Justiça Ancilar

Justiça Ancilar Ann Leckie




Resenhas - Justiça Ancilar


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JCarlos 15/05/2018

A Justiça de Toren reduzida a um contra o Império
Leitura concluída de

JUSTIÇA ANCILAR, de Ann Leckie

?Você chora ? perguntei ? porque suas naves estão mortas? Ou porque a perda delas significa que você não se sente mais conectada e querida?? - pág 230

Somente depois das primeiras cem páginas a coisa começa a ficar interessante e se vê que esse suspense, ou Space Opera, como queiram, se justifica como arrebatador de prêmios. A escrita de Leckie vai num ritmo gradativo e constante. E ela faz escola com um worldbuilding convincente, apresentando culturas e subculturas, impérios e linguagem própria, com o uso justificado de pronome no gênero feminino (lendo, fica mais fácil a compreensão), utilizado para se referir a uma pessoa cujo sexo não foi especificado ou foi especificado como masculino.
A personagem principal, Breq, é uma Inteligência Artificial que costumava ser a nave Justiça de Toren. Uma IA cuja consciência um dia foi dividida em milhares de soldados, mas que agora se encontra separada, frágil e com a missão de enfrentar o Império Radch.

?Foi a terceira pior coisa que já me aconteceu. Eu perdera todo o senso da Justiça de Toren lá no alto, todo o senso de mim mesma. Eu havia me estilhaçado em vinte fragmentos que mal conseguiam se comunicar uns com os outros.? - pág 119

Uma leitura que começa lenta, necessitando de uma maior atenção do leitor, com vários flashbacks e parágrafos descritivos, mas que alcança o seu objetivo, com um bom clímax ao final. Uma das melhores leituras com narrativa em primeira pessoa, e que recomendo para leitores intermediários de ficção-científica.

?Eu me debati, as amarras se soltaram e rolei para fora da mesa, caindo um metro e meio até o chão, com um impacto doloroso. Não, não, não, pensei para o corpo, mas ele não escutou. O corpo estava enjoado, estava aterrorizado, estava morrendo. Então se levantou e engatinhou sem muito equilíbrio, querendo sair dali, não se importando com a direção.? - pág 176
Ryllder 05/06/2018minha estante
Por que para leitores intermediários?


JCarlos 13/06/2018minha estante
Porque considero não ser uma leitura fácil. E que pode assustar aquele que está descobrindo a FC, ainda com pouca bagagem de leitura.


Ryllder 13/06/2018minha estante
Entendi.Se for possível, você pode citar um exemplo de FC menos complexo, e um mais conplexo que Justiça Ancilar?


JCarlos 14/06/2018minha estante
Guerra do Velho seria um exemplo menos complexo. A saga Duna ou um cyberpunk como Neuromancer, mais complexo, amigo. Mas vai depender, claro, do leitor. A FC é considerado, ainda, um gênero que afasta alguns leitores. Um preconceito que deve ser quebrado.


Ryllder 14/06/2018minha estante
Acho O problema dos três corpos, de Cixin liu bem mais complexo que Duna. Já a Guerra do velho é bem simples mesmo.


JCarlos 14/06/2018minha estante
Sim. O Problema dos Três Corpos e A Floresta Sombria são complexos. Bom exemplo.




Danilo sm 22/08/2021

Conceitos muito interessantes, por hora
"Breq já foi um dia a nave Justiça de Toren, porém um ato de traição no próprio império, o Radch, fez com que sua inteligência artificial fosse reduzida a um só organismo, agora ela quer acertar as contas." Toda essa ideia do império Radch é bem interessante, aliás a própria protagonista ser uma IA já causa um espanto. Sem falar da rica cultura que Ann Leckie apresenta de deusas, planetas e tudo mais.

No entanto, na minha opinião baseada na minha experiência, infelizmente me perdi no ato de construção desse universo. As ideias e os conceitos são interessantes, e os nomes novos, personagens, cenários tem potencial. Mas o jeito que a autora escolheu para desenvolver tudo isso não me cativou. Além de que me perdia facilmente entre divagações e descrições e diálogos e mais e mais. Tiveram algumas cenas boas que Leckie soube usar vários pontos de vista da mesma personagem (lembrando que a Justiça de Toren habitava além da nave vários corpos de soldados ancilares) e o desenrolar de alguns fatos, na verdade pouquíssimos fatos.

Logo, como eu não imergi, todo o andar do livro foi prejudicado. Não senti peso algum sobre qualquer decisão tomada no livro. Infelizmente não foi para mim, ou não foi o momento.
Nelson 22/08/2021minha estante
Acabei de comprar esse livro, confesso que sua resenha diminuiu bem meu hype. Mas vou conferir de qualquer forma. ?


Danilo sm 22/08/2021minha estante
Não seja por isso, eu que não entendi os lances mas já ouvi falarem muito bem e os pontos altos que essas pessoas mostraram fazem sentido. Eu que não me apeguei. Se vc diminuiu o hype então pode até se surpreender, tomara que goste.


Nelson 22/08/2021minha estante
Sim, vamos conferir


Nelson 10/09/2021minha estante
Acabei de terminar, não sei se por sua influência, mas tive as mesmas sensações, várias vezes eu me perdia nos conceitos


Danilo sm 10/09/2021minha estante
caramba, mas ainda deu pra tira proveito, certo? Tiveram algumas cenas, principalmente do golpe que a justiça de Toren sofre quando era nave, muito boas


Nelson 10/09/2021minha estante
Sim, essa parte bem legal, mas achei um tanto acelerado a resolução




pehlma 10/06/2018

Uma leve decepção com esse livro. Leve pq eu já sabia que quando a expectativa sobe demais normalmente você se arrepende (e até paga caro por isso), já que o livro foi vencedor de todos os prêmios de FC que concorreu.

Pois é, eu não gostei. Não é um livro ruim, ele só é chato (pelo menos num geral, continua lendo que vc vai entender). E isso, pelo menos pra mim, tem uma baita diferença.

Não vou falar sobre o que é a história, confesso que em qualquer outra review por aí se tem acesso a isso, vou aproveitar para falar o que senti durante a leitura.

O livro pra mim conta com falhas graves. Ele é lento demais em grande parte. A primeira metade do livro não é só chata e arrastada, é ruim mesmo. Se trocasse por um resuminho eu ficava mais feliz (e pagando mais barato).
Os personagens não têm carisma nenhum, eu passei o livro quase todo cagando pra todo mundo ali (não tem ninguém marcante).
Falta motivação, o plot é simples demais: A protagonista segue num objetivo irrefreável de vingança mesmo que nem ela lembre mais direito o pq precisa se vingar.

O livro usa também de capítulos alternando entre presente e passado, já falei antes e quem me conhece sabe que não gosto disso. É como se fossem dois livros diferentes condensados em um. A escrita da autora não é nenhum ‘page turner’ ou seja, um capitulo acaba sem te causar nenhum interesse pra ir para o próximo. Na primeira metade do livro (onde rola essa troca de tempo) eu só queria que acabasse logo e ir pro próximo pq estava sim, bem chato.

Acho que o livro foi tão premiado pelas coisas diferentes que ele traz, não é nada pioneiro Ursula K leguin já fez isso antes, mas a abordagem consegue ser original em sua forma.
Um mundo complexo, o fato de não existirem gêneros, IA com vontade própria e quase humanas, que tem corpos biológicos próprios. Tudo isso é bem interessante de certa forma e nada comum.
O que também me prova o seguinte: Assim como o Oscar, prêmio de literatura não quer dizer nada.

Devido a uma escrita sem muito empolgação e arrastada, eu não consegui me apegar ao plot. É como se alguém me mostrasse aquela pintura de 3 bolinhas e tentasse me dizer como a arte é maravilhosa e te faz viajar, coisa bem intelectual mesmo. Na minha mente eu agradeço a tentativa de me apresentar a filosofia por trás da coisa, mas na realidade pra mim ainda são bolinhas no quadro. Acho que dá pra ver que não sou nenhum sueco apreciador de arte.
Como um amigo diz: ainda é só uma pintura que um macaco conseguiria fazer.



Outra coisa que senti falta, é sobre as reflexões que a FC geralmente te causa, eu particularmente não vi isso aqui. Vi conceitos novos, mas nada muito reflexivo. O livro até conta com um ou outro dialogo mais interessante, mas não são nada densos se comparados a grandes nomes da FC por aí. (Existe sim uma crítica a alguns pontos da sociedade, mas como disse, nada tão forte assim)

O universo é de fato rico, novo e muito bem construído, só que ele é bem construído demais. Por momentos lembra a escrita de Tolkien de tão bem detalhado que é. Eu não sou fã dessa perda de ritmo, se você gosta com certeza vai aproveitar mais que eu.

O incomodo é grande. Vontade de largar o livro a todo momento e ir ler algo melhor... Até que chegam as ultimas 40 páginas, AÍ MERMÃO, a coisa realmente muda.
Toda a ação do livro estão nessas 40 páginas finais.

É obvio que não salva o livro todo, mas faz o que precisa para uma trilogia, que é: te deixa querendo mais.
Não sei se tenho coragem de encarar os outros 2 livros, mas a curiosidade fica e é justamente no final que tu compra a briga da galera ali.

Pessoalmente falando eu acho bem complicado um livro de 400pg só te ganhar nos instantes finais. Eu paguei para ver uma história boa completa, certo?

Eu até acho que entendo os prêmios e a galera que elogia demais esse livro (mentira entendo não), mas pra mim a soma de plot + personagens num todo não encaixa tão bem.
Acho que a autora tem um mundo excelente e único, cheio de tramas políticas, mas ainda tem muito a melhorar. Talvez os próximos romances (é uma trilogia), sejam melhores já que não foram premiados.
Resumindo, achei um livro ok, começa mal, continua mal, vai terminando mal e melhora bastante.

Justiça Ancilar - Ann Leckie
Nota: 6/10

site: http://resenhanaestante.blogspot.com/2018/06/resenha-justica-ancilar-ann-leckie.html
Nalí 23/06/2018minha estante
Boa resenha, mas também é engraçado como gosto pode ser diferente! Achei o desenvolvimento do livro muito mais interessante do que a ação do final.


pehlma 01/07/2018minha estante
Isso é bem verdade mesmo Nalí, mas o legal também é isso, mesmo sem concordar em tudo tivemos uma visão parecida.


Isa Gama 26/07/2018minha estante
olha, comprei o ebook esperando O LIVRO. Só li o começo (acho que 3 ou 5%) e tem sido uma decepção. Agora olhei a sua resenha e perdi o chão.... Tô numa fase meio tensa e tava a fim de ler algo empolgante no mínimo e já vi que esse livro não vai ser... Assim não vou desistir, mas já vou pôr a expectativa lá embaixo. Muito obrigada pela resenha! Espero que ao final do livro eu tenha uma opinião um pouco mais positiva que a sua (mas por enquanto, tô achando bem chatinho)




cristian_yuri 10/05/2023

Melhor livro que comprei por 27 dinheiros!
Comprei esse livro de forma aleatória para me distrair dos meus dias...

Confesso que nas primeiras 100 páginas eu fiquei boiando na maioria das vezes, razão disso seria a subversão do gênero no texto que é um dos aspectos mais interessantes do livro e a história alternando em passado e presente a cada capítulo.

Acompanhamos a história de Breq, uma inteligência artificial que - antes era uma grande nave que possuía vários corpos auxiliares e poderia estar em vários lugares ao mesmo tempo, agora sendo apenas um corpo em busca de sua vingança.

Mas... se Breq possuía vários corpos com a mesma consciência, todos esses corpos seriam Breq, então um deles não poderia ser corrompido sem que a consciência principal ou todos os outros percebessem... Não é?

Com uma leitura totalmente envolvente, uma escrita fluída e um universo (personagens, ambientes, culturas) inteligentemente construída, essa space opera com certeza irá encantar todos os fãs de ficção científica.

Me entristece saber que esse livro ainda não tem continuação traduzida.
Lora_Bee 05/01/2024minha estante
Eu fiquei tão chateada pq comprei o livro por 27 reais e depois lançaram a continuação, só que com outro projeto gráfico ?


cristian_yuri 05/01/2024minha estante
Eu comprei por esse mesmo valor e me encontro na mesma situação KKKKKKKK




Lora_Bee 23/09/2024

Foi meio que uma decepção
Quando li as primeiras páginas desse livro, eu achei que ia amar. Pensei: encontrei um dos favoritos do ano. A natureza da personagem principal me deixou bem intrigada, e eu fiquei curiosa pra ver como a história ia se desenvolver. Só que o problema foi que, pra história de desenvolver, foi necessária mais da metade do livro. A premissa da obra é uma vingança por parte da personagem principal. Só que a autora demora passa mais da metade do livro fazendo um suspense muito do seu mal escrito sobre que vingança é essa. Foi isso que acabou me cansando sobre a leitura. Se fosse um livro de ?vibes?, ou focado no psicológico dos personagens, como Solaris, por exemplo, isso não teria sido um problema. Mas em livros que dependem do plot, isso faz com que o livro pareça ?arrastado?.
cristian_yuri 23/09/2024minha estante
Isso pq você não leu a sequência


cristian_yuri 23/09/2024minha estante
Nem leia, a propósito




0SM4R 28/10/2022

Diferente
A obra tem como mérito a novidade. Às vezes, o autor nos obriga a uma imersão mais profunda, uma suspensão da descrença maior, e este é um desses casos. O título do livro é o nome da(o) protagonista, pois é a consciência de uma nave espacial a "Justiça de Toren", a de maior porte no império Radch (transportadora de tropas) colocada em um dos seus corpos "auxiliares" no caso Breq. No império onde é situado esta ópera espacial os gêneros são indefinidos, ou pelo menos, não se utilizam gêneros na linguagem normalmente, mesmo quando o gênero do interlocutor seja claro, acho que é considerado como uma espécie de etiqueta de boas maneiras. Por conta disso, em todas as situações se utiliza pronomes femininos por 'default'. Breq é o ultimo corpo auxiliar que a Justiça de Toren possui, pois houve uma traição e consequente sabotagem. Eis que Breq agora está numa jornada para descobrir o quê aconteceu e realizar a sua vingança. Eu gostei muito, gosto de que me apresentem coisas novas, narrativas não lineares, multi-consciência etc. Faço o alerta que não é para todo tipo de leitor. Dei cinco estrelas pela novidade, a história é boa, e eu tive muito entretenimento; entendo porém que está longe de ser perfeita. Acho que a Editora Aleph abandonou a trilogia o que considero um dado importante de se compartilhar também. Como eu gostei muito terei que ler a trilogia na edição em inglês (fazer o quê)
skuser02844 03/05/2023minha estante
A Aleph anunciou que vai lançar o segundo esse ano


0SM4R 05/05/2023minha estante
Obrigado pela informação Wanessa




Andre.Rios 23/11/2021

Uma nave tem desejos?
Que história criativa!! Uma IA que controlava uma nave e todos os soldados e tripulantes da mesma agora se vê presa apenas a 1 ponto de vista de um de seus soldados, e a IA agora quer vingança.
Espero q lancem logo os outros da série em português!!
0SM4R 28/10/2022minha estante
Caro André. Acho que a editora Aleph não irá continuar a trilogia. As opções para poder seguir com a série são lê-las em outra língua que você saiba, ou que outra editora se interesse.


livrosepixels 24/04/2023minha estante
Osmar, agora que a Aleph se lançou a uma nova fase, com mais obras escritas por mulheres (que convenhamos, está feio pra Aleph mesmo não ter autoras, com tantas autoras boas por ai) eles falaram que vão publicar a continuação




Jessé 07/06/2018

Não é de hoje que a ficção científica vem caindo cada vez mais no gosto dos leitores. Se, no Brasil. ela ainda busca seu lugar ao sol, lá fora sai um novo livro do tema por semana. E isso soa até injusto, porque o gênero nos entrega livros ótimos. Muitos, inclusive, ganhadores de vários prêmios.



No Brasil, a editora Aleph tenta mudar esse cenário. Trouxe-nos o maravilhoso Duna, além de vários outros e, recentemente, trouxe-nos Justiça Ancilar, livro de estreia da autora Ann Leckie. E, se tem alguma dúvida de que esse livro é bom, ou se ele vale a pena, saiba que, mesmo sendo o livro de estreia da autora, é vencedor dos prêmios Hugo, Nebula, Locus, Arthur C. Clarke e BSFA. Tá bom ou quer mais?





Antes de tudo, um conselho: leia esse livro com um caderno do lado, e faça o máximo de anotações que puder.





A história se passa num planeta remoto, gelado pra caramba. Mas não é um friozinho qualquer que vai parara Breq. No passado, Breq fora a NAVE (isso mesmo que você leu) Justiça de Toren, um porta-tropas gigantesco, com uma única inteligência artificial, que habitava e controlava o corpo de milhares de soldados. É, eu sei, é um pouquinho complicado de entender, então farei uma breve explicação:



O Império Radch, liderado por Anaander Mianaai, busca a plena civilidade por meio da assimilação violenta dos demais povos da galáxia. Justiça de Toren é a nave porta-tropas do Império, e foi fabricada há dois mil anos. A hierarquia da nave é baseada em: capitão, oficial e ancilar. Ancilares são habitantes dos sistemas dominados pelo Império que se tornam extensões orgânicas da nave, através do uso de seus corpos pela inteligência artificial da nave. Breq era Ancilar da Justiça de Toren.



Durante dezenove anos, Breq se escondeu, buscando vingança. Durante sua jornada, ela encontra Seivarden, uma de suas ex-capitãs durante seu tempo de trabalho, que ficou congelada durante mil anos e, logicamente, está desnorteada, por ter perdido tantos acontecimentos. Porém, mesmo sem saber direito as intenções daquela que salvou sua vida, Seivarden decide acompanhá-la em sua jornada.









A história é narrada em dois pontos, no passado, quando Breq ainda era a Justiça de Toren, e no presente, com a jornada de Breq e Seivarden em busca de vingança. Não vou mentir, as primeiras cem páginas do livro são realmente complicadas. Até você assimilar tudo, e entender quem é quem, leva um tempinho. Entretanto, quando você entende tudo, a história simplesmente "voa" (ba dum tss), principalmente o último terço, que possui um ritmo frenético, cheio de ação e revelações. A autora não te dá tempo para respirar.



A trama é muito interessante, e ainda mais complexa. Como disse no começo do post, a literatura sci-fi ainda tem poucos leitores aqui no Brasil, e acabou de conseguir mais um fã. Ann Leckie criou uma história ótima, e não é difícil saber por que venceu os maiores prêmios literários. Algo que me interessou bastante foi o sistema de linguagem. Há vários idiomas, e o radchaai, idioma do império Radch, não tem flexão de gênero, assim como vários idiomas reais. Por isso, a autora preferiu escrever flexionando apenas para o gênero feminino (mesmo que, para o povo, o gênero em si não seja tão relevante).



Se você gosta de space opera, Justiça Ancilar é uma ótima pedida. Se você nunca leu nada do gênero, é um ótimo ponto de partida. E ah, não se esqueça. Justiça Ancilar é o primeiro livro da trilogia Império Radch.



site: www.dicasdojess.com
Regina 07/06/2018minha estante
Uauuu já estava na minha lista, depois dessa resenha vou ter que adiantar a leitura ;)




Janaina 29/10/2022

Em 1° lugar, fora, Bozo!
Esse foi o livro que escolhi para tentar me distrair dessa última semana de 2° turno e manter a minha sanidade.
Foi um leitura difícil de acompanhar, pela própria estrutura da estória, suas idas e vindas no tempo, mas tbm pelo aspecto do gênero usado, o que era exatamente o que eu precisava nesse momento.
Achei a subversão do gênero no texto uma das coisas mais interessantes que já li recentemente, mas não só. A autora aborda temas como consciência e luta de classes, meritocracia e organização social de uma maneira bastante original.
Recomendo.
Helô Kleine 17/09/2023minha estante
Obrigada pela resenha!! Por conta dela resolvi ler o livro! ?




Henrique Sanches 17/06/2024

Justiça Ancilar é um romance de ficção científica...
Justiça Ancilar é um romance de ficção científica, recomendado para os fãs do gênero.
Isto porque a leitura deste livro é desafiadora. Li no início do ano, mas só agora parei pra tentar contar minha experiência de leitura.

A leitura é desafiadora porque tem um ritmo lento em alguns momentos, e a história tem uma narrativa fragmentada, com saltos no tempo e mudanças de perspectiva. Se ler sem estar envolvido com a história, você vai ficar meio perdido...

Apesar disso, o livro tem seus bons momentos.

Quando a gente pesquisa sobre a palavra Ancilar, encontra dois significados:
Ancilar pode significar servil, submisso, criado, quando se refere à figura da ancila (serva, criada).

E ancilar também pode significar auxiliar, subsidiário, quando se refere a algo que complementa algo principal.

Depois da leitura do livro, o segundo significado ficou mais perto de esclarecer o título.

Se você me perguntar sobre o que se trata esse livro, vou responder que trata, entre outras coisas, sobre cultura, sobre colonialismo e sobre guerra.

Se você leu e quiser trocar uma ideia sobre ele, me dá um toque.

Pra finalizar, este livro foi lido na LC Grupo Letras Cadentes, da Chris Alves (entre dezembro e janeiro).
Neth. 17/06/2024minha estante
Aeeee saiu a resenha ??????




Ana 09/03/2019

Eu esperei alguns dias para absorver essa história e vir aqui escrever alguma coisa. O começo foi bem complicado, quase desisti e, quando finalmente cheguei nos 16% do livro (li pelo kindle), não consegui mais parar de ler!
A autora consegue propor muitas reflexões e nada na história é entregue ao leitor de forma óbvia, tudo tem que ser lido com atenção para conseguir captar o que ela quer dizer. Apesar dessa dificuldade extra, é muito mais prazeroso ler e perceber que você, por conta própria, consegue entender uma história complexa como essa sem muita ajuda da autora.
Breq é maravilhosa, Seivarden nos conquista lentamente e a forma como a inteligência artificial é tratada na obra é muito interessante. Ler sobre a relação entre esses dois é muito bom! Ansiosa para a sequência.
David 06/06/2019minha estante
Começo é bem complicado mesmo! Não terminei ainda mas estou achando interessante a sutiliza de como ela vai ?descomplicando? esse começo... bom review!




davidplmatias 12/07/2018

Ann Leckie nos mostra mais uma vez o potencial de inventividade da ficção científica. Justiça ancilar é uma Space opera inovadora, reestruturando um gênero clássico com uma roupagem moderna. Imagine a explosão de cabeças que o primeiro capítulo proporciona quando a própria nave é a protagonista da história e a narra em primeira pessoa. Essa é a história de Breq, antigamente conhecida como a grandiosa nave Justiça de Toren, a qual foi misteriosamente destruida, Breq é o único corpo (ancilar) que resta do que um dia já foi, e ela busca respostas e vingança.

O início do livro é confuso, tive de ler mais de uma vez para compreender a complexidade do império Radch, uma galáxia governada por naves dotadas de inteligência artificial e corpos humanos.

A autora demonstra seu domínio em questões antropológicas e relações humanas, fazendo o leitor confundir-se diversas vezes com os jogos de gênero. Para os radchaai (cidadãos do império Radch) distinguir o gênero é irrelevante, mas para você leitor, será que é? Você consegue entender a história por completo desconsiderando o sexo dos personagens? A narrativa é apresentada com a alternância de tempos, passado e presente, algo difícil de se explorar de forma satisfatória, entretanto é um estilo que me atrai bastante.

Personagens cativantes, uma ótima história na superfície com camadas filosóficas para os mais atentos, e o bom e velho plot twist de deixar qualquer leitor louco para devorar o livro até o final. Espero ansioso pelas continuações.
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Leonardo 22/07/2018

IA Sentimental
Ann Leckie faz uma estreia triunfal no mundo da literatura com Justiça Ancilar, com o primeiro livro da trilogia Império Radch. Lançado em 2013 nos Estados Unidos, ganhou praticamente todos os prêmios da ficção cientifica, entre eles prêmio Hugo, prêmio Nebula, prêmio BSFA, prêmio Arthur C. Clarke e Locus Award.

O livro é narrado em primeira pessoa, pela protagonista da história, Breq, uma ancilar, que antigamente era parte da Justiça de Toren, uma porta-tropas controlada pelo Império Radch. Essa nave tinha uma Inteligência artificial, que além de ter controle total da nave, também controlava soldadas ancilares, que antigamente foram pessoas, mas que hoje são controlados pela IA da nave. Nessa cultura também não tem definição de gênero, sendo que todos os personagens do império Radch se referem aos outros pelo sexo feminino.
A história é contada em duas linhas de tempo, sendo que uma delas ocorre cerca de 19 anos no passado. No presente, encontra uma pessoa a beira da morte, chamada Seivarden, que ficou congelada por cerca de 1000 anos, e que já sua oficial. Breq acaba ajudando Seivarden, e não entende o porquê, já que ela nunca foi uma de suas oficiais preferidas. Breq está em uma missão a 19 anos, desde que perdeu seu controle da nave e de suas ancilares, e ficou, digamos, aprisionada em apenas um corpo. No passado, a Justiça de Toren (Breq) estava em um planeta recém conquistado, em que tramas políticas criam um clima tenso para a tenente Awn, à época uma das oficiais favoritas da nave.

Não foi à toa que ganhou os principais prêmios da ficção cientifica. Com uma narrativa surpreendente e personagens incríveis, até mesmo Breq, que por ser uma IA, tem muitos sentimentos semelhantes ao dos seres humanos, já é um dos principais livros desse século de ficção cientifica.
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Shaqit 24/12/2018

Ficções de gênero
A ficção científica é um gênero literário ligado às inovações, principalmente tecnológicas. O futuro muitas vezes é imaginado enquanto um lugar com meios de transporte que superam em muito os que temos, armas cada vez mais sofisticadas, meios de comunicação melhores. Porém, algumas obras não conseguem lidar de maneira satisfatória com as diferenças sociais que se apresentariam nesses futuros imaginados. Ann Leckie, ao contrário, traz uma abordagem muito interessante em seu livro Justiça Ancilar, imaginando a linguagem (será que posso dizer que a linguagem é a mais potente de nossas tecnologias?) inovadora, onde a flexão de gênero não se aplica e toda vez é referida no feminino. Esse exercício nos faz sempre ficar tentando decifrar as personagens, acostumados que estamos de pensar sempre em homens atuando em obras assim, dessa vez temos que lutar contra nosso próprio meio de observar o mundo. Mas o livro é muito bom para além disso: a intricada trama que a inteligência artificial da nave Justiça de Toren se envolve em sua sede de vingança contra a Senhora do Radch, imperadora de todo um império galático é interessante e prende a atenção. Os momentos de ação são deliciosos. Enfim, um grande livro que mereceu os prêmios que levou. Recomendo.
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Vagner 06/02/2019

Justiça Ancilar foi uma leitura que de início se mostrou difícil devido aos inúmeros nomes de raças, etnias e patentes dentro da história que são jogados sem muita explicação e também a quase falta de importância dos gêneros, fatos que podem e vão lhe dar um nó na cabeça. Mas isso tudo se mostrou necessário e genial conforme avancei na leitura. A primeira parte se divide em dois períodos diferentes; um deles onde vemos a nave Justiça de Toren, uma porta-tropas com uma IA (inteligência artificial) capaz de habitar os corpos de seus soldados, se envolver em eventos políticos que resultam em seu desaparecimento; e outro momento no futuro onde acompanhamos Breq, a única unidade aparentemente viva da Justiça de Toren, em uma busca misteriosa numa planeta gelado. Planeta este onde acaba encontrando por acaso Seivarden uma de suas oficiais humanas, que passou mil anos congelada e agora está perdida e entregue as drogas. Nesse universo vemos o Império Radch comandado por Anaander Mianaai, que divide sua consciência em vários corpos e com isso vai anexando novos planetas e os submetendo as sua política e religião baseada na deusa Amaat. Nesse império a igualdade de gênero é real, mais do que isso, não há diferença entre masculino e feminino, assim tudo e todos são tratados no feminino, só vemos diferenciação de gêneros quando Breq está em planetas “alienígenas” recém anexados. A segunda parte do livro é muito mais agitada, intensa e frenética com Breq determinada a cumprir sua misteriosa missão tendo que levar Seivarden a tiracolo (aliás só me dei conta do gênero deste personagem depois de um bom tempo). Justiça Ancilar é o primeiro livro de uma trilogia, agora só nos resta esperar por mais um capítulo nessa ópera espacial.
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