Clea

Clea Lawrence Durrell




Resenhas - Clea


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Lista de Livros 25/09/2015

Lista de Livros – O Quarteto de Alexandria (04): Clea, de Lawrence Durrell
“Crescer demora uma vida inteira.”
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“– Afinal de contas, somos totalmente ignorantes daqueles que nos rodeiam, tudo o que exibimos uns aos outros não passam de seletas ficções! Suponho que todos se veem assim, à luz da mais completa ignorância.”
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“Uma cidade torna-se um mundo quando amamos um de seus habitantes.”
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jota 23/07/2012

E a história termina
Clea é o quarto e último volume de O Quarteto de Alexandria. Depois de seu autoexílio numa ilha grega, Darley, intelectual inglês e ex-amante de Justine, está de volta à cidade egípcia. E como outros homens, também se apaixona pela enigmática Clea.

Ela é uma pintora, amiga de várias personagens que passaram pelos volumes anteriores e a grande paixão de Naruz, cunhado de Justine. Mas quem conta sua história é mesmo Darley (ou como preferem alguns, o próprio Durrell, já que há muito de autobiográfico nesses volumes todos), também o narrador em Justine e Balthazar.

Já em Alexandria ele diz que a cidade continua a mesma de antes de sua partida: "De minha parte, enfim enxergava a cidade como ela sempre devia ter sido - um sórdido porto marítimo erigido sobre um recife de coral, um fim de mundo decrépito, moribundo."

Depois reconhece que alguma coisa havia mudado sim na atmosfera da cidade: mas isso se devia à presença de muitos soldados estrangeiros, por conta da guerra (a II Mundial, logicamente). Mas a guerra ou os soldados não vão ter muito espaço na história de Clea.

O livro vai tratar basicamente do reencontro de Darley com seus amigos. E também de suas lembranças, seus fantasmas e sua tentativa de desvendar os mistérios dessa mulher ambivalente e sedutora.

Clea e Darley se envolvem emocionalmente e esse romance se constitui no desfecho e no ápice de O Quarteto de Alexandria. Ainda que em diversas páginas a arte e os artistas ganhem algumas das mais belas passagens da obra. E elas são muitas.

Lido entre 12 e 23.07.2012.
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Aguinaldo 31/01/2011

Quarteto de Alexandria: Clea
Começei a ler o último volume do "Quarteto de Alexandria" ainda no início de maio, quando viajava a Minas Gerais para um congresso. Estava já no fim da primeira terça parte do livro, no caso a bela edição da Ediouro, recém traduzida pelo Daniel Pellizzari e dormi no avião. Quando o avião tocou o solo paulista acordei, começei a me organizar para sair e surpresa: onde está o livrinho? Procurei feito um louco sonânbulo e continuei a procurar até todos descerem da aeronave e ficarem apenas os comissários de bordo a me ajudar. Conclusão, havia um ladrão de livros naquele avião. O maior crime da humanidade havia sido cometido, um cidadão havia roubado o livro de outro cidadão. Fazer o quê? Mas vamos falar de literatura. Encomendei este novo Clea (mas uma edição portuguesa, de 1976, que talvez eu estivesse fadado a reencontrar). Li rápido a última camada de experiências e aventuras dos personagens do Quarteto. Há passagens muito bonitas, vários ensaios sobre a arte de escrever e mesmo a arte de se tornar um artista, descrições belíssimas de uma Alexandria que suporta e sobrevive a passagem da segunda grande guerra. Há muitas surpresas e reviravoltas, mas este volume é muito fragmentado acho eu. Há vários narradores e muita informação nova é apresentada sem a destreza dos volumes anteriores, principalmente do Balthazar, meu favorito. As comparações com "Em busca do tempo perdido" são inevitáveis, mas o resultado é muito mais favorável a Proust, pois poucas coisas são descartáveis no seu livro (talvez o homosexualismo de Saint-Loup seja o único ponto questionável). Já em Durrell, ao menos neste último volume, algumas pinceladas deixam muito a desejar. Em ambas séries de volumes os personagens se metamorfoseiam e reencarnam surpreendendo o leitor, mas no Proust tudo parece bem menos artificial e cheio de vida. Em Clea é citado o incrível papel que a literatura pode representar em nossas vidas, por vezes nos distraindo da realidade inexorável. Muito apropriada a lembrança. Difícil não terminarmos de ler esta série e não imaginarmos nossas pequenas histórias enfeixadas em algum volume por força da arte de algum escriba menos indolente. De qualquer forma o Quarteto é algo que se lê com enorme prazer e nos deixa um tanto menos auto-indulgentes e tolos (ao menos é esta a sensação que tenho imediatamente após terminar o livro). Este projeto está executado. Agora faço parte desta confraria silenciosa que descobri em torno de Lawrence Durrell. Espero um dia voltar a outros livros dele. Por enquanto voltarei ao submundo barcelonês da série Carvalho, do surpreendente Manuel Vazquez Montalbám, voltarei ao garimpo dos sebos e das leituras de ônibus, voltarei a corrida contra o relógio e os prazos, mas talvez sabedoria mesmo seria concluir que talvez seja a hora daquelas voltas regulares ao Proust, senhor dos sentimentos e humores dos homens.
"Clea - O Quarteto de Alexandria", Lawrence Durrell, tradução de Daniel Gonçalves, editora Ulisseia, coleção clássicos do romance contemporâneo, volume 30, 1a. edição (1976) sem ISBN.
Rute 14/08/2017minha estante
Tomara que o ladrão tenha gostado do livro...




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