O Cabeleira

O Cabeleira Franklin Távora




Resenhas - O Cabeleira


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profuilma 20/07/2021

O livro, publicado em 1876, não é pura ficção, pois retrata a vida de José Gomes, cujo pai Joaquim Gomes levou ao mundo da crueldade e da criminalidade desde muito pequeno.
A história aconteceu nos anos de 1770, em Pernambuco e foi contada por meio das trovas populares para as outras gerações.
O bando de Cabeleira, junto com Joaquim e seu comparsa Teodósio saqueavam, torturavam e matavam a população pobre. Até que um dia resolveram atacar a Vila do Recife e o governo para não ficar desmoralizado decidiu prendê-los.
Nesse mesmo período, o Cabeleira reencontrou Luizinha que era sua amiga de infância e o amor fez florescer a bondade novamente em seu coração. Mas, como apagar as crueldades praticadas por Cabeleira ?
A população ficou confusa, pois o garoto que foi levado ao crime pelo próprio pai poderia ser considerado culpado?
E o amor entre Cabeleira e Luizinha conseguiria vencer?
Vale lembrar que é um romance da escola literária conhecida como ROMANTISMO.
" (...) o responsável de males semelhantes não será primeiro que todos a sociedade que não cumpre o dever de difundir a instrução, fonte da moral, e de organizar o trabalho, fonte da riqueza?"
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Carol 11/04/2021

Romance histórico
O Cabeleira é um livro baseado em trovas populares sobre um bandido que aterrorizou Pernambuco pelos anos de 1770 e ficou marcado pela sua crueldade. O livro traz bastante conteúdo histórico sobre a região falando sobre como eram as cidades, quem governava, os costumes da época e etc.
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julialleite_ 04/03/2021

Eu botei uma meta de ler mais clássicos da literatura nacional esse ano
Eu gostei dessa história, e por um milagre n passei mta raiva
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Tatianees 13/02/2021

Triste
O Cabeleira de Franklin Távola é um clássico da literatura nacional bem pouco conhecido.
Esse livro é baseado em fatos reais e conta a história de José Gomes, o Cabeleira. Um bandido precursor de Lampião, mais cruel e perigoso do que o famoso cangaceiro.
José poderia muito bem está no meu livro, Maus Meninos, pois sua vida mostra claramente o poder do ambiente sobre a indole de uma criança.
Quando está com a mãe, José é um menino bom. Na companhia do pai, um ladrão e assassino, José se torna cruel.
"Homem não chora. Homem faz chorar."
Quando tinha nove anos, José ganhou uma faca do pai e a ordem de usá-la em qualquer um que cruzasse seu caminho. Fosse homem ou mulher, criança ou adulto, negro ou branco.
A mãe do menino trocou a faca por um rosário, que ele passou a usar no pescoço. Quando o pai de José descobriu, pegou o menino e sumiu no mundo.
Na companhia do pai, José se tornou o Cabeleira, o bandido mais cruel e perigoso de todo o sertão. Até o dia em que ele reencontra Luisinha, seu amor de infância.
José havia jurado para a menina que um dia se casariam e a partir desse dia, ele não faria mal a mais ninguém.
Junto com Luisa, José passa a fugir da milicia que o está caçando. Sem dinheiro, sem comida e sem abrigo José tenta manter sua promessa de se tornar um homem bom.
A leitura desse livro pode ser um pouco difícil para quem não está acostumado com a linguagem de séculos passados, mas vale a pena. Além da carga histórica, o livro tem uma bonita história de amor e uma critica social bem forte.
"Minha mãe me deu
Contas para rezar;
Meu pai deu-me faca,
Para eu matar."
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16/07/2020

Em Pernambuco, o Leão do Norte: os rastro de O Cabeleira
Tinha esquecido de resenhar esse livro, e pelo tempo acho que serei breve. Entrei nessa leitura para conhecer melhor o romantismo brasileiro, em especial, a prosa regionalista. O livro de Franklin Távora foi uma bela introdução para conhecer essa fase. Objetivo, curto e nordestino, ele apresenta de forma clara as características daquela época, por isso destaco seus dois pontos positivos mais fortes, abaixo.
O primeiro é como não só conhecemos o alter-ego de José Gomes e suas aventuras, mas sim também desbravamos o Recife. As paisagens são descritas de formas singulares para de fator fazer o leitor conhecer um pouco do nordeste brasileiro - apesar de isso fazer o livro pesa como documental, pelas excessivas descrições. Nota-se ainda, como ele é também representa um período de transição para o realismo, pois há um forte destaque para a realidade social da população recifense, e em especial, uma crítica social para o autoritarismo do governo.
E em segundo, a temática, que trata de um assunto que iria se popularizar muito em seguida: o cangaço, na figura de O Cabeleira, o primeiro cangaceiro brasileiro. Conhecer um pouco de sua vida, permite uma reflexão de como se iniciou seu comportamento (o capítulo destinado a sua criação é um dos pontos altos do livro), e faz traços humanos sobre ele: não sendo nem herói, nem vilão. A presença de Luisinha é forte no livro e coloca o anti-herói no dilema clássico do amor x dever.
No final, é uma literatura que vale mais a pena para conhecer um pouco sobre a história de Pernambuco e da realidade social e cultura da época, de um Brasil que ainda não era independete.
"Os tempos vingam-se, e se a humanidade algumas vezes, como as aves, rasteja e se enloda nos charcos da terra, purifica-se como elas, nas chuvas celestes, e eleva-se a regiões sereníssimas donde vê a grandeza do Onipotente nos milhões de mundos que povoam a imensidade; a sua sabedoria na harmonia que os prende; a sua bondade no sem-número de leis, assim físicas, como morais, que protegem os corpos e dignificam os espíritos."
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Samillymiranda 05/07/2020

A história é boa, mas a narração cansativa.
Sinceramente? Esperava mais. Tive que ler pra fazer um trabalho, acho que toda leitura que não é feita por vontade própria às vezes se torna um pouco cansativa. Tive dificuldades no início por conta da linguagem arcaica, os personagens não ajudaram muito. Só comecei a achar bom na metade, mas não durou muito. O único ponto de vista que achei necessário foi o do "Cabeleira" e foi o único personagem que me interessou também. Tanto pela personalidade, quanto pelas tristes motivações a continuar fazendo o que fazia. O fim acaba compensando o sufoco que passei pra terminar a história, a crítica social é ótima. Mas ainda me perguntando qual foi a necessidade de colocar a carta do início e a do final...
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Lua 13/01/2020

muito bom!!
Faz tempo que li, mas lembro de ser um romance cativante sobre um criminoso do sertão nordestino que tem a vida influenciada pelo meio e vive um delicado relacionamento com uma amiga de infância
Há muita descrição do meio e da crueldade que o Cabeleira tem dentro de si desde quando era jovem.
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regifreitas 26/07/2018

O romance do cearense Franklin Távora, um dos marcos do romance regionalista do século XIX, foi também um dos precursores das histórias de cangaço no nordeste brasileiro, muito antes do surgimento de figuras como Lampião. Conta a história de José Gomes (o Cabeleira), e seu pai, Joaquim Gomes, bandidos que praticaram toda sorte de crimes e aterrorizaram Pernambuco nos anos 1760. Com personagens inspirados na vida real, Távora se vale tanto das histórias transmitidas oralmente sobre essas pessoas, como de dados históricos sobre os acontecimentos, lugares e datas, tornando esta quase uma obra de caráter biográfico.

A leitura de O CABELEIRA deixou de se tornar interessante, como estava sendo até então, a partir do surgimento, de forma um tanto abrupta, do romance entre José Gomes e Luísa. A ligação entre esses personagens serve apenas como pretexto para a redenção do bandido, que larga a vida de crimes em nome desse amor. Mas esse relacionamento, e a pretensa modificação efetuada em José Gomes por conta dele, é pouco convincente e súbita demais. Faltou talvez um tempo de desenvolvimento um pouco maior para justificar a transformação e torná-la crível. Távora até lança mão do artifício de narrar partes da infância de José Gomes, quando ainda não corrompido pelo pai, e ainda sob a influência materna, como uma forma de estabelecer que o personagem não era tão cruel como o pintavam. Mas não funcionou para mim.

Ao final, o autor tece uma espécie de libelo contra a pena de morte, segundo ele um “crime jurídico”, que “não corrige nem moraliza”. O Cabeleira foi capturado, condenado e executado, mas as condições miseráveis e desumanas de uma região praticamente abandonada, responsáveis pela sua transformação em bandido, continuaram existindo. E, com pouquíssimas alterações, ainda continuam nos dias de hoje.

Não é uma obra perfeita, está longe de ser. Mas serve como denúncia e reflexão de como nossa história caminha a passos muito lentos na resolução dos problemas sociais do nosso povo.
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josemaltaca 01/03/2018

Tragédia no Sertão Colonial
"O Cabeleira", de Franklin Távora", narra a história do assassino José Gomes, que atende pela alcunha homônima ao título do livro. O livro mostra a sua relação com seus pais (Joaquim e Joana), com outros malfeitores - em especial Teodósio - e também com seu amor de infância, Luisinha. Todas as personagens supracitadas, não obstante possuírem um caráter parcialmente instrumental à obra, têm uma ótima construção, contribuindo para a formação moral e mental do protagonista. As demais são meramente instrumentos narrativos, mas o autor intencionalmente assim as projetou para representar também costumes, histórias, fé, tradições e organizações locais presentes no sertão do Pernambuco colonial em 1776.

Há certa dificuldade em se embrenhar pela páginas do livro, mais pela linguagem utilizada do que pela história repleta de árduas considerações sobre a alma humana. Tais percalços linguísticos são notadamente marcados por duas características: o regionalismo e a linguagem do século XIX. No que concerne ao primeiro ponto, o próprio autor construiu um apêndice ao final do livro para esclarecer termos próprio da região. Em relação ao segundo, não se configura como um problema do livro em si, dado que foi escrito em 1876, época em que se utilizavam termos e construções gramaticais distintas das atuais. Portanto, a dificuldade em se ler a obra é contornável tendo-se em vista tais pressupostos.

O livro é difícil de se ler também no sentido de ser árduo, áspero, duro. A violência extrema representada por um certo distanciamento causa uma inquietação ante à naturalidade e à fidedignidade com que ela se apresenta. Há muita morte, crueldade, tristeza, tudo isso mostrado sob um caráter determinístico, o que dá à obra um caráter naturalista em certos trechos. Não fosse ela parte do realismo regional, poder-se-ia assim a caracterizar. Sem dar spoilers, a transformação do protagonista ao longo da obra é um espetáculo triste, porque ao mesmo tempo em que é alentadora e insere lhe camadas de complexidade, bem como dá lampejos de esperança quanto à mutabilidade daquele mundo, não altera a tragédia já anunciada e consumada no chocante e aterrador final. Em suma: um clássico subestimado da literatura nacional que é altamente recomendável para quem quer uma leitura gratificante e que suscita reflexões e questões que, surpreendentemente, são ainda atuais.
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Samara 31/01/2018

O cabeleira do recife
Resenha por fazer
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R...... 05/01/2018

Li na edição da Martin Claret que, além do texto do romance, tem também considerações do autor e da crítica literária. Essas informações foram interessantes para uma perspectiva da obra antes de iniciar a leitura. Entre outras coisas, o leitor é informado de que é o primeiro romance nortista e esse gênero expressaria a verdadeira identidade brasileira, devido a literatura do sul ser dominada pela influência estrangeira. Fato ao qual o autor era crítico, se opondo declaradamente ao texto de Alencar.

Diante dessas informações, minha leitura fluiu estabelecendo paralelos. Realmente o estilo passa longe do rebuscamento e devaneio romântico, mesmo sendo considerada obra desse movimento. A descrição não tem esse apelo, seja nos cenários ou na caracterização das personagens. Há simplicidade na narrativa e o leitor é instigado sobretudo no contexto em que a história se desenvolveu.

Parece obra naturalista e esse aspecto é evidenciado com questionamentos no último capítulo. Em vez de embarcar na emotividade e drama pessoal das personagens, ele foca o contexto em que essa história ocorreu, com reflexões e críticas sociológicas. Quem leu, entende o que tento expressar.

Os momentos marcantes foram:
- A infância de Jose Gomes (Capítulo IV), onde conhecemos a origem do Cabeleira, após descrições que lhe conferiram a fama cruel. O texto explora a influência do meio sobre o homem, expressas na sociedade sujeita a violência e dependente de ações à altura para a sobrevivência (na visão de Joaquim). Ele é um pai endurecido pela vida, que força o filho Jose Gomes (futuro Cabeleira) a uma personalidade forte em seus conceitos. Indômita e cruel, segundo ele, por necessidade. Tem episódios com maldades que não encontramos em outros autores românticos (pelo menos os que li), de transformação da inocência da infância para o banditismo. Joaquim, o pai, é como Mefistófeles corrompendo a alma de Fausto, ou Iago seduzindo Otelo para maus caminhos. Ambas construções românticas, mas em um melodrama que não parece real, de fantasia afetada, diferente da possibilidade real que Távora procurou retratar e ao final do livro resgata em suas considerações sociológicas.
- A transformação do amor de Luisinha em Cabeleira (a partir do Capítulo X). Pode ser bobo o comentário, mas sabe aquela cena do Rambo se preparando para o quebra pau com as armas? Cabeleira fora impactado e por amor a jovem, o famigerado cangaceiro (conhecido nos sertões de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) joga fora todas as armas, ficando nu desse peso de desgraças e revestindo-se de nova perspectiva de vida que o faria feliz. Um Rambo ao contrário, né?! Távora não embala devaneios e o texto, por mais que expresse um ideal romântico, é descrito com muita simplicidade no seu todo, sem exageros.
- Claro que o último capítulo é também um momento diferenciado, discursivo sobre falta de oportunidade, injustiça social e impactos da pobreza e ignorância.

Gostei. Não tem nada arrebatador, nesse aspecto é pouco impactante, mas a descrição é mais próxima da realidade em um contexto em que a literatura era dominada por devaneios e construções ilusórias em primeiro plano.

Fiquei intrigado com algo. Afinal, o Cabeleira foi uma personagem real? Um cangaceiro dos idos coloniais? Ainda não encontrei texto conclusivo, mas é certo que é o primeiro romance sobre o cangaço. Ah, e uma curiosidade besta! Gosto de ver as capas dos livros, tentando descobrir algo. Bonita, mas equivocada, pois a a estética de cangaceiro retratada tomou forma com Lampião.

Vale a pena dar uma conferida na adaptação em quadrinhos publicada pela Desiderata. E vou nessa também! Oche! Marrapá...
R...... 06/01/2018minha estante
Pesquisando encontrei resposta para minha ignorância. O Cabeleira de fato existiu e sua história se passa cerca de um século antes da publicação desse livro.


R...... 06/01/2018minha estante
Mas ainda não encontrei relatos com detalhamento como gostaria de me informar.


Samara 12/01/2018minha estante
Estou com esse na minha lista, próximo livro clássico que vou ler é A carne. Bela rsenha.


R...... 12/01/2018minha estante
Oi Samara! Grato. Já li A Carne também. Um livro impactante.




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