Isabella.Wenderros 06/02/2021“Família é afinidade, é ‘à Moda da Casa’. E cada um gosta de preparar a família a seu jeito.”A premissa de “O Arroz de Palma” chamou minha atenção e acreditei que poderia ser conquistada por sua narrativa. Uma história familiar contada por um integrante mais velho, misturando passado e presente? Comecei com as expectativas lá em cima, mas terminei decepcionada.
Antonio é um homem de 88 anos que está preparando um almoço importante para o reencontro de sua família, algo que não acontece há décadas. Durante essa manhã atribulada, o protagonista começa a narrar todos os acontecimentos que o trouxeram até ali.
As primeiras páginas foram cativantes através do casamento entre José Custódio e Maria Romana, além da relação de gato e rato de José com sua irmã, Palma. Depois da cerimônia, o jovem casal recebe da cunhada como presente o arroz que foi jogado para o alto durante a saída da Igreja e se torna presença constante em todas as fases de suas vidas.
Por parte da leitura eu fiquei envolvida, mas o foco ser em Antonio (primogênito de Custódio e Romana) me atrapalhou bastante. Eu simplesmente achei o protagonista chato, presunçoso e insípido. Já que ele é o narrador, sobrou pouco espaço para que os outros personagens pudessem brilhar, personagens esses que, talvez, poderiam ter tido uma atração maior para mim – de todos, Palma e Nuno foram aqueles que mais me chamaram a atenção.
O livro é bom, a escrita é poética – apesar de achar um pouco lenta – e sensível. A família retratada aqui é real, com erros e acertos que podem fazer com que o leitor se perceba através de suas próprias experiências. Pensei em abandonar em alguns momentos, mas decidi insistir para ver o que aconteceria nessa reunião familiar. Apesar de não ter amado como esperava, recomendo a leitura.