Cinzas do Norte

Cinzas do Norte Milton Hatoum




Resenhas - Cinzas do Norte


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AndrAa106 26/04/2021

Impressionada
Relação conflituosa de pais e filho ambientado na Manaus dos anos 70 tendo a ditadura, tempo obscuro da história do país até hoje, como pano de fundo. Conhecendo partes dos Brasil esquecida pela literatura.
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felipebeiragrande 06/01/2016

É de tirar o fôlego
Denso. Angustiante. Dramático. Fantástico. A cidade de Manaus que vai se tornando cinzenta ao longo dos anos. A história de pessoas queimando seus sonhos e suas vidas até às cinzas.
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mardem michael 02/02/2017

Arte, revolta, poder...
Li esse livro há 3 anos atrás e hoje, mais maduro como leitor, relendo essa obra percebi suas nuances as quais não percebi da primeira vez que li. Como Milton Hatoum é incrível! Cinzas do Norte se passa no estado do Amazonas e conta a história de revolta de Mundo. Este só encontra sentido em sua vida através da arte e seu pai Jano, comerciante, ditador, o odeia por isso e quer a todo custo atormentar a vida do filho querendo que ele seja qualquer coisa menos um "artista vagabundo". A história é narrada por Lavo, o melhor amigo de Mundo que se torna advogado dando ainda mais motivo para Jano atormentar mundo comparando-o com Lavo. Nessa obra, Hatoum, com sua escrita realista e sensível me fez imergir em terras amazônicas, descrevendo os problemas da região com desmatamento e miséria ainda em tempos de regime militar. A história de mundo e sua família, trágica, emocionante e angustiante, nos dá um desfecho que é totalmente condizente com o título do livro. Cinza do Norte me deixou triste e feliz ao mesmo tempo.Sofri com Mundo, torci por ele, por ele chorei. Um dos meus livros favoritos. Meu escritor brasileiro favorito!!! Quero ler tudo deleee!
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Maria22510 16/08/2017

Cinzas Do Norte, de Milton Hatoum
Neste livro vamos acompanhar a história de Raimundo, mais conhecido como Mundo, sob o ponto de vista de Olavo, ou simplesmente Lavo, um garoto órfão e o melhor amigo de Mundo desde a infância. Mundo é filho de Trajano, um grande exportador de juta e espera que seu herdeiro, siga seus passos. Mas mundo não liga para a riqueza, muito menos para o negócio dos pais, o que ele realmente quer da vida é se tornar um grande pintor.

Sua rebeldia e falta de interesse pelas coisas do pai deixa Jano revoltado, ele tenta fazer de tudo para acabar com o sonho de seu filho, mas isso só faz com que Mundo tenha cada dia mais vontade de ir atrás do que realmente quer para sua vida. Apoiado pela mãe, Alícia, o garoto faz de tudo para seguir sua vocação, mesmo depois que seu pai toma a decisão de tirá-lo da cidade e o por para estudar em um colégio militar.

Em Cinzas do Norte de Milton Hatoum, o autor narra duas décadas das vidas desses personagens tão peculiares; essa é uma história muito forte e surpreendente sobre relações familiares, amizade e a busca pelos sonhos.

site: http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/2017/08/cinzas-do-norte-de-milton-hatoum.html
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@lucassntn 28/08/2017

Incrível
Um livro muito interessante, com uma narrativa super bem ambientada e detalhada. Os regionalismos são muito gostosos e a escrita é maravilhosa e muito rica. A narração do livro me incomodou bastante. Lavo é um personagem sem personalidade, vazio, sem carisma, bunda-mole e um péssimo amigo e narrador. Não tem atitudes e parece estar sempre em cima do muro. Isso me irritou bastante, e ao meu ver, prejudicou os outros personagens. Fiquei com a impressão de Mundo ser bastante egoísta, cheio de daddy issues, um riquinho hipócrita que só queria irritar o pai. Enquanto a mãe era outra que não sabia lidar com seus próprios problemas. Não sei se foi a intenção do autor, mas essas impressões só foram quebradas com as cartas que intercalavam alguns capítulos. As cartas, que não eram escritas por Lavo, foram minhas partes favoritas do livro. As mais reais, e as que senti que mais conheci os personagens.
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Thiago Barbosa Santos 20/07/2018

Uma história sobre amizade
Não conheço o Norte do Brasil. Mas desde quando comecei a ler Milton Hatoum despertou em mim uma certa curiosidade de conhecer o Amazonas, a Manaus tão bem retratada pelo autor. Hatoum descreve as coisas de sua terra com o mesmo amor que Jorge Amado escreve sobre a Bahia, e quem lê fica com vontade de estar naquele lugar, conhecer aqueles cenários, ter contato com aquele povo.

Em "Cinzas do Norte", terceiro romance de Milton Hatoum, o ambiente é a Manaus dos anos 50 e 60. Dois meninos, Lavo e Mundo, travam uma amizade que resiste ao tempo, mesmo os caminhos seguindo por caminhos opostos na vida adulta. A história é narrada por Lavo, um menino órfão criado pelos tios em condições muito humildes. Mundo nasceu em família rica, tem uma relação conflituosa com o pai, um poderoso da região, quer quer vê-lo sucessor nos seus negócios. Porém, o menino desde cedo se mostra revoltado com o pai, quer ser um artista plástico, incentivado por um artista da terra.

Observamos no livro, sempre sob o ponto de vista do amigo narrador, os conflitos do garoto com o pai, os constantes desentendimentos e como essa relação vai se tornando insustentável. A mãe de Mundo também nasceu na miséria. Tinha um relacionamento amoroso na juventude com Ranulfo, tio de Lavo, até conhecer o rico e poderoso Trajano, com quem se casou.

Mesmo casada, ela continuou tendo uma relação próxima com Ranulfo, seu amor de juventude. O tio de Lavo também era próximo de Mundo, os dois tinham uma bonita amizade. Ao fim de alguns capítulos, Hatoum coloca cartas escritas por Ranulfo para Mundo. Durante a leitura, aos poucos, somos induzidos a acreditar que, na verdade, o garoto é filho do antigo namorado da mãe.

O tempo passa, Trajano morre, Mundo e Alícia vão morar no Rio. Lavo fica em Manaus, segue seus estudos e se torna um advogado. A vida vai ganhando contornos difíceis para o amigo artista. Ele vai morar na Europa para se aventurar na vida de artista, algo que não dá muito certo, pois se mete em inúmeras confusões. A mãe torra todo o dinheiro da herança em jogatina. Mundo volta para o Rio. É um período nebuloso, em pleno regime militar. Mundo é um rebelde natural, acaba preso, torturado e pouco tempo depois morre.

O fim do livro é tocante, quando Lavo vai para o Rio, reencontre Alícia e as verdades começam a ser reveladas. O desfecho é surpreendente e revela um fato novo sobre a vida de Alícia e de quem é o verdadeiro pai de Mundo. Mais uma obra-prima do mestre Hatoum.
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tguedes2 14/02/2021

Emocionante.
Difícil resenhar um livro tão complexo. Não por ser um livro difícil, mas por despertar tantas reflexões e sensações no leitor.

"Cinzas do Norte" é sobretudo um drama familiar. Toda uma complexidade de relações humanas são desenvolvidas por Hatoum, em um cenário social repleto de violência, miséria, torturas e mortes.

Lavo, narrador da história, é um mero coadjuvante que acompanha o desenrolar dos acontecimentos na vida de seu amigo, Mundo. Desprezado pelo pai, Mundo alimenta o sonho de ser artista e dentro dele cresce uma revolta pela sua própria vida, pela hipocrisia e desigualdades sociais reforçadas pela elite de Manaus e pelo governo dos militares, muitos dos quais amigos de seu pai.

O lado revolucionário de Mundo é explorado por Hatoum, mostrando como a "subversão" em um Estado de Exceção pode ser fatal.

A leitura é fluída, bem desenvolvida e cortada por fragmentos de escritos do personagem Ranulfo, tio do Lavo, o que dá mais profundidade ao passado e presente das personagens.

Milton Hatoum foi um achado. Ansiosa para ler outras obras dele.
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