Resenhas - Marilyn últimas sessões

Brunomorai 13/04/2021

Fico somente chocado como tudo aconteceu na relação terapêutica. Acredito que não deve ter sido fácil.

Rafael.Montoito 19/04/2020

A loura no divã
Comprei este livro num sebo, ao acaso. Ao acabar de o ler, regozijo-me do meu olho aguçado que o percebeu em meio a tantos outros. A história das sessões de terapia de Marilyn Monroe com o doutor Ralph Greenson é reconstituída pelo autor (e também psquiatra) Michel Schneider de tal maneira que o leitor nunca sabe onde termina o real e onde começa a narrativa - e, ao que o autor indica, ambas estão tão misturadas que acasalam de maneira indiscutivelmente crível, uma vez que o romance foi escrito a partir de grande pesquisa bibliográfica sobre os 30 meses que a popular atriz de Hollywood se tratou com o psquiatra freudiano.
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Vale ressaltar que, além da qualidade da escrita (uma narrativa não temporal, com saltos para datas à frente e para trás da linha narrativa principal), o romance cativa o leitor por mostrar Marilyn no divã, com várias das suas angústias e medos, sintomas estes que a levavam a faltar às gravações, entregar-se a diversos homens sem amor, questionar seu talento e sua postura frente às telas. Por sua vez, o Dr. Ralph Greenson a percebe como uma mulher perdida no mundo, dona de um grande vazio interior, e, para curá-la, faz escolhas não ortodoxas, como acolhê-la como membro da sua família, aconselhá-la sobre os filmes que deveria fazer, dizer-lhe quem poderia ou não lhe ser boa companhia, sugerir-lhe empregados e onde morar etc.
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O autor delineia a relação de ambos de maneira a vermos que, quanto mais se aproximavam, maior era a dependência de um para com outro - e talvez essa relação simbiótica tenha sido um dos agravantes do suicídio da bela loura.
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O livro é profundo, tocante, até mesmo inquietante para os fãs e leitores que têm por hábito dar uma olhada para sua própria escuridão interna. A história será ainda mais apreciada por quem tiver alguma familiaridade com o mundo do cinema dos anos 60, pois por estas páginas também desfilam Truman Capote, Frank Sinatra, Billy Wilder, Jack Lemmon, Clark Gable, Joseph L. Mankiewicz etc.

Gabriela 12/05/2014

Sem tanta insegurança assim
A Marilyn que Michel Schneider nos apresenta não parece ser somente aquela bonequinha sempre prestes a quebrar. Diferentemente do que já se pintou da atriz, as sessões de Marilyn nos mostram uma mulher mais consciente de suas atitudes e infeliz por ter se tornado um símbolo sexual e não uma atriz intelectual, como gostaria de ser.
A bem da verdade, ao que parece, Marilyn não sabia bem o que queria quando caiu no mundo hollywoodiano. Ela se envolveu com fotógrafos, começou a tirar fotos e, em pouco tempo era uma estrela, só que, percebeu depois, pelos motivos errados.
Marilyn não queria ser a mais bonita, ou melhor, queria, mas não somente isso. Ela queria ser vista como inteligente - que de fato era - e até intelectual - como tentava ser.
E tudo isso pode ser percebido no meio das sessões de Marilyn com o
Dr. Ralph Greenson, psicanalista que tratou a atriz de forma nada convencional. Schneider se vale de depoimentos para contar essa história.
Mostra Marilyn menos insegura, um médico nada ortodoxo e uma relação que só infere e nada mostra. Ótimo complemente a outros livros sobre a atriz.