Rê 20/06/2016
Teeteto
A obra começa com uma indagação “o que é conhecimento?” e para uma possível resposta, por intermédio, de um diálogo com Teeteto, Sócrates começa a refutá-lo, mostrando que de certa forma o conhecimento não é imutável e que conceito difere de exemplificação, bem como de utilização.
A primeira sugestão de Teeteto é que tudo é conhecimento, desde o conhecimento acadêmico como a arte dos sapateiros. Ele não compreende a proposta de Sócrates, ele não pergunta quantos tipos de conhecimento existem, todavia, o é que, qual sua finalidade. Para melhor apreensão ele exemplifica “o que é lama?” Responderiam a lama dos oleiros, dos construtores e etc., ou seja, Sócrates mostra o quanto seria ridículo, tais exemplos, que não constituem conceitos, portanto, ao perguntar o que é lama dificilmente responderíamos terra molhada, que é o seu verdadeiro conceito, tendemos a exemplificar.
Para uma segunda justificativa de conhecimento Teeteto supõe que é percepção e vê que essa justificativa é refutável, pois a percepção é relativa, o que para um indivíduo é frio para outro pode ser quente, ou seja, a percepção é sensorial e relativo a cada indivíduo. Corroborando com Protágoras. “Protágoras afirma que o homem é a medida de todas as coisas, da existência das que existem e da não existência das que não existem” (p.15). Ao afirmar que tudo é verdade e está em constantes mudanças, assim, uma pessoa com venda nos olhos, por exemplo, pode dizer que não está enxergando nada, conquanto outro pode afirmar que enxerga com um olho.
No entanto, é problemático definir conhecimento como sensação, para uma possível resposta Teeteto defini conhecimento como capacidade de juízo. Ou seja, a reflexão da alma acerca de si própria, é equivocada, portanto, definir conhecimento como juízo, pois há juízos verídicos e falsos. O diálogo se encerra de forma perplexa e se percebe que é complexo chegar a verdades e conclusões diferentes, quando com frequência existem respostas convencionais prontas a serem repetidas. Por isso, Sócrates era considerado sábio, porque não repetia o que era proposto mais construía seu conhecimento, através do conhecimento último, confeccionado por questionamentos para “parir” ideias, aliás, o próprio achava que era seu real trabalho.
Nesse viés, com relação à obra lida para o curso de Letras é de extrema importância, pois instiga o leitor, fazendo-o analisar várias vezes o texto e interpretá-lo, ou seja, são procedimentos essências para todos os acadêmicos, em especial aos de letras. O autor utiliza-se de metáforas e imagens para de algum modo, entender o significado acerca do que é conhecimento. Com a leitura da obra em análise, pode-se constatar que utilizamos as palavras sem saber o seu real significado. Assim, Teeteto, estará presente na vida de cada indivíduo que não aceite como verdadeiro tudo o que lhe é apresentado.