Deus ajude essa criança

Deus ajude essa criança Toni Morrison




Resenhas - Deus Ajude a Criança


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Hiária 09/08/2023

Pela sinopse, acreditei que fosse um livro que falava somente sobre a vida difícil a Lula Ann / Bride, mas no decorrer percebo que ?Deus ajude essa criança? se refere à todas as crianças.

É preciso ter muito zelo com os pequenos, pois o mau está sempre à espreita!

É preciso amar e muito as crianças, pois o amor muda uma criança, do adulto e da criança interior.

Também tem muito gatilhos, que causa náuseas. Homens, maioria homens são terríveis para mulheres e crianças. ?
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GiArgia.Gschwendtner 26/11/2023

Intenso, complexo e necessário
Leitura convidativa e que prende a atenção, pois queremos saber o que está por trás daqueles personagens. Quais são as suas histórias.

A narrativa traz uma abordagem complexa envolvendo infância, questões raciais e abusos. Nem precisa dizer que pesa pensar sobre tudo isso, mas é inevitável pra criarmos e abrirmos outras possibilidades de mundo.

Foi a primeira leitura que fiz dessa autora e fiquei maravilhada com sua forma de expressão única e condução da história.
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Paola.Grossl 06/12/2023

Primeiro
Meu primeiro contato com a Toni Morrison, sendo uma leitura em conjunto com o várias vezes citado por mim, Leia Mulheres.
Foi uma experiência muito boa e necessária.
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Vii/ Vicky 24/12/2023

DEFINITIVAMENTE NECESSÁRIO!
Esse livro mostra como uma infelicidade, algo com que você se desagrada pode se tornar um combustível na sua vida. É muito prazeroso poder ver o quanto a Bride superou o que aconteceu com ela no seu passado e utilizou qualquer ódio dirigido a ela, devido a cor da sua pele, como combustível para realçar suas características e ter orgulho de quem ela é, sem se diminuir e se calar frente a qualquer branco racista.

Simplesmente amei esse livro, considero ele extremamente necessário e gostaria que fosse mais conhecido, pois a pauta que ele levanta é de extrema importância para os dias atuais porque, infelizmente, o preconceito racial ainda existe e é banalizado. Outras temáticas importantes abordadas são: abandono de crianças, prostituição de crianças, sequestro, violência sexual, assassinato. Estas são sem dúvida temáticas pesadas que demonstram o quanto o que é vivido por uma criança pode marca-la profundamente.

Adorei a maneira como a Toni apresentou um pouco da vida de cada personagem, evidenciando que todas têm histórias importantes marcadas por dores; feridas que cicatrizaram mas que seguem marcadas na pele. Todos enfrentaram alguma coisa sozinhos e se reinventaram, isso é tão bonito!

São poucos os livros sobre os quais resenho bastante, então se comentei muito sobre esse é porque ele me tocou muito, virou uma chave na minha cabeça e, sem dúvida, recomendo muuuuuito. Esse livro inclusive é interessante para trabalhar em sala de aula, porque é nesse ambiente que o bullying costuma se instaurar, e o fator cor da pele pode ser um forte ponto a ser descriminado.



Deixo aqui uma parte que gostei bastante:

"Tentar entender a malignidade racista só a alimenta, a infla como um balão voando alto lá em cima temendo afundar para a terra onde uma folha de grama poderia furá-lo deixando suas fezes líquidas sujarem a plateia em transe assim como o mofo arruína as teclas de um piano tanto brancas como pretas, bemóis ou sustenidos para produzir uma elegia da sua decadência."


Fantástico!
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Adriana Naves 16/01/2024

Preciso reler...
"...Uma vida nova. Imune ao mal ou à doença, protegida de sequestro, surras, estupro, racismo, insulto, mágoa, autodepreciação, abandono. Livre de erros. Toda bondade. Sem raiva."

Eu nunca imaginei que leria o que li nessas poucas páginas, a forma como somos conduzidos a momentos da vida destas personagens é simplesmente incrível. Tantos assuntos são abordados, com tanta realidade que não tem como não se sentir impactado. Acredito que essa seja uma leitura que vai crescendo em valor a medida que for relendo. Aqui Toni Morrison fala sobre racismo, colorismo, maternidade, violência na infância e traumas tudo abordado através de sua perspectiva sensível e sua escrita linda e forte. Vou incluir em meus planos de leituras tudo que a autora escreveu.
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Carlozandre 18/11/2018

TONI MORRISON narra fábula moderna sobre amor e infância
Ganhadora do Prêmio Nobel em 1988, Toni Morrison é mais do que a maior escritora negra americana: é a autora, em sua ficção, de uma espécie de memória social da história dos Estados Unidos. Seus romances mais conhecidos são épicos históricos sobre a presença negra na sociedade do país, como Amada (1987), uma história ambientada na Guerra Civil; Jazz (1992), sobre a renascença artística negra do Harlem nos anos 1920; e um romance a respeito da América Colonial do século 17; Compaixão (2012).

Nesse sentido, Deus Ajude Essa Criança, seu 11º romance e mais recente livro publicado no Brasil, é uma obra singular. Ela troca o passado por uma história contemporânea. Mas a incursão pelo presente serve para Morrison investigar algo que já abordara em livros anteriores: as estruturas do racismo e o poder da violência sobre os mais frágeis. No caso, as crianças.

O personagem central de Deus Ajude Essa Criança é Lula Anne Bridewell, jovem negra que, após deixar a casa da mãe, encurtou seu nome para Bride e reinventou-se como executiva de uma indústria de cosméticos. A mudança de identidade tem menos a ver com o glamour da profissão atual e mais com escapar da memória de sua infância. Negra com a pele muito escura, Bride, quando criança, sofria com a vergonha da mãe, Mel. Por ser mais clara, Mel não conseguia amar a filha, por vê-la como "uma regressão". Evitava sair com a menina, e, quando o fazia, nunca pegava em sua mão.

A aversão de Mel pela filha é o pecado original que movimenta boa parte da narrativa. Num gesto desesperado para que a mãe a visse com orgulho, Bride, na infância, incriminou uma professora em um escândalo de pedofilia. Vinte e cinco anos depois, ela decide procurar a mulher, que está saindo da prisão. A decisão provoca a separação de Bride de seu namorado, Booker – universitário e artista negro que também passou por uma tragédia no passado: um de seus irmãos foi morto por um pedófilo.

Apesar dos lances grotescos da trama, Morrison mostra mais uma vez um talento que é todo seu, o de narrar situações do mundo cão em uma prosa esmerada com requinte e que flui plena de espontaneidade e que nem por isso comove ou indigna menos. Ao redor de Bride e Booker, outras vozes narram episódios em primeira pessoa: Brooklyn, a jovem branca com cabelo trançado em dreadlocks que Bride vê como amiga, mas que está pronta para tomar tudo dela, se possível; Sofia, a professora transformada em presidiária; Mel, a mãe de Bride, que abre o livro com uma declaração em que tenta se autojustificar pelo mal que provocou à filha: "Não é minha culpa. Então não podem me censurar, eu nunca fiz nada e não faço ideia de como aconteceu". A declaração tem sua dose de ironia e de verdade. Ao mesmo tempo em que é sim culpa de Mel, o racismo jamais será culpa de uma única pessoa.

Apenas uma dessas vozes, ali pela metade do livro, é a de uma criança real. Todos os demais personagens são, eles próprios, adultos assombrados pelas feridas antigas de infância: abuso, abandono, tragédia, preconceito, violações e crueldades que geram outras e se reproduzem em cadeia – em seu tom fabular e em sua prosa requintada, há uma mensagem clara que Morrison quer passar aqui. A de que a agressão a uma criança nunca se encerra na infância.
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Tatiane 03/04/2019

Deus ajude a todas as mães e a todas as crianças...
?Deus ajude essa criança?, pelo que já ouvi dizer, não é dos mais badalados livros de Toni Morrison. Esse, porém, é o primeiro livro que leio da primeira autora negra a receber o prêmio Nobel de literatura, em 1993.

O que me veio à cabeça em vários momentos da leitura, por sinal rápida e fluida, foram os versos da canção Dom de iludir, de Caetano Veloso, bastante conhecida na interpretação de Gal Costa:

?Cada um sabe a dor e a delícia / de ser o que é?.

As várias histórias pessoais, narradas em primeira pessoa, que perpassam a linha dorsal da história de Lula Ann, também narradora do seu modo de ver o mundo e personagem principal, poderiam ser epigrafadas por esses dois versos.

Entretanto, entendendo todos os traumas, todos os erros e ciente pela narrativa de todas as consequências expostas, eu me afeiçoei, por incrível que pareça, à Mel ? ou, ao menos, tentei entender o desespero e rigidez dela na criação de sua filha Lula Ann, codinome Bride. A verdade é que temos marcas e preconceitos tão arraigados, que nos utilizamos deles para criar a casca a fim de enfrentar a dura vida que nos espera. E é essa carapaça construída a ferro e fogo sabidamente doída, que também, muitas vezes, queremos, apesar da dor consciente, preparar os que dependem de nós. Tanto a dor quanto o amor podem gerar, paradoxalmente, traumas e alegrias, dependendo de quem os impõe/doa e de quem ou como os sente/recebe.

No fim de tudo, a percepção de mundo e a reação a ele é sempre solitária, pessoal e intransferível.

tatiandoavida.com
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Marcio 03/03/2020

Segundo livro que leio da Toni Morrison e o que posso dizer que é um livro maravilhoso. Forte, mas com verdades que precisam ser ditas e pensadas. Toda a complexidade das relações humanas, permeada pela questão racial e pela difícil realidade de estar no mundo e se sentir gente. Vale a leitura de cada página.
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@literatoando 14/05/2020

Um livro sobre traumas... @litera.toando
Esse livro foi meu primeiro contato, de muitos que virão, com a autora. A história gira em torno da personagem principal, Bride ou Lula Ann, que possui um relacionamento conturbado com sua mãe e seu passado. Ela é uma mulher negra de pele escura, o que por si só fez com que tivesse que enfrentar muitas dificuldades na vida, inclusive na construção do relacionamento dela com a mãe, que é negra de pele clara e ?cabelo bom?, como a mesma se descreve. A narrativa transcorre através do ponto de vista da Bride, personagem central, e de pessoas que gravitam em sua órbita.

A história parece ser simples, envolve uma jornada de autoconhecimento e uma pitada de romance, mas raramente um livro em que a protagonista é uma mulher negra bem sucedida e com um passado carregado de opressão vai ser só mais um livro com história clichê. A minha percepção é de que esta é uma obra que fala de traumas prioritariamente, das marcas que ações, atitudes e expressões podem nos causar, principalmente na infância. A autora vai nos levar a refletir sobre até onde as opressões podem levar àqueles que com ela sofre, chegando ao ponto de que para os oprimidos se naturalize a barganha da própria dignidade por afeto, para sentir que é importante nesse mundo que demonstra desprezo por quem ele é. Por ser uma mulher negra de pele retinta e vir de uma família de pais negros, em que a narrativa da mãe também é evidenciada, vários assuntos são abordados de acordo com a vivência de cada personagem, de modo que a história vivida por eles, bem como suas escolhas e as imposições alheias ao querer deles, sejam compreensíveis.

O embate entre religião e a ideologia de segregacionismo racial comum nos Estados Unidos há alguns (poucos) anos atrás é retratado. O peso da cor da pele da personagem principal desde o nascimento é temática recorrente durante toda a narrativa, principalmente por ser algo que não é possível se desvencilhar, em um trecho sobre isso a mãe chega a afirmar que: ?A cor dela [Bride] é uma cruz que ela vai carregar para sempre.? A autora retrata com propriedade as angústias de uma mulher negra dentro de um relacionamento heterossexual, a culpabilização, a solidão e a objetificação comumente sofrida. Além de abordar os problemas que podem ocorrer dentro de um relacionamento interracial envolvendo o racismo explícito ou a coisificação, quando o homem branco usa a mulher negra para afrontar ou provocar parentes e familiares, como se ela fosse um mero objeto de sua posse.

No livro é retratada a construção do corpo dócil da mulher negra como um pré-requisito para que certos lugares, majoritariamente brancos, sejam acessados. Desta forma, a autora além de expor os privilégios brancos de forma clara, por vezes até dando umas alfinetadas, ela mostra, através da história da sua personagem principal, a construção do molde em que a mulher negra deve se encaixar para obter aquiescência da branquitude. Uma obra que se compromete a escancarar hipocrisias, fazer refletir a respeito do racismo e da sagrada dicotomia entre bem x mal, construir uma narrativa em que os sofrimentos da infância impactam no que aquele personagem é e sem que nós, leitores e leitoras, façamos julgamento moral em cima disso, é cinco estrelas pra mim! ??????????
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Laila Cerqueira 31/05/2020

Primeiro livro que li da autora e com certeza lerei outros. Gostei muito do jeito que a história é narrada pela perspectiva dos personagens. A história nos leva a refletir sobre objetificação do corpo da mulher negra, racismo e muitas outras coisas. Pra quem tem gatilho com abuso sexual de crianças recomendo não ler.
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Juliana Andrade 11/06/2020

esta é uma estória de amor
Então, esse é o primeiro livro de uma mulher negra e norte americana que eu leio. o resultado foi bom. A temática do livro é boa, por girar em torno de um trauma e, como o título sugere, por tratar dos esteriótipos que acompanham a cor da pele. o livro é bom porque é construído num cenário que eu gosto muito, e também é por conta do trabalho da autora que é lindo. A jornada da protagonista também é emocionante, e confesso que no final já não conseguia mais largar o livro.
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Lisi 13/07/2020

Ao ler a sinopse, me interessei muito pela história.
Ao longo dos capítulos, percebi que ela te leva a crer que uma história de mãe e filha e sua relação problemática vai ser contada, mas não é exatamente isso.
A história foca muito mais nas consequências que essa relação teve na vida adulta da personagem do que na formação desses traumas.
A história é perturbadora em algumas partes. É boa, mas fiquei com a impressão de que poderia ter sido mais.
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