@aprendilendo_ 28/07/2020
Resenha de A Sutil Arte de Ligar o F*da-se
F*da-se, dane-se, não importa: Termos geralmente usados para designar o sentimento de desinteresse, indignação ou mesmo impaciência. O que poucas pessoas admitem é: geralmente tais palavras são usadas justamente quando sentimos o oposto. Nesse contexto, em a Sutil Arte de Ligar o F*da-se, Mark Manson propõem-se a nos ajudar a usa-las (ou pelo menos senti-las) nos momentos oportunos, para as situações necessárias e claro, de forma sincera e pelo motivo correto.
Aqui surge o livro de cerca de 220 páginas o qual fora publicado pela primeira vez em 2016. Diferentemente do parecido à primeira vista pelo título um tanto quanto importuno, a obra não é uma espécie de tratado anarquista o qual oferece uma maneira de simplesmente ignorarmos o mundo e viver como se nada importasse. Muito pelo contrário, como dito por Mark ainda no início de sua escrita, “ Este livro vai ajudar você a pensar um pouco mais claramente sobre o que elege como importante na sua vida e o que considera insignificante”. Essa frase talvez resuma bem o objetivo do autor. Afinal, somos a todo momento expostos aos problemas de uma sociedade entorpecida pelo espetáculo da falsa perfeição. Para isso, o livro é dividido em 9 capítulos e transpassa principalmente pelos temas das escolhas, fracassos e propósitos.
Dessa forma, todo o livro é baseado em experiências do autor, tanto em sua própria vida, quanto ao saber sobre outras histórias de seguidores de seus blogs, familiares, amigos e famosos. Um bom ponto nessa característica é a boa imersão, o escritor é um ótimo contador de narrativas e consegue encaixar muito bem aquilo pretendido ao seu pensamento. Em auxílio a isso surge o bom humor de Manson. Com um tom irônico e sarcástico, damos boas gargalhadas por todo o desenvolver e apesar de em certos momentos as piadas serem um pouco fortes, elas conseguem amenizar o peso de duras críticas as quais podem urgir diretamente aos nossos comportamentos. Tais características somadas dão a ótima sensação de uma conversa séria entre amigos descontraídos, não tornando em nenhum momento o livro em algo como um dedo nos julgando.
Como consequência, temos aqui uma leitura fluida, pouco enjoativa e muito divertida, mas com certeza não menos importante. As boas ponderações do escritor mostram-se extremamente pertinentes e verdadeiras durante a obra, a todo momento somos questionados sobre certas atitudes e pensamentos próprios, gerando também um bom momento de auto conhecer. Entendemos um pouco mais dos porquês de estarmos tão assustados com coisas as quais aparentam ser banais ou mesmo pela falta de importância dada a outros assuntos tão urgentes. Claro, não são todas as conclusões estritamente certeiras, algumas vezes surge em Mark sua filosofia niilista a qual infelizmente é bem mais expressa em seu segundo livro (F*deu Geral), escrita essa a qual decai muito em comparação ao primeiro best-seller do autor. Apesar disso, a obra acerta bem mais do que erra e entrega o prometido.
A Sutil Arte de Ligar o Fod*-se é um livro extremamente cômico, espontâneo e instigante. Ele nos provoca a entender um pouco mais sobre nós mesmos e nossos medos, nos instiga a ir atrás do certo e acima de tudo, de não se importar com aquilo que não vale a pena. Ótima leitura.
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