O Amanuense Belmiro

O Amanuense Belmiro Cyro dos Anjos




Resenhas - O Amanuense Belmiro


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Pedróviz 09/09/2020

De acordo com a vida
Obra única de Cyro dos Anjos, O Amanuense Belmiro é um livro feito de capítulos curtos, como um diário, onde são descritas as inquietações do protagonista. Suas características peculiares colocam essa obra no cânone da literatura consagrada. Tem todo o apelo que teria uma obra machadiana, mas com mais brilho, mais otimismo. Fico a pensar se Cyro dos Anjos manteria o mesmo estilo se continuasse escrevendo.
É no final, parece, que os livros se definem. O desfecho revela, de fato, ao que o livro veio. Assim, no caso de O Amanuense Belmiro, ao final do livro, é como se personagem - autor chegasse a um acordo com a vida. Isso é uma experiência literária ímpar.
Um livro que merece suas cinco estrelas, com louvor.
Moacir 03/03/2021minha estante
Pedro,
para que possas ter a resposta "se Cyro dos Anjos manteria o mesmo estilo caso continuasse escrevendo", informo-lhe que ele possui, ao menos, outros três livros além de O Amanuense Belmiro, a saber:

1. Abdias
2. Montanha
3. A menina do sobrado.

Os que eu tenho são todos da editora Garnier e estão em volume único.

Boas leituras.




Valério 14/07/2020

Delícia de leitura
Embora seja um livro pouco conhecido, vale muito a pena a leitura. Desses livros que nos deixa encucados sobre como não se tornou um dos grandes clássicos da literatura nacional.
Um triângulo (ou seria quadrado?) amoroso e platônico é o pano de fundo, em um estiloso delicioso. Belo horizonte do início do século passado é o cenário.
Desses livros que nao podemos passar uma vida sem ler.
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Lucas1429 24/05/2024

Aqui vemos o desfalecimento de uma personalidade que luta pela sua unidade pela burocracia acachapante.
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Sander.Garcia 30/12/2023

Grata surpresa no fim do ano
Cyro dos Anjos tem uma escrita inspiradora, fluida e com uma profundidade de alma muito atraente e admirável.

Neste livro tenta escrever no estilo memórias, mas, a certa altura, se torna inevitável a chegada necessária de elementos do presente, tornando o livro também um diário.

Mas, o enredo acaba cambando pro romance. De qualquer forma, o livro é um mergulho agradável na intimidade do amanuense Belmiro, seus pensamentos, angústias de já ter 38 anos e não ter arranjado mulher (o que era, no mínimo, estranho nos anos 30, quando Belo Horizonte ainda despontava como uma cidade grande).

Seus afetos eram restritos às irmãs idosas Chica e Emília, com quem morava, alguns amigos de bar, outros da repartição onde trabalha e a atraente Jandira.

Com o tempo, cada um vai seguir caminhos distantes, e ele sofre com a possibilidade de perder seus afetos . Vive a questionar o sentido de sua existência, já que nem na vida profissional se realizou. Precisará encontrar um sentido novo. Tornar-se-á um escritor? Não se julga capaz disso, mas não desiste de fazer anotações em uns cadernos .

No período de 1 ano, na década de 30, escreve quase diariamente. E, nessas linhas, surge uma figura feminina que se torna sua musa inspiradora.. não sabe se é real ou uma imagem em sua cabeça. Esse amor platônico, que ele tenta sufocar, sempre encontra vazão em sua lembrança e vem fazer-lhe companhia.

É uma leitura para deleite, que recomendo!
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Túlio 23/03/2016

Em poucas palavras
Para resumir: Nostálgico, Lírico, Melancólico, no entanto sutil e sensível. Enfim, um ótimo livro!
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sasa 25/02/2023

Eu achei um livro muito bom, ainda mais por trazer um lado meio filosófico. Foi um dos melhores livros que eu já li e com certeza vou ficar pensando nele por um tempo. Muito bom.
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Cesar525 19/01/2019

Pra onde, Belmiro?
Atrás da narrativa em primeira pessoa de diversos acontecimentos (alguns mais curtos do que outros), vamos acompanhado um personagem em crise. Não uma crise violenta, mas uma crise calma, calada e muito poética.

E aí é que está o centro do livro: sua sensibilidade. É um livro sensível, e tão sensível que, talvez, afaste aqueles que não partilhem (ou já tenham partilhado) da vibe do protagonista Belmiro. E que vibe é esta? A nostalgia um tanto melancólica sobre a vida e o seu desenrolar.

Situado numa desconfortável posição entre o passado dourado e o presente insosso (quem nunca, né?), Belmiro vai buscando algo, um sentido que seja, mesmo que através da idealização de uma paixão/mulher (de novo: quem nunca, né?).

Política, trabalho, família: é preciso se agarrar, mas onde? Como? Belmiro vê os galhos, mas a nenhum consegue se fixar. A vida lhe passa aos olhos, rápida, e nada.

Contudo, um dos méritos do livro (e também sua camuflagem) é que essa mensagem bastante existencial e depressiva vem diluída. O autor escreve com humor, com algumas tiradas sarcásticas, e consegue (pela escrita em primeira pessoa) transformar Belmiro num sujeito divertido de se ler.

Ao mesmo tempo, a história que às vezes parece rodar a esmo aqui e ali, ao final, se mostra plena de sentido e absolutamente coerente.

Favoritado.
Thiago 03/02/2019minha estante
Livro maravilhoso!




Thalya.Amancio 24/10/2020

Um romance introspectivo de 30
Este é um caso considerado particular por muitos estudiosos que generalizam os estudos literários, de um romance introspectivo. Embora existam muitos romances da década de 30, esquecidos por focarem suas narrativas em adentrar na mente turbulenta dos personagens, grande parte dos estudos os relegam a secundários para dar maior visibilidade a romances chamados de sociais. Mas, felizmente, o romance "O Amanuense Belmiro" não entra nesse hall de esquecíveis.

Belmiro, protagonista desse romance, uma espécie de diário, é um homem sem perspectiva, sem grande personalidade e sem grandes vitórias na vida, tal qual muitos personagens de livros dessa década, mas ele encontram um alento ao escrever suas memórias e sentimentos em um caderno. Assim registra uma paixão idealizada, seu dia a dia e suas frustrações. Por não ter um contato mais próximo com a realidade, não a vivenciando completamente, Belmiro idealiza uma mulher que vê pouquíssimo e não consegue viver seu momento político e histórico.

É um livro parecido em alguns aspectos com "Angústia" de Graciliano Ramos, porém não consegue fazer um aprofundamento como realiza o alagoano.
Ainda assim é relevante para observar como a memória e as lembranças constroem a maneira do narrador-personagem observar o mundo, bem enfatizado Antonio Candido no prefácio.
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Gláucia 08/08/2011

O Amanuense Belmiro - Cyro dos Anjos
É uma espécie de livro de memórias (fictícias) de Belmiro, um funcionário público solteirão que vive com as duas parentes idosas e algo demenciadas. Seus amigos, principalmente Silviano são hilários, as histórias protagonizadas por eles rendem momentos divertidos.
Marta Skoober 28/11/2012minha estante
Gláucia, este pode entrar para minha lista de livros divertidos?




Jeffin_03 29/09/2024

Viver ou indagar a vida?
Depois de algumas horas de bar, Belmiro decide iniciar a escrito de um livro que a muito ruminava. A princípio queria escrever sua trajetória de vida até o ponto qm que se encontra. Mas é muito divagando e se perde nas suas divagações. Por fim, decide escrever um diário e enquanto escreve se volta para dentro de si. Belmiro vive excessivamente no mi do das ideias, e pouco realiza de tudo o que pensa. Mas, a prática da escrita é libertadora para ele, pois descobre a si próprio. Eis um dos mais belos parágrafos que já li:

" 'Porque um livro?' foi a pergunta que me fez Jandira, a quem, há tempos, comuniquei esse propósito. 'Já não há tantos? Porque você quer escrever um livro, seu Belmiro?' Respondi-lhe que perguntasse a uma gestante porque razão iria dar à luz um mortal, havendo tantos. Se estivesse de bom humor, ela responderia que era por estar grávida. Sim leitor, sinto-me grávido, ao cabo, não de nove meses, mas de trinta e oito anos. E isso é razão suficiente. Posta de parte a modéstia, sou um amanuense complicado, meio cínico, meio lírico, e a vida fecundou-me a seu modo, fazendo conceber qualquer coisa que já me está mexendo no ventre e reclama autonomia no espaço. Ai de nós gestantes!"
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Nessa 21/06/2016

Bibliografias
Nesta deliciosa obra de Cyro dos Anjos, encontramos um amanuense que usa da escrita como canal para seus pensamentos. A narrativa começa de forma quase que aleatória, a história já está em andamento e acaba sem um fim, trata-se apenas de um recorte não linear da vida de Belmiro.
O personagem é um belo-horizontino como muitos daquela época, não quis seguir no interior e decidiu arriscar como um intelectual na cidade grande. Pude sintetizar a sua vida da seguinte forma: sempre que estiver a vagar sobre diversos problemas, pare e tome um chopp. Os chopps gelados sempre resolvem as coisas
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Arthur 24/11/2018

Uma obra prima
Livro que marca o requinte da genialidade. Para mim um livro simples alcançado por um mente brilhante. Foi um livro para ser degustado, até por vezes enfadonho nos modos (antigos) e melhor lido com parcimônia. Ao acabar a leitura o espírito fica elevado, aquela leitura leve e que quando acaba se sente falta das personagens como se sente falta dos amigos.
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