militar. Desde então, fiquei com vontade de ler o livro, e agora, finalmente, tive essa oportunidade.

No geral, porém, a leitura me decepcionou. A trama parecia me levar do nada para lugar algum, e as histórias pessoais dos personagens eram pouco exploradas. Triste Fim de Policarpo Quaresma, a meu ver, falou pouco sobre o próprio personagem que entitula o livro, e priorizou detalhes que achei menos interessantes. De início, a leitura me pareceu cansativa, com altos e baixos, mas nada realmente empolgante. Curiosamente, a história de Isméria parecia ter muito mais vida e me envolveu mais do que a do protagonista.

E sobre o final? Decepcionante. Fiquei com aquela sensação de um grito de gol preso na garganta. A vida de Quaresma foi monótona, e sua morte não teve o destaque que merecia.
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Oliveira1189 01/11/2024

Um triste retrato do Brasil, da sua insensibilidade até a desestrutura. Um arquétipo desse Brasil-brasil que tem um passado terrivelmente autoritário, mas que se perde num devaneio de pátria. Um lugar em que impera o uso da força, da brutalidade, da anulação dos bons sentimentos. Policarpo é também esse anti-herói que somos, nas nossas lutas equivocadas, nos nossos erros (fatais) cotidianos. Assim também a nossa literatura quase sempre caminhou de mãos dadas com uma ilusão de Brasil... daí a beleza deste livro, que expõe essa dupla hipocrisia. E lá se vão, como Olga, como Ricardo, e tantos outros, os nossos sonhos sumindo...

Nota: este livro é também um doce memorando das paisagens do Rio de Janeiro e redondezas na virada dos séculos XIX/XX.
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Reccanello 01/11/2024

Mais um patriota desiludido.
O livro é uma crônica social mordaz que retrata os primeiros anos da República brasileira através das lentes do protagonista, Policarpo Quaresma, um nacionalista fervoroso e idealista que, apesar de simples e ingênuo, tem uma paixão ardente pelo Brasil - sua vida é pautada por projetos utópicos e por uma busca incessante por uma identidade nacional autêntica, seja tentando implantar a língua tupi como língua oficial, seja cultivando um sítio com produtos exclusivamente brasileiros ou seja se envolvendo em movimentos políticos algo duvidosos. No entanto, a realidade do país se mostra cruel, trazendo não mais que desilusão ao protagonista: seus ideais puros colidem com a corrupção, a indiferença e o oportunismo daqueles que detêm o poder e, a cada nova tentativa de transformar a nação que tanto ama, Quaresma se depara com a frustração, a incompreensão e até mesmo a violência. Com seu estilo irônico e sua visão crítica da sociedade, Lima Barreto constrói um retrato ácido da burguesia brasileira e da classe política da época, marcada pela hipocrisia, pelo conservadorismo e pela falta de identidade nacional. Através da figura de Policarpo, são denunciados os vícios de uma sociedade em formação, profundamente desigual e formada por uma elite em completa desconexão com a realidade do povo. Uma obra fundamental para conhecermos não apenas a origem de nosso país como prevermos seu futuro.
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Jandira.Antunes 31/10/2024

Triste fim de Policarpo
Policarpo Quaresma é, sem dúvida, um dos personagens mais marcantes da literatura nacional e também um dos meus favoritos. Ele é o tipo de pessoa que se perde nos livros e nos sonhos grandiosos para o país, mas que acaba sendo ridicularizado pela sociedade. Seus vizinhos e conhecidos não entendem o motivo de alguém possuir tantos livros em casa, e o tratam como excêntrico, ou mesmo como um louco.

Movido pelo amor ao Brasil, Policarpo se dedica a estudar as tradições e costumes nacionais, em busca de um ideal de autenticidade e patriotismo. No entanto, suas pesquisas o levam a situações tragicômicas; uma das cenas mais emblemáticas e engraçadas é quando ele recebe visitas e, emocionado, realiza um ritual indígena que deixa todos desconcertados. Essa mistura de comédia e melancolia permeia sua trajetória.

Infelizmente, as boas intenções de Policarpo encontram um mundo recheado de mediocridade, hipocrisia e preguiça. Ele é um homem honesto e de bom coração, mas vive num ambiente onde esses valores não são reconhecidos, muito menos valorizados. O final do livro é inevitavelmente triste, pois Policarpo percebe que esteve o tempo todo lutando contra "moinhos de vento". É uma crítica poderosa ao contexto social e político do período, e o desfecho reflete essa frustração. Para mim, é um dos maiores romances da nossa literatura, uma obra-prima de Lima Barreto que sempre será atual.
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FabioKeverton 26/10/2024

Estou frustrado
Quando, nos tempos de escola, eu estudei e ouvi falar sobre esse romance, logo fui fisgado pela proposta.

O peguei e comecei a leitura o quanto antes. Mas, acabei abandonando-o pela metade e demorei para tentar uma nova tentativa. Na época, faltava-me disposição e consistência como leitor; hoje, talvez ainda me falte algo.

É, em seu primeiro capítulo, uma leitura fascinante e gostosa. Policarpo, os personagens de suporte, as descrições, os fatos e ambientações, tudo funciona nessa narrativa tragicômica.
Sua segunda parte inicia bem, mas descamba com eventos de puro enchimento. Subtramas que até certo ponto são interessantes, mas fogem do cerne do protagonista, e tornam algumas páginas uma leitura tediosa. Algumas passagens focadas em personagens de suporte são tão descartáveis que me causaram raiva. A fluidez narrativa se perdeu muito.

É na conclusão que as coisas voltam a ficar interessantes, com pontos de tensão, de um humor refinado e crítico. Ricardo, Ismênia e Olga voltam ao foco com boas tramas e participações narrativas. E a história se encerra com a trágica conclusão de ingratidão, se tornando um marco literário em sentido crítico. A obra apresenta representações válidas do amor excessivo por símbolos, racismo velado e objetificação das relações humanas, mas escorrega em momentos pouco ou nada aproveitáveis.

Será que me faltou, nesta idade, boa vontade? Talvez o tempo me responda se estou sendo justo com o "Triste Fim de Policarpo Quaresma". Por enquanto, é isso.
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Maria9689 25/10/2024

De desilusão em desilusão, Policarpo Quaresma
Destituído de interesses próprios, ingênuo como uma criança, na alma tecidos sonhos tão plácidos e sublimes, Policarpo Quaresma é um defensor e patriota de caráter incontestável.

Guiado por um sentimento ímpar de emancipação da Pátria, Policarpo dedica não somente o tempo e a vida, mas também o coração pela nação Brasileira. Sempre disposto, e ora (confesso) obssessivo, os planos e esperanças, que lhe são a força motriz de sua existência, parecem, em primeiro plano, indestrutíveis.

No entanto, exposto à zombaria e piadocas sobre a conduta nacionalista que o rege, resvalado na coerção e corrupção de um Governo nefasto, na eclosão e no centro de uma Revolta Civil, poderia as convicções do tão inocente e imáculo Policarpo Quaresma resistir?

#

Lima Barreto, autor da obra, trouxe à luz um cenário ainda hoje tão fixo e (pensamento meu) inerente à realidade brasileira:

A supervalorização ao que é de fora frente ao contrastante descaso popular com a própria nação; a certeza assoladora de um país vasto, rico, claramente excepcional, mas brutalmente entregue à tríade dos "c": cegueira, conformismo e corrupção.

Com uma linguagem simples, de fácil entendimento, perpassada por críticas sociais pertinentes e personagens que aparentam quebrar a abstração da leitura e materializar-se na nossa frente, Lima Barreto traz, em o "Fim Triste de Policarpo Quaresma", reflexões sobre a vida, morte e o espectro infinito de loucura que há entre elas.

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(Opinião - Contém Spoiler)

Se há uma coisa que aprendi com a leitura desse livro, isto é: como é infértil amar e se dedicar a um País onde a Justiça nada mais é do que um produto manipulado em favor dos poderosos.

Pobre Policarpo!

Não apenas triste, mas como irônico e desdenhoso foi o seu fim. Senti quase como se a vida (ou o próprio Brasil, quem sabe?) estivesse com o dedo apontado e rindo, e rindo, e rindo infinitamente da sua cara.

Como foi amargo o final daquela criatura que, encarcerado naquela prisão, mais parecia a personificação do arrependimento do que um homem em si.

Não me atenho ao fato do Policarpo, tão amante, tão fiel, simplesmente tão ele ao Brasil, ter sido considerado um traídor da Pátria. O que doeu (o que às vezes ainda dói quando me pego vagando por esse livro) é ele ter chorado e afogado o seu desconsolo em um mar de arrependimentos.

Afinal, que fizera ele além de sonhar? Como ele próprio concluiu: não se fez ouvir a sua voz, não deu uma substância sólida ao seu sonho para que outros que viessem adiante dele pudessem prosseguir com o seu legado e dar razão ao seu sacríficio. E se sim, de que valeria? Não teve filhos. Não amou.

Não viveu.

A contemplação de Olga, afilhada de Quaresma, no parágrafo final do livro, só me faz pensar como o ambiente é suscetível a mudanças, mas a bruteza do homem, o seu caráter sanguinário, a ferocidade do ser permanecem incólumes, impassíveis, cruelmente indiferentes à passagem da vida, do tempo, do século...

E para isso, talvez, não haja cura.
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