Cássio Ulisses 01/01/2015Melhor que o anterior...As Crônicas de Artur # 02
Bernard Cornwell
Ano: 2011 / Páginas: 518
Olá, vou continuar falando do livro que fala sobre o rei Artur. Este segundo livro apaga a má impressão deixada no livro anterior, na minha opinião, já que cada um tem seus gostos. Se no anterior dei nota 3 e foi para 4, este começa com 4 e beira a 5. Não chega a ser o melhor livro já criado, mas é inegável que o autor sabe do assunto e pesquisou muito. Após o fim das historias, na nota do autor, ele explica algumas coisas, é interessante e importante ler.
O nome do livro Inimigo de Deus, eu ficava me perguntando o motivo de tal nome. No livro antecessor, não conseguir ainda descobrir o motivo de Rei do Inverno. Já neste livro, o nome inimigo de Deus é pelo fato dos cristãos terem nomeado Artur, por ele ser pagão. Quando foi explicado o apelido infame, gostei muito, porque tem fundamento na história. Não julgo que foi correto, pois naquele tempo, os cristãos eram muito fervorosos e cegos pela religião. Algumas atitudes em nome da fé são deploráveis, no caso de matar gente queimada na cruz e entre outras coisas abomináveis ocorridos naquela época.
Derfel. Eita garoto de sorte. Ele era uma pessoa livre, não um escravo, já que Merlin achou que por ele ter sobrevivido ao poço era alguém escolhido para algo grande, porque todos que eram jogados no poço, morriam em sacrifício. Eu achava que ele não iria quebrar o osso de galinha, só que ele quebrou sim, o que foi muito legal, a cena da princesa escolhendo ele na frente de todo mundo, foi lindo demais. Adoraria ver a cara do Lancelot de raiva, aquele otário. Derfel viveu anos de paz, teve 3 filhas e dois filhos morreram após o parto. Viu suas filhas crescerem, ele e sua mulher tiveram momentos bons juntos, entretanto o fato dele ser o narrador do livro leva a crer que as coisas não terminam bem no terceiro volume. Foi bem desanimador a morte da sua filha por aqueles covardes, espero que Nimue tenha realmente os feito pagarem pelo que fizeram, sim, eles morreram, mas que tenha sido uma “boa morte” rs. Ele até também tentou ajudar o Rei Mordred a ser uma boa pessoa, só que o aleijado é um mal em pessoa mesmo. Chegou a virar um paladino da cidade, algo notável para um zé ninguém. E o mais surpreendente foi a revelação que ele é filho do líder saxão lá, que novela isso rsrs. E acho que o cara também já sabia, o que Derfel também chegou a pensar.
Mordred. A peste quase foi morta. O rei inútil esse moleque. Creio que ele foi um legitimo rei de época, que só arrecadava os impostos e nada fazia para a população. A sua sorte é que tinha o Artur, se não fosse por ele, o Mordred já estaria morto há muito tempo. Bem que na caçada ele poderia ter sido morto, já estava quase tudo certo e ai o merdinha volta. E que coisa tosca da época, pagar para desvirginar as filhas dos aldeões e também por transar com as suas esposas. Ou aceita o dinheiro real ou vai morrer. Caramba, se fosse com minha filha ou mulher, ai do rei. Eu iria virar Robin Hood e causa confusão ate matar o rei rs.
Artur. Sinceramente o Artur descrito pelo livro é um bobão. Digo isso porque ele crer em paz e lealdade numa época conturbada. Nem no tempo atual podemos ter isso, imagine naquele tempo. A ideia da Távola Redonda (o que o livro diz que nunca foi chamada assim, mas sim de Irmandade Britânica) era algo interessante, só que inviável, já que o juramento feito ao rei supera qualquer outro. E também achar que as inimizades seriam apagadas da noite para o dia era utópico demais. Foi uma pena, mas eu estava certo, Guinevere chifrava ele, só errei na quantidade. Eu achava que era somente com Lancelot, só que também com os irmãos Druidas. Fico pensando se rolava ate com os três. Foi ridículo ela falar que fazia isso pela deusa que ela adorava, o desculpinha esfarrapada, se ela gostava do Lancelot que ficasse com ele, entretanto ele só continuou com Artur pelos status que ela tinha. Arthur só queria ter uma vida tranquila, penso eu que ele invejava o Derfel, pois o cara achou o amor da vida dele e Artur achou uma paixão arrebatadora, só isso e nada mais. Uma paixão é algo forte e incontrolável, mexe com o coração e com a razão, eu já tive e sei o que é rs, mas uma hora ela passa. Amor é completamente diferente, você não faz mal a si mesmo, você se une a outra pessoa de uma maneira inimaginável, e Derfel e sua esposa Ceinwyn tinham isso. Já Artur achava que era amor, já Guinevere no máximo paixão, e olha lá. Ainda penso eu que nem isso ela tinha. As vezes nos cegamos em nome do amor, só que muitas vezes não é nada do que realmente precisamos, é Artur não precisa de uma mulher assim. Foi bem triste quando ele descobriu que sua mulher lhe traia a muito tempo. Ele era corno a um tempão, e justamente a traição era com um cara que ele considerava como um amigo. É nojenta e deprimente a traição, se não quer a pessoa e gosta de outra, que largue e arque as consequências da separação. Desde os inicios do tempo se tem esta atitude e imagino que até o final dos tempos também teremos. Agora Artur vai lutar apenas pela sua terra, sem amor e dedicação pela sua mulher, isto ira prejudicar ele nas lutas. Falo isto porque amor e ódio são bons combustíveis, mas o amor é a maior das forças, você se sente bem. Quando eu jogava futebol e a ex (na época atual rs) estava na arquibancada foi um ótimo combustível, virei o melhor jogador de futebol do mundo rsrs, desbancaria Cristiano Ronald e Messi rsrs. O fim que Artur queria tranquilo não sera concretizado, imagino eu. Uma pena. Ah, ia me esquecendo. Que raiva me deu a atitude do Artur com Tristão e Isolda. Ele tinha que ter bancado a sua amizade com eles. A morte da Isolda foi lamentável, queimar uma garota de 15 anos, que absurdo. E tinha que ter permitido que Derfel os protegesse sim, acho que ele cometeu um terrível erro de julgamento neste caso.
Guinevere. É um ser desprezível, já não gostava dela no inicio, após o termino deste livro gosto muito menos, na verdade nem gosto, para ser franco nunca gostei. Quer saber, odeio mesmo rsrs. Eram muito estranhas às concessões dela pelo Lancelot, aquilo cheirava a problema. Eu imaginei certo a traição, só não sabia que era com mais dois. Que putaria e pouca vergonha em nome de uma Deusa, se era isso mesmo. Gostei do fato do Lancelot nem se importar com ela, o que deve ter destruído o orgulho dela. Ela enganou Artur e foi enganada pelo Lancelot. Aposto que ele nem gostava dela, apenas quis tela por perto e manipula-la.
Nimue. Ela funciona como uma Merlin feminina. Passou por muitas provações e tem uma grande garra. A sua visão do futuro se concretizou, ela estava certa. O Lancelot se casou lá mesmo com uma rainha. Uma pena ela ter a vida que leva e ter sido estuprada e perdido um olho (fato ocorrido no primeiro livro).
Merlin. O velho nos enganou direitinho. Pensou-se que ele estava decrépito, mas ele só aguardava o momento certo para ajudar. O lance dele com Mordred foi show, o rei ficou na dele rs. Ele estava certo, o caldeirão foi levado pelos inimigos. A Morgana pegou ele e os outros tesouros, deu para o padre Sansum, que deu para Guinevere. Um jogo de troca de favores e poderes. E Morgana, sua discípula que virou sua inimiga, tudo porque se achou trocada e usada. É bem ruim o fato de ela ter tido uma beleza e depois ter perdido e ficado um monstro (é o que fala o livro).
Lancelot. Nunca gostei dele no livro e odeio ainda mais rs. A sua vingança que ele planejava com Ceinwyn foi tosco e infantil. Queria que ela voltasse nua pela cidade e depois transasse e ficasse com ele. Que cara babaca. E como se não bastasse ser um covarde em combate, era um traidor de confiança. Transava com a esposa do Artur, só para ter aquilo que ele quisesse, pedindo a Guinevere e ela ia e convencia a Artur. Se esta for a verdade do Lancelot, que coisa desanimadora... Uma lenda que cai. Entretanto eu decidi desde o fim do primeiro livro a só considerar esta obra como algo exclusiva, como se fosse um universo paralelo rsrs, não quero que minhas lendas e mitos sejam destruídos.
A obra neste segundo volume melhorou muito, nos trazendo boas cenas de ação, com tramas e reviravoltas nos momentos certos. O autor sabe escrever uma boa história baseado em alguns fatos ou suposições. Espero um término coerente e razoável no terceiro livro, já que da para se imaginar o que ira ocorrer...
Boa leitura.