Fera de Macabu

Fera de Macabu Carlos Marchi




Resenhas - Fera de Macabu


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J. Silva 21/01/2022

Relato histórico famosa pena de morte em solo brasileiro
Traz o livro o relato do mais trágico erro do judiciário, ocorrido em meados do século XIX, em Macaé, então província do Rio de Janeiro. Alguns erroenamente o tratam como o derradeiro condenado à morte no Brasil. Que se faça claro: último homem de posses.

Com uma descrição não apenas do caso, mas da sociedade à época, o autor nós releva costumes, leis, tramas familiares e a incansável busca pelo poder, que resultaram num processo injusto e uma morte desnecessária, que aflingiu uma cidade e
extinguiu um sobrenome.

Para não incorrer no equívoco de relevar os pormenores do livro, informo que o caso pode ser ouvido em uma rádio novela no site do Senado e assistido no YouTube, por ocasião do famoso do programa linha direita.
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Raquel Lima 19/03/2009

Para quem conhece a região compreendida entre Macaé, Conceição de Macabu, Quissamã, Campos...municípios do Norte do Estado, vai se encantar em conhecer o histórico destas terras no tempo do império: poderio do açúcar, luta dos jesuitas. Na verdade a história é verídica e conta o drama do último condenado a morte no império, e infelizmente, injustamente. O enredo do livro é muito bem contruido, e o autor, se divide entre a descrição jornalista e a romanceada. Muito bom.
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Lígia Guedes 20/09/2010

FERA DE MACABU - CARLOS MARCHI
Extraordinária leitura, difícil é saber onde inicia o histórico e finda o romance ou onde inicia o fantástico e termina o real na empolgada prosa do jornalista Carlos Marchi que conta minuciosamente a condenação à morte de um rico fazendeiro em Macaé, no norte fluminense, vítima inocente de uma conspiração política, a tão conhecida saga de Motta Coqueiro. A propósito do fato, analisa detalhadamente a dura legislação penal brasileira do tempo do Império, as discussões sobre a pena de morte e reconstitui coloridamente o cotidiano das fazendas no rico norte fluminense, até os tempos atuais, como eram os casamentos, a vida dos escravos, o hábito de provocar abortos para não gerar escravos, as formas de bruxarias. Notável se revela o relato integral do encontro de Pedro II com o escritor Victor Hugo em Paris a quem tem grande admiração ao ponto de levar flores em seu túmulo pós-morte, acompanhando toda a literatura do autor, inclusive o livro aqui já mencionado aqui no blog Nós Todos Lemos, "O último dia de um condenado à morte".


"Enquanto os personagens da história viviam, sofriam e moriam, a pena de morte ainda vigorava oficialmente no Brasil, muito embora desde o momento em que alguém contou a Pedro II a verdadeira história de Úrsula das Virgens, nunca mais um homem livre tenha subido novamente os treze degraus da morte. O enforcamento de Manoel da Motta Coqueiro foi o ponto-limite das manifestações de intolerância nacional no século 19; depois dos enforcamentos de Flor, Faustino e Domingos, executados três meses depois de Coqueiro, o imperador, consternado por aquela modalidade estúpida de assassinato oficial, desmascaraa pela condenação injusta de Coqueiro, passou a comutar sistematicamente as sentenças máximas atribuídas a homens livres; logo depois ele já comutava as penas máximas aplicadas a escravos; por pior que fossem os seus crimes, o imperador sempre as transformava em penas de galés perpétuas."


Falando em último dia de um condenado à morte, o autor detalha com graça as felizes avançadas técnicas portuguesas do bem-morrer, copiadas pelos americanos em detrimento das peripécias inglesas na arte de enforcamento.

"O fazendeiro não era tão indigitado assim, pois.Tinha boas razões para agradecer a Deus e a D. Pedro I. Ao primeiro porque, com sua infinita generosidade, iluminou as autoridades e os carrascos no caminho da evolução, no sentido da extinção de todos os castigos cruéis estabelecidos pelas Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas e na descoberta de novas tecnologias para a bem-morrer; ao segundo, porque foi seu braço terreno que determinou legalmente a extinção dos castigos perversos que toldavam de terror as execuções oficiais no Brasil. Não havia nada a reclamar, portanto. Poderia ter sido muito mais doloroso do que foi.
Se não fossem, naturalmente (e pela ordem),Deus e Pedro I."


A imprensa acompanha as investigações com estardalhaço e empresta a Coqueiro um apelido incriminador - é a Fera de Macabu. Pouco tempo depois do enforcamento descobre-se que o fazenderio tinha sido a inocente vítima de um terrível erro judiciário. Abalado, o imperador, um humanista em formação, decide que dali em diane ninguém mais será enforcado no Brasil.


"Quanto ao fantasma de Coqueiro, o principal e derradeiro personagem deste livro, continuou vagando errante pelas noites escuras da praça da Luz, até muito tempo depois de vencida a maldição dos cem anos, sempre envolto na mesma túnica branca e esvoaçante de pano grosseiro com que foi enforcado, revelam os melhores contadores de histórias de Macaé: quando o fantasma gemia urros ininteligíveis que só as almas penadas sabem proferir, ouvia-se também o lúgubre tilintar das correntes que pendiam de seus pulsos, há muito rompidas. Há quem granta que ainda hoje ele aparece, nas negras noites sem lua da praça da Luz, como um lobisomem eterno e inestinguível, para assustar os meninos que, como que, nasceram ali perto, estudaram no Colégio Estadual Luiz Reid e foram criados sob as penas da centenária maldição na heróica, leal e mui misteriosa cidade de Macaé."

A história de Motta Coqueiro, além de peça teatral, conforme detalha o livro Fera de Macabu, foi lançada no cinema em 2007 com o título de Sem Controle.


Carlos Marchi começou a atuar como jornalista em 1971, em pelnos anos de chumbo. Trabalhou em várias empresas jornalísticas,no Rio de Janeiro e em Brasília (Correio da Manhã, Última Hora, O Globo, Rede Globo, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil, além de colaborar com dezenas de outras publicações). Teve intensa atividade política e sindical; em 1984, foi assessor da candidatura Tancredo Neves. Tem como marca original de seus trabalhos o olho clínico do repórter e o texto esmerado, além da visão de mundo humanista.
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Luliane.Machado 15/05/2023

Injustiça
A história de Coqueiro demonstra o porque a pena de morte foi extinta no Brasil.
Processo injusto, cheio de irregularidades em todos os sentidos com atos contrários a lei da época.
Porque Coqueiro foi condenado, porque foi armado para que assim fosse. Por conta de inimizades que detinham poderes à época, o cerco se fechou e Coqueiro foi levado a forca.

Pedro II se arrependeu de não ter lhe dado a graça. E após isso passou a concedê-la a praticamente quase todos que a solicitavam.
Declarou-se inclusive contrário a pena de morte.

Os filhos de Coqueiro souberam a verdade, devido os delírios da mãe.
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Kika 29/05/2009

O livro é muito bom! Mescla história, drama, uma dose de suspense, embora a intenção do autor tenha sido no sentido de contar a história. Não sou a favor de pena de morte, justamente porque ninguém a não ser Deus e o próprio acusado podem ter certeza de sua inocência ou não. No caso da Fera de macabu, todas as evidências apontavam para ele, e no entanto, como descoberto depois, não havia sido ele.
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Henderson 17/05/2009

Panfleto anti pena de morte
A história que esse livro narra ficou famosa após aparecer em um dos programas do "Linha Direta - Justiça" da TV Globo. A história é contada com tintas bem dramáticas e apresenta uma versão claramente a favor de Manoel da Motta Coqueiro. O que atrapalha o livro é que o autor quis fazer dele um panfleto contra a pena de morte, fazendo questionamentos a toda hora sobre a validade deste tipo de pena. Apesar disso, a pesquisa histórica é bem feita. Mas, como pende demais para o lado de Coqueiro, fica a impressão que ele é parcial em algumas coisas. Leitura recomendada para quem gosta de História do Brasil.
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Tino Rocha 31/05/2011minha estante
Moro na região de Macaé, e me senti ao ler o livro vivendo naquela época devido a boa elucidação dos fatos e lugares pelo autor, é um ótimo livro histórico-investigativo, e nos traz a pensar sobre a pena de morte. Recomendo!




cid 21/01/2010

A forca e os ricos
O livro Fera de Macabu, de Carlos Machi nos mostra uma sociedade escravocrata que usava a forca para manter os escravos em seu lugar. Os brancos ricos, podiam fazer o que quisessem que a polícia jamais os incomodaria. Assim, a morte de Mota Coqueiro é amplamente lamentada. Como é que um branco rico pode ser vitima de uma injustiça? Mesmo no livro, parece haver desprezo pelo destino dos pobres condenados junto com Mota Coqueiro. Mas,é uma leitura que nos leva a muitas reflexões. Como era possível uma sociedade tão injusta ?????
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Toni Siqueira 04/08/2019

Fera de Macabu
Um livro impressionante pela excepcional narrativa do autor na abrodagem dos fatos que levaram à acusação injusta, condenação e morte do personagem principal. Recomendo!
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