spoiler visualizarKit_Kat_ 29/06/2024
A menina que roubava livros
Eu amei esse livro, a história é maravilhosa.
Comecei a ler o livro sem saber nada sobre ele além de que era a história de uma garota, que ela roubava livros e que se passava na Alemanha nazista. Quando comecei a leitura, já achei bem impactante o trecho: "quando a Morte conta uma história, você deve parar para ouvi-la." O narrador do livro seria a Morte e isso chamou muita minha atenção. É narrada a história de Liesel Meminger, uma garotinha alemã que a mãe deixa na estação de trem para que ela vá morar com alguém que possa cuidar melhor dela do que a mãe biológica. É assim que ela vai para a casa dos Hubermanns, um casal que o filho foi lutar na guerra e, por isso, ambos ficaram muito sozinhos e decidiram adotar a garota. Durante a leitura, ela se apega muito a família, começa a ir paara a escola, na qual está muito atrasada e apesar de ter grande admiração por livros, não consegue ler. O pai, por isso, passa a dar aulas de reforço no porão, em uma tentativa de a ajudar e, realmente, funciona. Com o tempo, ela melhora muito e começa a conseguir ler muito bem.
É muito reconfortante ler a história da vida dela na Alemanha, antes do nazismo dominar a narrativa, ver ela convivendo com os pais, a amizade dela com o vizinho Rudy. Que menino adorável, ele é tão gentil e sempre tá ali ajudando e apoiando a Liesel em todas as situações, ele é apaixonado por ela e vive lhe pedindo beijos, mas ela sempre tem uma desculpa para escapar. Amei ler os capítulos deles, muito divertido ver a simples alegria deles em coisas tão simples como jogar futebol na rua e invadir silenciosamente a loja do pai do garoto na noite de Natal.
Ao longi da narrativa, descobrimos que uma família judia salvou a vida do pai de Liesel, Hans, em determinado momento da vida dele, o que o faz se sentir em dívida por isso. Quando um membro da família recorre a ele, pedindo ajuda e um abrigo, ele aceita e a família passa a acolher o judeu em seu porão, quando a perseguição já começara. É assim que Max começa a morar lá e Liesel se apega muito a ele e vice-versa, ele ajuda ela a ler e até escreve alguns contos sobre a menina. Todos muito bonitos, com ilustrações que tocam o leitor.
Eventualmente, torna-se perigosa a permanência dele lá e ele tem que ir embora. A partir daí, tudo começa a ficar mais grave e sombrio, a comida começa a ficar escassa. Liesel e Rudy começam a roubar comida e, principalmente, livros. Bombas começam a ser atiradas na região e todos os moradores tem que recorrer a abrigos antibombas quando as sirenes soam, lá Liesel lê para acalmar as pessoas. Demonstrando a importância das palavras para superar a dor naquele momento.
Somos avisados de que algumas pessoas queridas vão morrer, mas nada jamais me prepararia para o quão triste foi quando o momento de fato chegou. Foi tão frio e real. As pessoas simplesmente morreram, as personagens que eu tinha me apegado, que tinham me encantado nos últimos dias e que pareciam que iriam continuar para sempre na pacata rotina da rua Himmel. Eu senti em parte a dor da Liesel, uma pequena fração, quase insignificante, do que ela teria realmente sentido. Por isso o livro me pegou de tal forma que eu acho que ele mereça cinco estrelas. Eu sinto vontade de torcer pelas personagens dele, para que fiquem bem, que sobrevivam. É raro eu me apegar tanto às personagens, mas nesse livro acontece.
Por mais que não seja um livro perfeito, tenha falhas, como: por que a morte se interessou tanto pela Liesel e sabia tanto sobre detalhes da vida dela sem ela ter a visto mais do que 3 vezes e tendo como única fonte um livro rápido escrito por ela?
Mas coisas assim não interferem de fato no livro, que vale muito a pena ser lido e é esplêndido.