Luciane 16/04/2024
Triste fim de Policarpo Quaresma
Triste fim de Policarpo Quaresma foi publicado pela primeira vez em 1911, ambientado no século XIX no Rio de Janeiro. O romance tem como personagem o major Policarpo Quaresma, patriota ao extremo. Policarpo é funcionário público, um pouco metódico, faz tudo igual todo dia e horário. Não é muito simpático, mas trata todo mundo com educação, não tem inimigos, apenas o médico da cidade que não gosta dele e fala mal de Policarpo, o motivo, porque o major gosta de ler e possui uma grande biblioteca em sua casa. Para o médico, só poderia ser leitor quem tivesse cursado a faculdade ou fosse filósofo. Policarpo um dia envolto em seus livros, reflete sobre a língua brasileira que deveria ser o Tupi Guarani, que está ficando esquecida, entendendo que isso não pode acontecer. Decide então escrever uma carta ao governo a fim de solicitar que a língua fosse reconhecida e estudada nas escolas. Diante dessa atitude, Policarpo foi considerado louco e internado em um hospital psiquiátrico por 6 meses. Após sua alta, resolveu abandonar a cidade e ir morar no campo, vendeu sua casa na cidade e comprou outra no campo no município de Curuzu, a 40 quilômetros do Rio de Janeiro. Lá ele começou a plantar e cuidar dos animais, vivia sossegado junto de sua irmã. Até que um dia tudo começa a mudar e Policarpo recebe intimações como forma de ameaça da administração da cidade. Como forma de tentar resolver os seus problemas e dos demais moradores, voltou ao Rio de Janeiro para lutar na revolta que acontecia. Depois de sua partida, escreveu para sua irmã e recebeu cartas dela também. Até que depois de um importante acontecimento não pode mais escrever, ficando incomunicável, se dando assim seu triste fim.
Essa foi a primeira obra que li de Lima Barreto, mas não deixou dúvida a minha admiração pela escrita do autor, linear, compreensível e com um toque autobiográfico, que encanta e prende. Gostei muito dessa leitura!