Neylane Naually 02/07/2020SurpreendenteFrankenstein ou o Prometeu Moderno, foi escrito por Mary Wollstonecraft Shelley em 1818, depois de uma visita dela à mansão de Lord Byron, onde foi desafiada a escrever uma história de terror. Ela teve que publicar primeiramente de modo anônimo e tinha apenas 18 anos. Frankenstein obteve um grande sucesso e é considerada a primeira obra de ficção científica da história.
Eu me surpreendi demais com esse livro. Vi o filme da Mary Shelley (2018) e foi o que me fez querer ler o livro (comecei a leitura assim que terminei o filme!) No filme a gente já tem uma ideia de sofrimentos que a autora passou, principalmente a perda da filha pequena e as desilusões com o companheiro Percy Shelley, mas mesmo assim ela consegue colocar no livro uma dor muito profunda, que eu vi poucas vezes em uma obra.
“You have hope, and the world before you, and have no cause for despair. But I — I have lost every thing, and cannot begin life anew.”
Outro ponto que me surpreendeu foi a trama da história em si. Eu imaginava o protagonista Victor Frankenstein como um cientista velho, doido, num castelo e que gritava “Está vivo!” na famosa noite de novembro, mas não tem nada disso. Victor é um estudante jovem, com uma família maravilhosa, apaixonado por sua noiva Elizabeth, feliz de verdade, e simplesmente decide criar um ser. Quando ele dá vida ao monstro seu horror é tanto que a partir desse segundo ele nunca mais tem paz.
"I had desired it with an ardour that far exceeded moderation; but now that I had finished, the beauty of the dream vanished, and breathless horror and disgust filled my heart."
A parte mais triste do livro é justamente quando conhecemos o que aconteceu com o monstro depois que foi abandonada pelo seu criador. Lemos relatos da sua solidão extrema, de como tudo que ele queria era receber ao menos um olhar carinhoso, mas por causa de sua aparência horrenda, os humanos mal conseguem olhar para ele, e sua miserável vida se resume numa enorme desilusão solitária.
"Oh, Frankenstein, be not equitable to every other, and trample upon me alone, to whom thy justice, and even thy clemency and affection, is most due. Remember that I am thy creature: I ought to be thy Adam; but I am rather the fallen angel, whom thou drivest from joy for no misdeed."
Um livro incrível, Mary Shelley se tornou uma grande referência pra mim, me surpreendeu diversas vezes no livro, a escrita dela é muito bonita (o nível de inglês é intermediário) e o livro é lindo, eu poderia falar dele por horas, uma das melhores leituras que já fiz.
“learn my miseries, and do not seek to increase your own.”
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https://medium.com/@neylane/lendo-na-quarentena-frankenstein-or-the-modern-prometheus-de-mary-shelley-73a05082a11