dudarafza 04/06/2021
Maggie May, você é a minha música favorita
Jesus Cristo. Eu li 364 páginas em 9 horas.
Eu costumo sentir quando um livro vai ser bom, então quando eu li a primeira parte desse eu já tinha certeza. Brittainy C. Cherry? Não tem como ser ruim. Agora mistura toda a intensidade dos livros dessa mulher com as oscilações de humor que a tpm traz. Pois é. Foi complicado.
Sinceramente? Eu queria escrever uma resenha decente, mas não sei nem o que dizer. Esse aqui é o tipo de livro que me impactou de uma forma que não consigo nem explicar. A gente acompanha a história da Maggie, que depois de uma situação que acontece na sua infância, ela perde a voz e não consegue mais sair de casa. A pessoa que era alegre e cheia de vida some, dando lugar a alguém tão traumatizado que nem todos os tratamentos foram capazes de resolver. A única pessoa que parece ser capaz de entendê-la é Brooks, o melhor amigo do seu irmão e também sua paixonite de infância.
Eu não consigo descrever esse livro em outra frase senão: meticulosamente calculado para destruir o leitor. A cada página eu sentia como se estivesse realmente vivendo a personagem. Sentindo sua dor, amor, pânico, felicidade e todas as outras sensações. Pode até ser a minha tpm, mas esse livro teve uma forma mágica de mexer comigo que eu não sentia desde que li Vergonha ? que inclusive é o meu favorito de 2021. Foi incrível acompanhar toda a história de vida da Maggie, desde o dia que mudou sua vida para pior até os dias passados dentro de casa, a paixão crescente pelo Brooks, a relação com a família...
O romance é perfeito e eu não tenho a reclamar sobre ele, mas o que mais me prendeu a atenção foi como mais uma vez os temas sérios desse livro foram tão bem tratados. Brooks e Maggie são personagens muito bem construídos, assim como os secundários também. Eu me apeguei a todos eles.
Mas como todo bom livro também tem seus defeitos...
Acho que a história desandou um pouco na parte da superação do trauma. Foi mega estranho a protagonista passar 20 anos sem melhorar nada na questão da fala, mas quando abriar a boca pela primeira vez falar igual a um papagaio e com tanta facilidade. A mesma coisa com a saída de casa. A mulher tinha ataque de pânico toda vez que chegava perto da porta, aí quando ela sai pela primeira vez consegue ir pra todos e quaisquer lugares sem muitos problemas? Além do fato é claro de ter sido bem boba a situação que fez Maggie voltar a falar. Porque ela ficou brava numa discussão? 20 anos calada, então ela superou o trauma porque ficou chateada e com raiva? Se fosse tão fácil, não era pra ter acontecido tanto tempo antes?
Em compensação, amei o final. É aquele clichê que todo mundo gosta e deixa o leitor satisfeito. Todas as minhas experiências com os livros da Brittainy até agora foram muito boas, então pretendo continuar lendo e recomendando muito os livros dela.
PS: Não leia se você for sensível. Esse livro pode ter gatilhos.