Gog Magog

Gog Magog Patrícia Melo




Resenhas - Gog Magog


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Nathalie.Murcia 04/12/2019

Muito bom e engraçado
Um livro nacional curto e extremamente bem escrito, que nos faz refletir a respeito da importância do silêncio, algo cada vez mais raro na sociedade moderna, e de gatilhos para comportamentos psicóticos. Até que ponto os ruídos corriqueiros produzidos por um vizinho podem interferir na sanidade do outro, desembocando em uma rixa recíproca, e no despertar de instintos homicidas?

Um livro que me rendeu boas risadas, pela dose de humor ácido empregado pela autora. Achei a tese de defesa, invocada no júri, brilhante.

Além de lidar com o vizinho barulhento, nosso protagonista, um pacato professor, foi acometido de outros dramas pessoais, que podiam acontecer com qualquer um de nós. Um livro rápido de se ler. Recomendo muito!

"O barulho nos fragmenta. Nos impregna de loucura. E a verdade é que vivemos num mundo em que foi consumada a liquidação do silêncio. Não há mais silêncio em cidades como a nossa. Cidades com a nossa são acusticamente histéricas e nocivas. Há música nos elevadores e supermercados. Nas lojas e parques. Quando o barulho invade a nossa casa,a nossa paz, age como um ladrão, que nos rouba e nos estupra,sem piedade. Tiram de nós o que nos é mais precioso: nossa paz e nossa razão."

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Ernani.Maciel 23/07/2019

Não tem pressa quem sabe como contar a história.
Não importam se são 100 ou 1.000 páginas, o bom escritor nunca atropela a narrativa. Melo utilizou poucas palavras para desenvolver uma história agradabilíssima.

O protagonista vivenciou situações absurdas, porém factíveis. Situações que nós, pobres mortais, também estamos sujeitos a enfrentar caso percamos o controle.

Muito mais do que um livro policial, discute questões como tolerância, diálogo, autoconhecimento e autocontrole.

As personagens são quase palpáveis de tão reais.

Nota 5.

Edição: muito boa.
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Gabi Machi 01/02/2019

Como outros livros da Patricia Melo, Gog Magog tem uma leitura rápida, ácida, a partir do improvável ponto de vista do assassino. Embora a história seja criminal, não existe nenhum suspense... A graça é "entrar" na cabeça do protagonista-assassino e ver como sua mente funciona, como as pessoas têm a capacidade de encontrar uma lógica pros seus atos até onde não existe.

O diferencial desse livro é a atual ambientação do personagem, do crime e do julgamento. No enredo, Patricia aborda os temas de porte de arma, caos, decadência da escola pública brasileira, o fato do Brasil não ser um estado laico, entre outros...
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Monica Monte 26/12/2018

Bem sem gracinha, tive que parar.
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Rodrigo.Vieira 22/01/2018

GOG MAGOG
GE-NI-AL. Maravilhoso acompanhar a perspicácia da autora, sem se render a julgamentos fáceis e conclusões rasas, ao destrinchar uma mente doente, decorrente de um mal tão sério, e tão pouco levado em consideração nas grandes cidades, que é a poluição sonora, o excesso de barulho, do caos pela ausência do silêncio. Surpreso pela escrita ágil, e em como a leitura fui. Não consegui largar. Minha primeira leitura da autora, e já está entre os melhores livros que li nos últimos tempos.
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Debyh 20/01/2018

Pode se dizer que sou meio que fã da Patricia Melo. Já devo ter lido uns quatro livros ou mais dela, gosto muito do estilo da escrita dela e geralmente recomendo para muitos que não a conhecem. Eu estou acostumada a escrita mais ‘crua’ e geralmente uma realidade que ninguém quer ver nestas histórias, mas muitos podem se assustar quando leem algo dela pela primeira vez. Mas, mesmo assim eu continuarei recomendando estes livros maravilhosos que ela escreve.
Um professor com uma vida comum se vê numa situação muito complicada onde não aguenta mais os barulhos que seu vizinho produz. Um acidente (ou algo premeditado?) o leva a cometer um crime. Uma coisa arrastando a outra, mas a dúvida que paira é: ele está doente ou somente é um criminoso?
(continua no link)

site: http://euinsisto.com.br/gog-magog-patricia-melo/
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Gilberto.Custodio 09/01/2018

Cativante como sempre.
Uma das melhores escritoras do país, a Patricia Melo nos presenteia com mais um livro cativante que se passa em São Paulo, mais uma vez enumerando problemas da grande metrópole como barulho, violência e cinismo. Recomendo ainda mais se tiver algum vizinho chato.
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ElisaCazorla 22/12/2017

Silêncio, por favor!
Não gosto de livros policiais (este não é um) mas está na categoria talvez porque tenha um cadáver mutilado e um julgamento, mas não é um policial clássico. Enfim, decidi ler este livro por causa da pergunta que encontramos na capa: " Pode o ruído incessante produzido pela sociedade contemporânea provocar instintos homicidas num morador de uma grande cidade?" Eu queria muito saber qual era a resposta da autora.
(Spoiler alert) Gostei muito das ideias da autora sobre o silêncio ser um bem que só pode ser comprado pelo ricos mas acho que ela deveria elaborar mais o que silêncio significa e deveria levantar algumas questões sobre a possibilidade do silêncio nem mesmo existir. Será que o silêncio absoluto existe? Acho que não. Acho que viver é produzir sonos. Nosso corpo, o sangue que pulsa do coração e corre pelos tubos venosos direto para todos os órgãos fazem barulho. O coração é puro barulho. Sem falar da respiração! Barulho! Sentimos nossos barulhos internos. Ouvimos cada ruído de nosso corpo de dentro para fora. E nosso corpo sofre com os ruídos do ambiente e os sente de fora para dentro. Nosso ouvido é como uma concha acústica e reverbera o mais singelo e delicado som externo. Vivemos em uma constante 'rave' desde o momento que nosso ouvido é formado ainda dentro do útero de nossas mães. A autora não foi tão a fundo. Uma pena.
O narrador é o protagonista e está em primeira pessoa. Prefiro os narradores oniscientes mas gostei deste protagonista/narrador. Me senti próxima dele e já de cara senti também uma certa empatia pelo protagonista e me identifiquei com ele pois, assim como ele, sou constantemente atormentada pelos ruídos e barulhos da cidade - o trânsito ininterrupto, o tic tac do relógio de parede da cozinha, o constante zummmm, em uma nota só, da geladeira, as crianças no pátio do prédio, as risadas do vizinho, as mensagens do celular, o cantor desafinado, o sertanejo universitário - sim, isso é barulho e não música -, carros e motos que insistem em exibir seus poderes inúteis para todos e para ninguém, o lixeiro que parece nunca terminar de coletar as caçambas, o estalar da madeira do guarda roupa e do piso, ahhhh é muito barulho!!! Felizmente moro no último andar e não ouço passos ou descargas, mas ouço a caixa dágua no meio da noite. Detesto o barulho da caixa d´água. Agora com o verão aparecem novos ruídos: o ar condicionado dos vizinhos. Maldito verão! hehehehe
Algumas pessoas não entendem que não é chatice. Existem algumas pessoas mais sensíveis aos ruídos. O protagonista é uma dessas pessoas. E seu vizinho parece ser a fonte de todos os seus problemas.
A narrativa é fluida, o texto é fácil de seguir. O enredo não apresenta muitas novidades, mas algumas ideias interessantes sobre o silêncio e o barulho.
Faltaram algumas páginas. Acho que mais umas 50 ou 60 dariam conta de suprir minha necessidade de explorar mais as ideias da autora sobre o barulho e o silêncio, mas de modo geral eu gostei. Vale a pena a leitura. O desfecho fraco não elimina todos os outros pontos positivos da obra. Recomendo!
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