Outubro

Outubro China Miéville




Resenhas - Outubro


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lexsouza 27/03/2020

Conhecendo a Rússia
Prosa fluida, boas notas de rodapé e nada cansativo.
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Daniel432 24/06/2023

De Revolução em Revolução
Esse é o primeiro livro que leio que trata exclusivamente a Revolução Russa e vou lhe dizer uma coisa: Esse livro merece ser lido!!

Já li outros que de uma forma ou de outra abordam a revolução, mas não a tem como tem principal. Alguns dos livros que li tratam da guerra civil russa entre 1917 e 1922, a história do assassinato do czar e sua família, a biografia de Stalin, o Manifesto Comunista.

Quando se ouve falar da Revolução Russa de 1917 quase todo mundo – os professores de história com certeza são exceções – pensa na ascensão comunista ao poder, mas essa visão está longe de ser a verdade. Houve, na verdade, duas revoluções ao longo de 1917. A primeira em fevereiro e a segunda em outubro. O comunismo somente foi implantado em 1922.

A forma que o autor escolheu para apresentar a sua obra é bastante interessante, facilita o entendimento dos fatos pelo leitor dado seu encadeamento cronológico e, pode-se dizer, tem a ver com o título do livro.

Barbáries houve de todos os lados. Atrocidades foram cometidas pelos czaristas, pelos bolcheviques, pelos mencheviques, pelos vermelhos, pelos brancos, por Stálin e até por nações estrangeiras que nada tinham a ver com a disputa política russa.

No último capítulo o autor faz uma interessante avaliação de momentos críticos vividos na Revolução de Outubro e questiona se o futuro não poderia ter sido diferente.

Curioso?? Leia o livro, vale à pena!!
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Samir Calaça 02/02/2019

Uma reflexão sobre a Revolução de Outubro (Rússia, 1917)
O livro “Outubro: História da Revolução Russa”, do romancista China Miéville, nos traz um importante panorama a respeito de um dos acontecimentos mais significativos da História: a Revolução Russa. Adicionalmente, suscita importantes questionamentos sobre esse grande acontecimento histórico.

O interessante é que o autor não é historiador por profissão ou por formação (já que é romancista, antropólogo, doutor em Relações Internacionais, professor de escrita criativa na Universidade de Warwick e político britânico). Apesar dessa que poderia ser uma grande falha na formação de alguém que se propõe a fazer História, Miéville consegue narrar os acontecimentos de forma relativamente equilibrada e honesta.

Sim, pode-se dizer que o contado por Miéville se trata de uma história política, afinal, o autor se preocupa com os movimentos e estratégias que fizeram da Revolução Russa um grande acontecimento histórico. A economia, a cultura e as relações sociais aparecem de forma subordinada aos jogos políticos e às relações de poder entre os diferentes atores da Revolução Russa, seja dos que eram favoráveis ao movimento, seja dos seus vários opositores – e por diferentes razões.

Enfim, pode-se dizer que tanto as valiosas qualidades, como os poucos defeitos do livro de China Miéville, fazem com que esta obra seja uma importante experiência de leitura, tanto para leigos, como para os já entendidos no tema da Revolução de Outubro.

Resenha de: MIÉVILLE, China. Outubro: História da Revolução Russa. 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2017. 352 p.

Ver resenha completa no site Modernamente. Também disponível no Facebook.

site: https://www.modernamente.org/2019/02/por-samir-calaca-o-livro-outubro.html
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Ariadne 17/08/2020

A narrativa é envolvente e extremamente fluida. Embora cheia de detalhes e informações, não me senti confusa em nenhum momento. Conhecia de maneira resumida a revolução russa, então me foi uma grata surpresa esse livro. Outro ponto positivo é que, embora de esquerda, o autor não tece apenas elogios, pelo contrário. Ele é critico e pontual, como todos devemos ser. O fato de ser entusiasta de algo não deve ser motivo para sermos cegos aos erros cometidos.
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Alexandre 22/11/2020

No meio do caminho tinha um Stálin...
"A Revolução de Outubro traz, por um instante, um novo tipo de poder. Transitoriamente, há uma mudança para o controle da produção pelos trabalhadores e para o direito dos camponeses à terra. Igualdade de direitos para homens e mulheres no trabalho e no casamento, direito ao divórcio, apoio à maternidade. Descriminalização da homossexualidade, cem anos atrás. Movimentos no sentido da autodeterminação nacional. Educação gratuita e universal, expansão da alfabetização. E, com a alfabetização, vem a explosão cultural, a sede de aprender, o desenvolvimento de universidades, séries de palestras e escolas para adultos. Uma mudança tanto na alma como na fábrica, como diria Lunatchárski. E, ainda que esses momentos tenham sido extintos, revertidos, se transformado cedo demais em recordações e piadas, poderia ter sido de outra forma.
Poderia ter sido diferente, porque esses foram apenas os primeiros passos, os mais vacilantes."
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Jedi Literário 18/11/2021

Que fazer?
O livro, embora escrito a partir de e enquanto uma pesquisa historiográfica de um momento concreto, apresenta personagens arquetípicos, com os acontecimentos se desenrolando em um encadeamento ao mesmo tempo épico, trágico, cômico, satírico, de um modo que não lhe seria possível se fosse uma obra de ficção. As vezes, a realidade impõe circunstâncias que nem mesmo a mais estranha das fantasias seria capaz de imaginar.

Em suas páginas, lemos o Tzar que reluta em abrir mão de sua posição, ignorando os pungentes sinais de sua derrocada, para, no fim, anunciar sua abdicação diante de uma sala cheia de olhares estarrecidos diante do fato de o monarca ainda não haver percebido que seu poder já havia morrido há muito. O político que tenta se equilibrar na tênue linha entre duas forças opostas, tentando empreender a impossível tarefa de construção de um campo comun, como quem procura empilhar duas montanhas em cima de um grão de areia. O general, chamado às pressas para ajudar a garantir a estabilidade desse equilibrista com sua autoridade e força, mas que acaba desenvolvendo sonhos de grandeza própria e tornando-se a maior ameaça a ele.

Há também a inusual (talvez?) Presença dos salvadores surpreendidos com sua vitória e que a temem ao ponto de fugir dela, enquanto ouvem os raivosos gritos daqueles que ouviram a promessa da salvação e, punhos em riste, anunciam a desconcertante máxima: "assumam o poder quando ele lhe for dado, seus filhos da puta!".

O texto mostra, de modo muito vívido, que a revolução de 1917 é influenciada por vários fatores, desde as precárias situações de vida da população a inabilidade, quase cartunesca, de líderes, como Tzar Nicolau II e Keriénski, em lidar com a situação, negando a relevância e intensidade do movimento até seus últimos dias. Também é diligente na descrição da multiplicidade de grupos, posicionamentos e ideias dentro do próprio soviete e que dificilmente entravam em consenso.

O capítulo final se interroga sobre os cursos que o governo revolucionário tomou após os ano de 1917. As derrotas e tragédias que se seguiram ao surgimento das incoerências internas. Os fatores externos que contribuiram para isso. Mas não deixa de realçar a luz que o autor viu naquela experiência tão singular: as coisas mudaram uma vez, mesmo que por um breve período, e podem mudar novamente.

No fim, a revolução de 1917 partiu de seu nascedouro, deixando o mesmo bilhete que Lênin deixou naquela noite em que inadvertidamente foi em direção à reunião do comitê central dos bolcheviques, sob risco de prisão:

"Parti, para onde você não queria que eu fosse".
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EduardoCDias 13/11/2022

Não perca tempo
Historia da revolução russa bem detalhada mas, infelizmente, parcial. Além de uma escrita agressiva e depreciativa da direita, enaltece a violência, os desmandos e os absurdos da ditadura leninista. Extremamente desagradável ler um historiador tão parcial.
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Pandora 12/08/2023

Existem muitas resenhas de "Outubro: História da Revolução Russa" do China Miéville afirmando ser esse um livro de fácil leitura com uma prosa que flui. Particularmente não achei o livro de fácil leitura, demorei horrores para ler, recomecei do zero algumas vezes e, por fim, determinada a concluir a leitura fui lendo no melhor estilo "um pouquinho todo dia, todo dia um pouquinho".
Claro, o fato do livro ter me dado trabalho não me autoriza a classificá-lo como um livro ruim. É um livro bom que não demoniza nem glorifica a Revolução de 1917. O autor se coloca apenas na posição de quem narra os fatos e os protagonistas retomando as falas de homens e mulheres, citando ações, descrevendo situações vividas tanto nos centros metropolitanos como no campo. O China parte da narrativa dos antecedentes da Revolução Russa contando a lenda e história "real" de como foi fundada a cidade de Petrogrado (São Petersburgo) e as movimentações causadas pelo brutal processo de industrialização do Império Russo até o ano quase infinito de 1917.
Como leitora realmente achei o livro muitíssimo chato, mas não dá para negar o quanto a experiência de ler "Outubro" foi enriquecedora para quem, como eu, vive de ensinar História. O China anuncia já na introdução o quanto ele percebe o processo revolucionário russo como uma epopeia e é isso que ele entrega nessas páginas.
"O ano de 1917 foi uma epopeia, uma concatenação de aventuras, esperanças, traições, coincidências improváveis, guerra e intriga, de bravura, covardia, loucura, farsa, ousadia e tragédia, de ambições monumentais e mudanças, de luzes resplandecentes, aço, sombras, de trilhos e trens"
Tal como em uma epopeia, a narrativa é cheia de heróis e heroínas vivendo grandes bravatas. Desafiando a morte, enfrentando a vida, se tornando mitos, se assemelhando a divindades. Lenin é um Gilgamesh que em vez da imortalidade procura construir a raiz de uma sociedade onde exista "Pão, Paz e Terra" para todos e todas um discurso e pronunciamento por vez enquanto foge de tentativas de assassinato, luta contra adversários políticos e até mesmo aliados, pois mesmo entre os bolcheviques nem sempre os apelos do Lênin por "Todo Poder aos Sovietes" eram ouvidos.
Além do Lênin, são quase infinitos os nomes de semideuses, heróis e heroínas nessa epopeia, sei que tenho uma tendência a ir longe de mais na extensão dos meus textos, mas até eu tenho limites. Aliás, um ponto muito positivo é o quanto está em alto relevo o papel das mulheres nessa história. Camponesas lutando pela terra, trabalhadoras urbanas se tornando guerrilheiras, mulheres muçulmanas lutando por seus direitos individuais e coletivos, o Batalhão Feminino da Morte, as intelectuais que se pronunciam diante das situações.
É através dos feitos dos homens e mulheres envolvidos na Revolução responsável por acabar com o Império Russo e derrubar a Dinastia dos Romanov, que governou a Rússia por 155 anos, que China Miéville nos apresenta não só Outubro de 1917 e sim o ano todo, mês a mês, evento a evento.
Em determinado momento tive a impressão de 1917 ter sido um ano imenso, quase sem fim. Foi um ano intenso de crises e cobranças. O povo russo desafiou corajosamente a ordem vigente buscando o melhor destino para si enquanto o resto da Europa disputava entre si para ver quem ia pegar o maior pedaço da África, Ásia, Oceania e América Latina para explorar e destruir no processo.
Não tem caminhos através do qual eu ame menos o esforço desse povo por construir uma sociedade radicalmente igualitária onde "Paz, Pão e Terra" não seja privilégio de alguns, onde os direitos à vida, liberdade e segurança realmente sejam para todos. Todos sabemos através da experiência de viver em um mundo capitalista o quanto o Capitalismo não garante direitos a ninguém, porque não tentar outra forma de vida ou outro sistema econômico? O que nos impede? A resposta é simples: o próprio capitalismo nos impede. Os privilegiados nos impedem com unhas e dentes.
O processo da Revolução Russa pode ser contado como um romance com tons de epopeia, mas foi bem real. Os heróis e heroínas não eram filhos de divindades, eles e elas eram todos seres humanos em busca de uma vida melhor, instrumentalizando ideias socialistas para tentar encontrar soluções para os problemas do seu mundo, desafiando os poderosos da terra em nome de si mesmos. Eu reclamo do quanto foi difícil ler o China Miéville, mas terminei o livro chorando as lágrimas de quem também sonha com um mundo com "Paz, Pão e Terra", um mundo que não aconteceu na Rússia e tão pouco acontece fora dela.
Sabemos que apesar de destruir o Czar o governo de Josef Stalin não representa nenhum de nossos sonhos humanitários, mas nem por isso o legado da Revolução Russa é menos importante ou grandioso. As revoluções nos ensinam que é possível mudar até governos que duram centenas de anos. Obviamente nenhum governo que se pretende duradouro acha interessante estudar o coração pulsante das revoluções, a saber: a capacidade do povo unido na rua mudar o mundo.
No epílogo, o China Miéville reflete:
"A Revolução de Outubro traz, por um instante, um novo tipo de poder. Transitoriamente, há uma mudança para o controle da produção pelos trabalhadores e para os direitos dos camponeses à terra. Igualdade de direitos para homens e mulheres no trabalho e no casamento, direito ao divórcio, apoio à maternidade. Descriminalização da homossexualidade, cem anos atrás. Movimentos no sentido de autodeterminação nacional. Educação gratuita e universal, expansão da alfabetização, vem a explosão cultural, a sede de aprender, o desenvolvimento de universidades, séries de palestras e escolas para adultos. Uma mudança tanto na alma como na fábrica. E, ainda que esses momentos tenham sido extintos, revertidos, se transformado cedo demais em recordações e piadas, poderia ter sido de outra forma."
Eu vou refletir aqui:
"E, ainda que esses momentos tenham sido extintos, revertidos, se transformado cedo demais em recordações e piadas, uma revolução pode acontecer a qualquer momento e nada impede que ela possa terminar de outra forma. Muita gente pensa que é mais fácil o mundo acabar que o Capitalismo encontrar seu fim, mas o mundo pode não acabar e o capitalismo pode encontrar seu fim dentro de uma revolução que encontre uma forma totalmente nova de organizar a sociedade, uma forma com Pão, Paz e Terra para todes nós."
Coisas impossíveis acontecem todos os dias.
"Outubro: História da Revolução Russa" de China Miéville integra a lista dos 40 Livros Para Serem lidos Antes dos 40. Sempre me sinto muito vencendo quando termino um livro dessa lista!

site: https://elfpandora.blogspot.com/2023/08/outubro-historia-da-revolucao-russa-de.html
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Pê Reck 09/06/2021

Para dar o primeiro passo
Livro muito bem escrito, com detalhes na medida certa, que não sufocam a narrativa ou os dados mais importantes.
Mas foi uma leitura demorada, muitos nomes e apelidos russos (preciso aceitar essa característica deles, meudeus) e muitas paradas para pesquisar me situar no contexto histórico.
Para quem quer saber um pouco mais sobre os primeiros dias (até antes, qual era a situação da Rússia) da revolução russa, conhecer todas as discussões, hesitações, decisões e escolhas é um ótimo começo.
Além disso, aos fim do livro há as informações complementares: biografia de alguns personagens e bibliografia comentada.
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Jansen 22/04/2020

Gostei muito de ter lido. Não que seja uma leitura agradável, mas pela quantidade de informações específicas sobre o que aconteceu na Rússia em 2017. De início derrubam a dinastia dos tzares, depondo Nicolau Romanov II que posteriormente será executado juntamente com sua família. Até hoje condena-se a execução da família, inclusive uma criança, isto não impactaria o andamento da Revolução. Poderia sim, no futuro, o jovem tornar-se um símbolo e reivindicar a coroa.
O livro é mais um Relatório sobre os fatos ocorridos no período de um ano aproximadamente e mostra alguns pontos muito interessantes:
- O papel da ferrovia nas comunicações e dos ferroviários como partícipes revolucionários;
- Os problemas da guerra com a Alemanha que não era unanimidade e atrapalhou o andamento, ou a velocidade da Revolução;
- O papel de protagonista de São Petersburgo e não de Moscou, que naquela época não era a capital;
- A presença de Lenin, mais na Finlândia que na Rússia e a força de sua liderança mesmo não estando presente nos grandes debates. Ele escrevia muito e defendeu posições contrárias à maioria.
Tive o cuidado de levantar quantas vezes os nomes principais eram mencionados no livro e cheguei aos seguintes números:
- Lenin com 387 menções;
- Kerienski com 265 menções;
- Trotsky com 117 menções
- Stalin com 52 menções.
Depois da curta presidência de Lenin no Comitê Central, isto é, no comando Rússia, assume Stálin, primeiro como secretário do Partido e depois como presidente. Este foi um animal cruel e irresponsável. No final do livro são mencionados o que ocorreu com os protagonistas da Revolução e, muitos foram executados por Stalin. Hitler foi um santo perto dele. Matou milhões de russos.
Lenin esperava, e por isto foi protelando a Revolução, pela internacionalização do comunismo. Ele entendia que todo o planeta iria lutar pela implantação deste regime. E naquele período vários países tentaram ser comunistas, mas só a Rússia conseguiu.
Outra coisa que me chamou a atenção, como administrador, foi a quantidade de membros dos sovietes que se reuniam para votar propostas. Às vezes num mesmo dia, em salas diferentes nos palácios que ocuparam, vários comitês estavam reunidos votando propostas. Me admiro que o comunismo, com este processo inicial de decisão, durasse tanto tempo. O que ocorreu foi que Stalin tornou-se um ditador e desprezou toda esta burocracia, o que também não se mostrou saudável.
Recomendo o livro para quem quiser ter uma visão mais detalhada do nascimento de uma sociedade dominada pela ditadura de uma monarquia e que depois é assumida pelo governo popular de operários, camponeses e soldados, através de seus comitês. Não deu certo, mas se houvesse uma certa racionalidade nos processos de votação, poderia ter sido uma opção política bem humana. Na verdade trocaram uma ditadura monárquica pela de Stalin.
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Rhuan Maciel 21/10/2020

A Revolução que mudou o mundo
Em um país majoritariamente agrário, ocorre um dos maiores acontecimentos na história da humanidade, os trabalhadores tomam o poder para si e conseguem permanecer no cerne das decisões político-administrativas por anos. É incrível entender os primeiros passos da Revolução, e como diversas coisas, às vezes extremamente pequenas, influenciaram a composição desse processo histórico. A Revolução Russa de 1917, deu-se em duas partes, a primeira, como Revolução de Fevereiro, e a segunda, como Revolução de Outubro. Aquela foi uma revolta popular que colocou o Parlamento da Duma no poder, um governo liberal que nem queria estar no controle, porém foram obrigados, caso contrário os bolcheviques poderiam assumir; e esta foi a tomada do poder pelos Bolcheviques, compondo o final da Revolução Russa e o início da União Soviética. Antes disso tudo, é preciso mencionar a situação a qual a Rússia se encontrava. Vamos lá. Primeiramente, a Rússia era um país atrasado industrialmente e economicamente, enquanto países centrais do capitalismo já tinham estabelecido uma sociedade mais industrial, e, portanto, mais ricas, a Rússia ainda era organizada de modo mais arcaico, com feudos e uma monarquia absolutista. Apenas na metade final do século XIX as coisas começaram a mudar, como o fim da servidão e o desenvolvimento do modo de produção operário. Nesse momento, a classe trabalhadora começou a se organizar, com influências diretas da obra marxiana. Inclusive, o czar Alexandre II foi assassinado por uma revolta de alguns militantes, os quais atiraram uma bomba em sua carruagem, logo após, Alexandre III assume, conhecido como o czar autoritário, ordena a morte desses manifestantes e descobre uma tentativa de seu assassinato. Nessa nova tentativa o irmão de Lênin é morto. No início do século XX, agora com Nicolau II, a organização de trabalhadores em facções já era mais robusta. Os bolcheviques e os mencheviques já tinham se formado. Então, com reivindicações para o governo começar a tomar algumas iniciativas liberais, o czar começa a guerra Russo-Japonesa para aumentar a moral. Em 1905, o povo em revolta, sai as ruas, reivindica o fim da guerra e melhores condições de vida. Foi nesse ano que o Domingo Sangrento ocorreu, após manifestações pacíficas, mais de mil pessoas morreram. Em 1914, a Rússia entra na I Guerra Mundial atacando a Alemanha. E, em fevereiro de 1917, o povo com fome, foi as ruas protestar a favor do fim: da guerra e da monarquia. O povo pega em armas, libera prisões, assume pontos importantes da cidade, prende policiais, e a Duma obriga-se a assumir o governo para controlar o caos. O Soviete se torna uma "oposição" ao governo provisório. As massas confiam no Soviete e votam nas lideranças dele. Assim, quem realmente detinha o poder na Rússia era o Soviete. Os soldados, que compuseram a insurreição armada e sofreram bastante com a guerra, criaram uma lista de direitos que deveriam existir para a harmonia atual. O governo provisório não gostou, porque essa lista concedia a autoridade maior ao Soviete, porém não era possível fazer muita coisa contra. Lênin não confiava no governo - tentou fortalecer ao máximo os bolcheviques nesses conturbados meses até outubro - foram espalhadas mentiras sobre ele, teve que fugir da capital, criticou imensamente a vários órgãos e acontecimentos, escreveu livros e cartas, em um momento apoiou a conciliação com socialistas a direita, na outra condenou veemente a conciliação, apoiou manifestações, foi contra algumas, teve que tirar uns dias de férias pelo estresse, e no fim, liderou os bolcheviques na tomada do poder no momento em que considerou propício. O Soviete, em vários "vai e vem", apoiou a guerra, voltou atrás, foi contra manifestações, e sofreu com várias mudanças de sua composição ao longo do tempo. Também, os bolcheviques conseguiram conquistar uma gama enorme de pessoas, com sua consistência anti-guerra e em prol da fortificação da classe trabalhadora no centro da política. Obviamente, tem muito mais a ser falado nesse breve resumo, porém precisaria de muito mais linhas. Foi fantástica a experiência dessa leitura, apesar de ser muito detalhista. A Revolução Russa foi um fenômeno de extrema importância para a humanidade, com os seus defeitos e suas qualidades. Claramente, nem tudo ocorrido foi bom, existem muitas críticas a se fazer, no entanto, é inexorável reivindicar esse feito histórico como uma luta pela libertação da classe trabalhadora, imprescindivelmente, o reconhecimento dos erros fazem parte da construção de uma luta mais justa e revolucionária.
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Tiarajú 09/11/2020

Panorama completo da Revolução Russa
O livro apresenta um panorama da Revolução Russa, apresentando seus principais personagens e os momentos que antecederam a tomada de poder pelos sovietes. Já havia lido o famoso livro de John Reed sobre o assunto, que traz discussões semelhantes de personagens como Lenin e Trotski, e também explica os principais partidos que faziam parte desse cenário. Este, Outubro, traz mais detalhes sobre as ações políticas em si.
Khalee 18/07/2022minha estante
Você acha que tanto o livro de John Reed e esse são complementares?


Tiarajú 23/07/2022minha estante
Sim, são complementares. O do John Reed traz uma visão mais geral sobre o tema, e Outubro traz mais os bastidores.




Nathan Oak 07/12/2021

o ano do século
O livro é escrito de forma envolvente e muito fluida. Mesmo que a escrita seja cheia de detalhes e traga muitas informações dos acontecimentos da época, não provoca confusão em nenhum momento. Em alguns momentos vem a sensação de que estava lendo um livro de contos ou um romance sobre o tema, devido à forma particular de escrita do autor. Já havia lido outros títulos do mesmo autor, nada sobre acontecimentos reais, no entanto, mesmo em suas obras de ficção, Miéville busca inserir a temática política e de diferenças entre as classes sociais em suas histórias. Sua criatividade em articular temas que por vezes podem ter a aparência de incompatíveis, dão um gosto a mais ao leitor.
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Natanael Nonato 31/01/2022

Dados úteis sobre a Revolução Russa
O livro descreve os acontecimentos revolucionários na Rússia, de fev. a out. de 1917. As políticas do Governo Provisório, formado após a abdicação do Tsar Nicolau II, não foram suficientes para impedir a implementação de uma revolução socialista pelos bolcheviques.

A intriga entre os socialistas, inclusive entre os próprios bolcheviques, foi tão grande que deixaram brechas à uma contrarrevolução. Apesar disso, o êxito de Lênin e seus aliados em out. de 1917 foi a culminação de uma ideia danosa que deixa marcas até os dias de hoje.

Embora o autor seja um socialista e comente os fatos com parcialidade, a descrição dos acontecimentos é justa e fiel aos dados históricos, inclusive jogando Stálin na lata de lixo da história. Enfim, a leitura é proveitosa como um contraponto às minhas convicções.
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