Jaqueline Felix 12/02/2019
Sobre ciclos e segundas chances
Posso afirmar que encontrei no livro da Karina uma história não leve, mas envolvente.
Os dois protagonistas possuem muitas falhas e alguns acertos (como todos nós), são bem apaixonados e ficam juntos durante sete anos e alguns fatos, mal explicados, os deixam separados por outros sete. E a escolha desse número não deve ter sido casual, visto que ele representa a totalidade, a perfeição, a consciência, a intuição, a espiritualidade e a vontade. O sete simboliza também conclusão cíclica e renovação (como nos dias da semana).
E, justamente por representar o fim de um ciclo e o começo de um novo, é um número que faz tanto sentido para o enredo. Pois os personagens passam pela puberdade e juventude juntos, no primeiro ciclo de sete anos, com todas as suas mudanças e descobertas. Depois ocorre um cisma abrupto e eles passam um outro ciclo separados, amadurecendo e escolhendo novos caminhos. Para depois, por um acaso do destino (esse ser brincalhão e inconstante), se encontrarem novamente, iniciando uma nova fase, de curas mútuas e verdades na mesa, passando por mais uma etapa do caminho de espinhos, até chegar no "felizes para sempre".
A Última Peça contém romance, drama e um certo grau de mistério, desvendado aos poucos entre flashbacks do passado e os eventos do presente. Gostei da narrativa alternada entre os protagonistas, que nos permite visões diferenciadas sobre os fatos. A trama flui bem e, quando percebi, já o tinha devorado em uma tarde.
E, para finalizar, posso confessar que me deu vontade de também encontrar minha "última peça".