Sonhos e as Pedras no Caminho

Sonhos e as Pedras no Caminho Felipe Rima




Resenhas -


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Isa 05/11/2021

Um livro muito incrível, que conta uma história de superação, ao mesmo tempo em que motiva e mostra diversas faces da realidade periférica, sem vender a ideia de meritocracia, porque existem diversas outras circunstâncias que envolvem os processos de cada indivíduo.
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Lina DC 24/05/2019

Arrebatador!
"Sonhos e as pedras no caminho" é a biografia do Felipe Rima, um jovem que mudou drasticamente de vida ao encontrar a poesia.

"Meu nome é Ribamar Felipe Souza Miranda, nome dado por meus pais. Depois dos 16 anos me dei um nome, ou melhor, a rua me batizou de Felipe Rima, em alusão ao dom que descobri que habitava em mim, dom de poetizar, fazer rimas e poesias." (p. 17)

Tudo começa na comunidade da Zareia, no bairro Papicu, em Fortaleza, onde conhecemos Ribamar Felipe Souza Miranda, um garotinho proveniente de uma família humilde, que é muito observador e que desde cedo é exposto às drogas e a violência.

Felipe narra o lado bom e o lado ruim de crescer em uma comunidade carente: as brincadeiras de rua, o uso da imaginação ao criar brincadeiras e brinquedos, a pequena casa acolhedora, a família humilde mas trabalhadora. Por outro lado, ele também observa o crime como algo cotidiano, um definidor de status na comunidade e por que não, uma carreira promissora no futuro. Afinal de contas, todos nós somos um reflexo daquilo que se encontra ao nosso redor e quando somos expostos a criminalidade como uma situação normal do cotidiano, não enxergamos a necessidade de almejar algo diferente.

Ele conta a história de seus pais, a dona Luziane e o seu Ribamar, que se conheceram ainda adolescentes e formaram cedo uma família. Dona Luziane, uma mulher esforçada que trabalha como empregada doméstica e ainda cuida da própria casa e da família, que mantêm todos unidos diante das adversidades apresentadas pela vida. Seu Ribamar, um comerciante dono de uma bodega, mas também envolvido com o crime e com as drogas, e que infelizmente, precisou chegar ao fundo do poço para se reerguer.

"Minha mãe sempre trabalhou fora de casa como doméstica. Eu me questionava por que ela ainda continuava trabalhando fora, mesmo a gente não precisando tanto, mas na verdade, quando não faltava dinheiro, falta honestidade, de certa forma. E era isso que ela enaltecia e mantinha em pé nos ensinamentos. Ela sempre trabalhou, deixava claro que para viver com dignidade e respeito, o trabalho era o que edificava o ser humano." (p. 26)

Todo esse cenário tem uma grande reviravolta quando Mariano, amigo e vizinho de Felipe, comenta sobre um projeto de hip hop, que tem aulas de grafite. Lá, os jovens conhecem a socióloga e professora Glória Diógenes, que durante uma roda de conversa, começa a falar sobre a poesia do Drummond, em particular o poema "No meio do caminho".




"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."

Esse poema muda radicalmente a compreensão de Felipe sobre a poesia (antes ele acreditava ser algo romântico e meloso) e faz com que ele mergulhe de cabeça no projeto, abrindo assim a possibilidade um novo futuro.
O livro ainda conta com depoimentos de pessoas chaves na vida de Felipe, como seus pais, seu amigo Mariano, a socióloga e professora Glória Diógenes e Bulan, um jovem que também foi resgatado através das artes.
O que falar sobre um livro tão real e comovente, que demonstra a vida de um rapaz simples com o qual nos identificamos imediatamente?
"Sonhos e as Pedras no Caminho" é um testemunho único sobre segundas chances, uma biografia forte e emocionante que todos deveriam ler.
A Editora CeNe mais uma vez publicou uma edição belíssima, cheia de detalhes internos e com um cuidado único em cada página.
"Eu acredito nas possibilidades. Acredito nas mudanças. Acredito no ser humano e na capacidade de dar a volta por cima, de superar obstáculos, de criar para si um novo rumo em uma estrada de vitória." (p. 76)

site: http://www.alempaginas.com/
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Lilian 11/07/2019

O dia em que o hip hop desarmou as Pedras no caminho
Felipe Rima é rapper, músico, poeta, escritor e produtor cultural, suas letras têm inspirado muitas pessoas pelo país por trazer sua experiência pessoal de superação.

“ ... Lembro-me das brincadeiras
E das formas que vivia,
Lembro-me da baladeira
O quanto trouxe alegria...”

Munido de sua criança interior feliz, Felipe Rima, no livro Sonhos E as Pedras no caminho, Editora CeNE, convida leitores a conhecer sua história real poetizada “ As pedras que tavam no caminho, eu peotizei no som”.

O autor relata como referências positivas foram importantes em sua história de superação, nascido na Favela da Zareia, em Fortaleza-CE, onde as perspectivas de vida e de referências eram escassas, ele, junto com o amigo Mariano, conheceu o hip hop.

Foi ele quem me deu a notícia que mudou meu percurso. Tínhamos a mesma idade, ele foi na minha casa e disse: “Felipe, tem uma parada aí que dá certim pra nós”. Quando ele falou, pensei logo em quantas armas iríamos precisar para essa parada, mas antes que eu perguntasse ele foi dizendo: “Mah, tem um projeto aí de hip hop que é massa, eu vi que lá vai ter aulas de grafite e como tu mete os nomes, é pichador, seria massa a gente ir. O que tu acha?”

O acesso à cultura mudou uma vida, levou para essa comunidade uma outra referência diferente do mundo das armas e drogas. Mostrou Felipe outras possibilidades resiliência e resistência. É justamente por isso, que governos autoritários, fascistas, nazistas, ditaduras, etc., sempre reprimem a cultura. Porque cultura é resistência, emancipação de um povo.

Tocou meu coração e me encheu de esperança, ao seu lado o que sinto é paz, amor e segurança.

Felipe ainda traz a importância de sua família, mesmo sua família tento envolvimento direto com o mundo das drogas. O que aprendeu com a mãe e o pai. Em seu relato poético, da mãe herdou a capacidade de transforma a vida em poesia e melodia; e o pai, a afetividade, coragem e caráter.

Histórias de resiliência, perdão e transformação devem ser espalhadas pelo mundo assim como os pássaros espalham sementes pela natureza; assim como as abelhas espalham o pólen. A criança de Felipe aprendeu cedo que para conseguir algo, precisava de armas, ‘pensei logo em quantas armas iríamos precisar para essa parada’, e pela arte de criação, do movimento e da poesia, aprendeu a explorar outros universos e explorar suas habilidades num mundo hostil. O hip hop desarmou uma realidade e transformou a possibilidade de sonhos pela afetividade e agora Felipe mostra ao mundo que é possível...

http://www.poesianaalma.com.br/2019/07/o-dia-em-que-o-hip-hop-desarmou-as.html
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