A ilha do Dr. Moreau

A ilha do Dr. Moreau H. G. Wells




Resenhas - A Ilha do Dr. Moreau


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Victor Magno 25/06/2014

Instigante
Livro incrivelmente instigante, que preencheu cada tempo vago do meus últimos 3 dias. Leitura que te faz refletir sobre a essência humana e avaliar o quão animalesca ela é.
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Kau 18/11/2016

Para os fortes apenas
Esse é o tipo de livro que nem todas as pessoas conseguiria ler, o que é uma pena, já que é uma das obras que entrou pra minha lista de top 10 desse ano. A narrativa é bem fluída, tem um bom ritmo, o autor sabe te prender na história (mesmo nas partes aflitivas e cruéis das experiências com os animais), é um livro que desde que eu li indico para meus amigos, é difícil explicar o por que foi uma experiência tão boa de leitura, acho que cada um tem que ler e tirar suas próprias conclusões...
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Tauami 17/11/2016

O monstro em cada um de nós retratado no livro clássico de H.G. Wells
Escrito em 1896, A Ilha do Dr. Moreau é tido como uma das obras literárias basilares para os que se dizem entusiastas do gênero terror e ficção científica. Quais seriam as razões que elevam esse livro a tal patamar? Antes de irmos às respostas dessa questão, se faz necessário explicitar as condições históricas em que o livro foi produzido.

Vivissecção é uma determinada conduta cirúrgica feita com propósitos experimentais em organismos ainda vivos. Normalmente, esse processo ocorre em seres que possuem sistema nervoso central para análises mais apuradas sobre as reações dos experimentos efetuados. Atualmente, esse processo é rigidamente controlado por um conselho de ética que estipula normas para que esses processos sejam feitos dentro de condições mínimas de conforto para o ser que está sendo vivesseccionado. Com os avanços da tecnologia, espera-se que esse tipo de procedimento seja abolido. Entretanto, esse movimento contrário ao procedimento é extremamente recente.

A primeira organização a ser criada com o claro intuito de combater a vivissecção foi a NAVS (National Anti-Vivisection Society). Fundada em 1875 por Francis Power Cobbe, no Reino Unido, essa organização criou um profundo e intrincado debate com a sociedade médica que até aquele momento possuía como um de seus fundamentos a prática da vivissecção exploratória. Durante o século XVI, Andreas Vesalius, considerado um dos pais do estudo da anatomia humana, acreditava enfaticamente que estudantes de medicina deveriam se utilizar de animais vivos para aprimoramento de seus conhecimentos sobre anatomia ao invés de debruçar sobre ilustrações feitas em livros. Entre as conquistas obtidas pela NAVS, está incluída a criação de uma ação (Cruelty to Animals Act 1876), aprovada pelo parlamento do Reino Unido, que regulariza os termos em que a vivissecção se torna legal, nos termos da lei. Posteriormente (1898), a British Union for the Abolition of Vivisection também foi criada, endossando os movimentos que lutam até os dias de hoje contra essa prática.

H.G. Wells, que já havia alcançado notoriedade com A Máquina do Tempo, publicada em 1895, estava ciente dessa crescente discussão sobre os limites da intervenção humana. Lembremos que autor era letrado nas ciências biológicas, tendo sido orientado pessoalmente por Thomas Henry Huxley, um conhecido biólogo evolucionista que influenciou profundamente o sistema educacional público inglês. Assim sendo, não há como negligenciar esses acontecimentos na construção da narrativa de A Ilha do Dr. Moreau.

O livro é trabalhado como se estivéssemos diante de um fato ocorrido na vida de Edward Predick, um rapaz abastado que é resgatado do mar após sofrer um trágico naufrágio. No navio de seus salvadores, Predick observa um desconforto geral por parte da tripulação em relação a um de seus passageiros. M’ling, devido sua aparência bestial, acompanhado de Montegomery, médico responsável por manter Predick vivo após o resgate. Ambos esperam a chegada do navio à ilha onde moram.

A medida que os pormenores dos experimentos de Moreau vão sendo expostos, ganhamos o conhecimento de que ele está conduzindo a criação de seres humanoides a partir de animais comuns e que seu sucesso havia sido tanto que esses seres desenvolveram, por meio de preceitos de cunho religiosos postulados pelo próprio Moreau, uma organização social própria.

A trama é trabalhada a partir das memórias de Predick a respeito dos acontecimentos que o cercaram em sua estadia na ilha, o que faz com que o leitor tenha que se ater a ideia de que todo o desenrolar da narrativa é um constructo partindo de um único ponto de vista. Através dos olhos de Predick, enxergamos as abomináveis criaturas feitas pelo injustificável narcisismo de Moreau. Vemos o inconsolável Montegomery se digladiando contra a correspondência entre ele e as bestas. Vemos a similitude entre os preceitos morais pífios impostos por Moreau a sociedade das criaturas e os preceitos morais que regem o nosso mundo dito civilizado.

O tempo e o espaço do livro estão profundamente relacionados. Quando nos lembramos de algo, não conseguimos resgatar todos os dias do passado, apenas aqueles acontecimentos que possuem certo peso para nós. O livro traz isso. Embora Predick passe praticamente um ano preso na ilha, a narrativa não tem tanto volume como normalmente essa quantidade de tempo pediria. Isso decorre em grande parte devido ao local onde ele se encontra. Uma ilha isolada e hostil não é um bom lugar para nutrir boas recordações. Tive a impressão de que, a todo o momento, Wells buscava metaforizar a memória através do que é a ilha, um pequeno punhado de terra (memória) cercada por todos os lados de água (acontecimentos reais).

Agora, voltemos à questão: O que torna A Ilha do Dr. Moreau uma leitura obrigatória? Bom, alguns poderiam dizer que a grandiosidade do livro se encontra na necessária comparação da organização do povo bestial e do mundo civilizado. Outros colocariam que é a inadiável queda do ser humano quando ele busca usurpar o trono de Deus, representado pelo trágico final do Dr. Moreau. Mas, em minha leitura, o brilhantismo da obra se encontra no modo como Wells demonstra que determinados acontecimentos em nossas vidas jamais nos permitirão voltar a ser o que já fomos.

Ao final do livro, depois de escapar da ilha, Predick se torna um homem de letras recluso, incapaz de lidar tranquilamente com a sociedade, pois ele viu de frente tudo o que a humanidade é – apenas um bando de animais. Quando isso se torna claro, não há volta.

Com essa conclusão, a relação que a obra cria a temática da vivissecção de torna mais complexa. Ao se deparar com a animalidade que cada ser humano possui dentro de si, Predick enxerga que abrir um animal para quaisquer que sejam os propósitos tornou-se uma atitude contra a própria noção de humanidade. É como se cada criatura que é vivissecionada pelo Dr. Moreau fosse um ser humano.

Não é possível passar indiferente pela leitura desse livro. A Ilha do Dr. Moreau traz aos nossos olhos que o mais profundo horror se encontra de cada ser humano. E lá esse horror aguarda, pacientemente, uma oportunidade de se manifestar. Com críticas filosóficas apuradas, uma linguagem acessível e a capacidade de ainda ressoar seus incisivos apontamentos, que vão desde vivissecção até o modo como nos relacionamos socialmente, fazem dele um livro necessário.

Ficha técnica:

H. G. Wells – A Ilha do Dr. Moreau – 1896
Tradução: Braulio Tavares
Lançamento no Brasil: 2012
Editora Alfaguara Brasil

site: https://101horrormovies.com
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Jaíne 15/04/2016

Ainda na vibe de ler livros de horror, dei início a leitura da ficção de H.G. Wells.
A Ilha do Doutor Moreau, aborda um tema "complicado" e muito detestado pela minha pessoa. Sou absolutamente contra qualquer tipo de teste envolvendo animais. E se sou contra pegar um ratinho indefeso e implantar doenças nele para ver se descobrem algo que cure a tal doença, imagine então experimentos sem qualquer tipo de nexo ou objetivo aceitável.
É isso que vemos nessa história. Um louco que vive em uma ilha, exilado do mundo e que pega animais indefesos para torturá-los com experimentos macabros que visam um objetivo: transformar animais em humanos.
Bom, é importante considerar essa história uma obra de ficção ao lê-la, como eu disse, sou contra experimentos feito em animais, portanto tentei me lembrar o tempo todo "ISSO É FICÇÃO!", embora lá no fundo a gente saiba que existem sim, humanos desprezíveis que praticam esses tipos de atrocidades.
Voltando ao enredo, em determinado ponto, não é difícil considerar tudo uma obra ficciosa, afinal, os animais "transformados" pelo Dr. Moreau tem diversas características humanas, inclusive a fala.
A narrativa é feita em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Prendick, um naufrágo que por azar do destino, acabou indo parar na tal ilha do cientista louco.
Li algumas sinopses que tratavam esse livro como "uma sátira sobre a teoria da evolução". Cada um com sua opinião né?
Enfim, é um livro curto e cheio de maldades que vão fazer o sangue de qualquer um que se importe com animais ferver. (Mesmo sabendo ser ficção).
A quem gosta de livros do gênero horror, eu recomendo a leitura, embora eu classifique a história apenas como "boa", e quem não gosta, favor, passar longe desse livro.

E para ler a essa e outras resenhas, acessem:

site: mundodasresenhas.com.br
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Adriano 12/03/2016

A ideia básica deste livro é tratar acerca das polêmicas em torno do nascente campo da biologia e da vivificação no final do século XIX. A obra foi publicada em 1896, e traz a narração em primeira pessoa de Edward Prendick, um náufrago resgatado por um navio e deixado na ilha do Doutor Moreau, que criava híbridos de humanos através da vivissecção (cirurgia experimental em organismo vivos) de animais. Como é comum em obras de ficção científica, oi livro traz uma série de temas filosóficos como dor e crueldade, responsabilidade moral, identidade humana e interferência humana na natureza.



capa da primeira edição de 1896


Como me alertou meu amigo Guilherme Schuhli, não há menção à genética no livro, mas sim à fisiologia à luz das conquistas de técnicas cirúrgicas. Mesmo assim, suas discussões servem bem ao novo ídolo molecular de modificações genéticas. Tanto que os mesmos temas de dor e crueldade, responsabilidade moral, identidade humana e interferência humana na natureza (no caso a própria natureza humana) continuam em evidência e talvez mais contundentes.
(Para alguns desses temas, indico aqui a ótima obra A vida imortal de Henrietta Lacks de Rebecca Skloot aqui)
H.G. Wells é considerado um dos maiores nomes mundiais de obras de ficção científica não por acaso. Suas obras levantam uma série de debates morais além de previsões distópicas sobre o futuro. Wells vinha de um contexto acadêmico que contribuiu para a ambientação de suas obras. Ele estudou no Royal College of Science e fez algumas pesquisas de biologia sob a orientação de Thomas Henry Huxley. (1825-1895), biólogo britânico conhecido como o "buldogue de Darwin", por defender ferrenhamente as ideias evolucionistas. (Uma curiosidade: Thomas Henry é avô de outro grande escritor de ficção científica, Aldous Huxley).
Talvez uma questão fundamental de cunho filosófico esteja na própria figura do Dr. Moreau. Qual o limite moral de experimentos biológicos? Pela boca do doutor, entre uma vivissecção e outra, ouvimos:
" Até hoje a questão ética deste meu trabalho não me preocupou, em absoluto. O estudo da natureza deixa um homem tão despido de remorsos quanto a própria natureza. Fui em frente, sem pensar em nada a não ser nos problemas com que me defrontava"
Um alerta contra a noção de que a ciência deve ser deixada aos cuidados unicamente dos cientistas e de que a filosofia e o estudo da ética são fúteis e desnecessários. H. G. Wells continua atualíssimo.
mais resenhas e textos em http://oracaovalente.blogspot.com.br/
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Vickawaii 18/02/2016

Um excelente thriller de ficção científica
A atmosfera de A Ilha do Dr. Moreau é bastante densa e constitui um verdadeiro thriller, visto que ficamos angustiados com as criaturas feitas pelo Dr. Moreau e ansiosos como Edward Pendrick lidará com a situação, se será submetido a experimentos, se escapará da ilha ou se deixará de ser apenas um observador. Sendo assim, podemos dizer que a narrativa por si só já torna o livro interessante de se ler, mas além da superfície nos envolvemos em uma reflexão filosófica sobre a ética científica, behaviorismo, crueldade, progresso e identidade humana até o impactante desfecho da obra.

site: http://wheresmyneverland.blogspot.com.br/2015/01/book-challenge-11-island-of-dr-moreau.html
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Thiago 06/01/2016

Livro: A Ilha do Dr. Moreau
Autor: H. G. Wells
Editora: Alfaguara
Páginas: 170

Este livro foi escrito em 1896. Fato que deixaria alguns leitores com um pé atrás, por conta de uma provável escrita truncada de época.
Relaxa. Esse não é o caso. Não sei quanto às outras traduções, mas o trabalho do Bráulio Tavares nesta edição da Alfaguara ficou excelente. O texto ficou leve mas mesmo assim característico.

A história em si pode ser classificada como ficção científica, apesar de conter elementos de suspense e aventura.
O livro conta a trajetória de Pendrick, um náufrago que é resgatado por um barco em direção a uma ilha desconhecida e misteriosa.
Nesta ilha coisas estranhas acontecem, e seres bizarros são encontrados em todos os cantos. Frutos das experiências macabras de um certo Dr. Moreau e Montgomery, seu ajudante.
Pendrick se vê rodeado de criaturas estranhas que parecem selvagens, mas apresentam certa humanidade, andam eretas e se comunicam.
Na verdade são animais que o Dr. Moreau tentou humanizar, mas que ainda possuem o instinto selvagem, sempre em conflito com o racional. Nessas condições já se imagina a tensão em que vivem os três habitantes humanos da ilha.

Uma história curta, muito bem escrita, que nos faz pensar um pouco sobre humanos e animais, suas relações, suas diferenças e, principalmente, suas semelhanças.
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I. Pestana 11/05/2013

Um livro inovador e intrigante
Para quem viu o filme baseado nesse livro... esqueçam. O filme desprestigiou a intriga do livro, que praticamente é escrito na primeira pessoa e nos envolve nas experiencias sofridas pelo personagem principal, que num esforço tremendo teve que aprender a sobreviver no meio dos seres insólitos criados pelas experiencias senís do Dr. Moreau.

O livro realmente me fez cogitar na possibilidade de se poder trazer à consciencia seres que outrora viviam fechados na caixa instintiva de sua mente para um patamar mais próximo dos humanos, através das tais técnicas empregadas pelo Dr. Moreau. Realmente pode até trazer a imaginação outra coisa: se a concorrência desenfreada e o onús científico, trazidos pelo progresso, não têm simplesmente despertado cada vez mais nossa animalidade, ao invés de melhorar aquela parte dentro de nós que gostamos tanto de chamar de "humano" (a moral e a ética).
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Tauan 24/09/2015

Há muito tempo ensaio para ler esse livro, mas sempre postergava a leitura. Cheguei a comprar o livro e deixá-lo esperando na estante até a “hora certa”. Em um belo sábado, senti que era chegado o momento.
Comecei a ler no sábado e terminei no domingo, lendo boa parte durante a noite. Só me arrependi de não ter começado a ler antes. Logo ao terminar, já comprei também outros livros do mesmo autor, pois vale a pena.
Em a Ilha do dr. Moreau, conhecemos Edward Prendick, que após naufragar, vive os maiores tormentos de sua vida. Ele é conduzido a uma ilha misteriosa e pouco conhecida, embora sua presença não seja desejada lá.
Na ilha, ele tem contato Montgomery e o doutor Moreau, os únicos habitantes do lugar. Ou melhor, os únicos habitantes verdadeiramente humanos, pois gradativamente, Prendick conhece outras pitorescas figuras que vivem ali. Tratam-se de criaturas humanóides, mas com modos animalescos.
À medida que conhece melhor a ilha e hábitos dos moradores, o náufrago é tomado, cada vez mais, por um medo nascente da desconfiança dos métodos utilizados por Moreau em suas pequisas.
A certa altura, ele se lembra de um célebre pesquisador que fora exilado por suas técnicas pouco ortodoxas e por sua obsessão de transformar animais em humanos por meio da vivissecção, que mistura cirurgia mutiladoras e hipnose.
O livro tem uma narrativa perturbadora e instigante, levando o leitor a conjecturar junto com o personagem. Também ressalto o potencial pedagógico do livro, devido aos conceitos científicos que ele utiliza.

O escritor britânico Herbert George Wells nasceu em 21 de setembro (assim como Stephen King) de 1866. Era filho de um pequeno comerciante e trabalhou desde muito novo. Ingressou na carreira universitária e estudou biologia com Thomas Huxley, mas se tornou jornalista e escritor profissional.
Escreveu mais de uma centena de livros, entre romance, ensaios, textos educacionais e contos, mas ficou famoso mesmo com sua ficção científica.
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Leonardo 03/03/2014

O que é um ser humano?
De H. G. Wells eu já havia lido O Homem Invisível, resenhado aqui. Se naquele clássico da ficção científica eu havia comentado que a principal preocupação do autor era contar uma boa história, sem grandes reflexões filosóficas ou morais, o mesmo não pode ser dito de A Ilha do Dr. Moreau. Aqui, apesar de haver um enredo bem definido e uma história muito tensa e bem contada, o autor nos provoca em vários aspectos: até onde podemos ir nas nossas ambições científicas? O que é lícito e o que não é lícito? O que é um ser humano? Quem é evoluído e quem não é?

O livro conta a história de um náufrago, Charles Prendick, que é resgatado por um navio que leva animais a uma pequena ilha do Pacífico. Ele nota que há algo estranho ainda no navio, na aparência e no comportamento de alguns dos ajudantes do Dr. Montgomery. Seu desejo é nem parar na ilha, mas acaba não tendo escolha, por conta da sua fragilidade, e vê-se forçado a passar uma longa temporada ao lado do Dr. Moreau e das suas criaturas.

Sim, creio que a essa altura esta informação não é spoiler. O Dr. Moreau faz experiências genéticas misturando animais, criando novas raças, “melhorando” a criação.

Isto não é revelado logo de cara, e não se preocupe: se você não sabia disso, sua experiência com o livro não será prejudicada. Mais do que as experiências, o foco do livro é o que acontece a partir do momento em que Prendick chega na ilha:

“- Estou contente por ter dado tudo certo – disse – Aquele capitão é um estúpido. Estava disposto a sacrificá-lo.

- E você me salvou, mais uma vez.

- Isto depende. Você vai achar esta ilha um lugar infernal, posso lhe garantir. Se eu estivesse no seu lugar, andaria por aqui com o máximo cuidado. Ele… – Nesse instante ele hesitou e pareceu mudar de ideia quanto ao que estava a ponto de falar. – Bem, será que pode me ajudar a levar esses coelhos?”

Pendrick é curioso e começa a vasculhar a ilha. Não demora e começa a interagir com seus habitantes. As consequências dos seus atos são sensíveis, e abalam o equilíbrio tênue daquele pequeno mundo. O livro avança rápido, violento, urgente, e podemos prever que o desfecho não será auspicioso.

Não vou adiantar mais nada sobre o enredo. Deixo para você, leitor, descobrir e se deliciar com mais um grande livro de H. G. Wells, um livro escrito há mais de cem anos e que, no entanto, permanece vivo e empolgante.

Visionário parece ser uma palavra muito apropriada para H. G. Wells. Se pegarmos seus quatro maiores clássicos – O Homem Invisível, A Máquina do Tempo, A Ilha do Dr. Moreau e Guerra dos Mundos – e pensarmos que eles foram escritos num período de quatro anos, ainda no final do século XIX, podemos perceber como ele estava à frente do seu tempo. A influência dessas obras está presente em todo lugar, e com A Ilha do Dr. Moreau não é diferente. Um prato cheio para quem gosta de ficção científica.

Minha Avaliação:

4 estrelas em 5.

site: http://catalisecritica.wordpress.com
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Sr. Machado 09/05/2015

Um clássico da ficção científica
“A Ilha do Dr. Moreau” foi meu primeiro contato com a obra de H.G Wells. Quando descobri o livro logo fiquei muito interessado em começar a leitura, a sinopse me prendeu logo de cara. Gosto muito de histórias que se passam em um local isolado, como é o caso desse livro, onde Prendick relata como foi sua experiência após sofrer naufrágio da embarcação Lady Vain. Vamos conhecer como Prendick foi salvo pelo médico Montgomery por outra embarcação e acabou indo parar em uma ilha onde coisas estranhas acontecem.

O livro vai falar muito sobre a vivissecção, processo onde animais são manipulados e transformados em criaturas diferentes. No livro o Dr. Moreau, dono da ilha, faz experimentos com diversos animais. Moreau já mora na ilha a anos, onde conta com a ajuda do médico Montgomery. O leitor vai acompanhar os momentos de terror e angustia de Prendick nessa ilha onde Moreau pratica a vivissecção. Debilitado e sem encontrar nenhuma maneira de ir embora, Prendick terá que conviver com as aberrações que ali existem.

A narrativa de H.G. Wells é fácil, apesar de todas as referências científicas. O enredo consegue prender a atenção, criando aquele clima onde você sempre vai querer saber o que vai acontecer. Como Prendick vai sobreviver em uma ilha onde coisas tão estranhas acontecem? Será que o melhor a fazer é se adaptar? H.G. Wells me surpreendeu, sua ficção é simples e inteligente.

site: http://goo.gl/Om4m2z
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Helena Eher 22/03/2015

Clássico da Ficção Científica
A Ilha do Dr. Moreau é um clássico de aventura e ficção científica que conta a história de Edward Prendick. Após um acidente de navio, ele é resgatado e vai parar em uma ilha na qual o Dr. Moreau está fazendo experiências envolvendo vivisecção, transformando animais em humanos.

O Dr. Moreau diz que trabalhar nas aparências é muito mais fácil do que na inteligência e afirma que ainda não conseguiu mexer nos instintos e nas emoções.

Os animais, apesar de terem uma aparência assustadora, são capazes de falar e realizar tarefas humanas. Eles repetem constantemente as leis criadas por Moreau, como não experimentar sangue, não andar nas quatro patas, não escalar árvores, etc. Se não seguirem as leis, eles são punidos. Tudo para impedir que aflorem os instintos animais.

Li o livro em inglês e a linguagem não é tão difícil quanto Drácula ou Frankenstein e nem tão fácil, mas, no geral, a leitura flui bem. A história cria um clima de tensão, pois as personagens nunca estão seguras.

A história é contada em forma de relatos/memórias escritas por Edward Prendick, que resolveu registrar sua história após voltar para Londres (já sabemos disso nas primeiras páginas).

Um enredo aparentemente simples, mas repleto de reflexões acerca do que diferencia um homem de um animal. Ao terminar o livro, a questão fica por um tempo martelando os pensamentos e acho muito bom quando isso acontece! Apesar de ser um livro antigo, a premissa é bem atual, encontramos em suas páginas críticas sobre o colonialismo, os avanços da ciência e, até mesmo, a religião.

O livro pode ser baixado (legalmente) de graça.

site: http://doslivrosumpouco.wordpress.com
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Jadna.Rocha 31/01/2015

A Ilha do Dr. Moreau - H. G. Wells

Segundo livro que eu leio do H.G. Wells e percebi uma certa estrutura na escrita nele. Geralmente o começo é bem atribulado,e o modo dele apresentar a história é bem empolgante,mas a medida em que ela vai se desenvolvendo e ele passa a se aprofundar, as coisas vão ficando um pouco mais filosóficas e lentas.

Eu realmente fiquei com muito medo no começo desse livro. Não só pela bizarrice de tudo que tava acontecendo ali,mas também pelo fato de que as únicas pessoas "sãs" foram as que causaram aquilo pra começar.

Mas a medida que o Dr. Moreau explica o que vem acontecendo na ilha e o próprio Pendrick aceita toda a situação,as coisas passaram pra uma acomodação estranha.
Já o final é até bem surpreendente porque eu esperava uma tragédia,mas como é mais típico do autor,ele foi mais metafórico e reflexivo.
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Samu 24/04/2014

Sem dúvida um livro maravilhoso.

Aborda temas crucias da existência humana.
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