Amanda 21/08/2014
Querido garoto de Ipanema
Vinícius, me desculpe, mas apesar de seu dom para música e também para escrever, o livro não me cativou. Já percebi que livros, escritores mais antigos têm uma tendência para romances e acontecimentos rápidos! O que tento dizer é que num dia o casal se conhece, no outro já quer casar e blábláblá. Tudo bem, é o estilo da época, mas não me convence.
Vini, sou muuuito sua fã, poetinhaaa!! Mas além de seu livro ser trágico, não mostra nada além de romance e sofrimento. Não gosto de livros amorosos para falar a verdade, mas reconheço seu dom. A beleza sobre o que o senhor escreve é única! E sua música então... Será eterna, assim como sua alma, sua existência que permanecerá aqui no nosso coração.
Os poemas e versos deste livro são realmente muito belos e bem escritos. Se você, leitor tem que lê-lo para alguma faculdade ou porque está com vontade, acho que deve tentar. Ainda mais quando se gosta de poesia! A poesia de vida do Vinícius é muito boa.
Agora falando sobre aspectos literários, foi escrito no modernismo. E sabe aquela ideologia da antropofagia? Sim, o " homem come homem", mas não literalmente, não canibalesco. Falo da corrente de pensamento defendida pelos autores modernistas. Estes diziam que era necessário conhecer a cultura de outros povos e se quiséssemos introduzi-la no nosso país, teríamos, porém que modifica-la ao nosso modo. "Tupi or not tupi, that's the question." E foi exatamente o que o poetinha fez. Com seu jeito meigo e amigável, ele introduziu uma história teatral que se passa em um dos morros do Rio de Janeiro. São pessoas humildes, porém que vivem com certa felicidade e muita música.
Não me lembro bem se foi no início do livro ou mesmo no prefácio ,que havia uma declaração do próprio Vinícius. Ele dizia que encontrou inspiração num estilo de vida clássica, grega, dos deuses, mártires e conhecimentos sobre o amor e o belo. E disse que numa noite, enquanto pensava nisso, ouviu ao longe música vindo de um morro, onde seus moradores se alegravam e se divertiam. Pensou, pois, em transformar o Rio no cenário para aquela ideia. E assim nasceu Orfeu, Eurídice e todos os outros personagens.