spoiler visualizarTati 04/01/2012
CONTEXTO DAS OBRAS DE HOMERO: ILíADA E ODISSÉIA.
Ambos os textos analisados, tratam sobre a guerra de Tróia, a Ilíada trata o último ano da guerra, que tem como tema principal a cólera de Aquiles.
Já a Odisséia tem por tema o regresso de Odisseu, que narra a pós-guerra, as aventuras de Odisseu até seu regresso em Ítaca.
A Ilíada inicia-se no décimo ano da guerra de tróia, na cena em que Agamémnom e Aquiles se desentendem por causa de Briseida, ambos queriam ficar com a moça, mas quem fica com ela é Agamémnom. Aquiles ofendido retira-se da guerra junto com seus valentes Mirmidões. Aquiles pede então a sua divina mãe que interceda junto a Zeus, rogando-lhe para que favoreça os troianos, como castigo pela ofensa de Agamémnom. Tétis consegue a promessa de Zeus de que ajudará os troianos.
Zeus, então, manda a Agamémnom, através de Oneiros, um sonho incitando-o a atacar Tróia sem as forças de Aquiles. Agamémnom resolve testar a disposição de seu exército. A tentativa por pouco não termina em revolta, incitada pelo insolente Tersites. A rebelião só é evitada graças à intervenção de Odisseu, que fustiga Tersites e lembra a profecia de Calcas de que Ílion cairia no décimo ano do cerco.
Os dois exércitos perfilam-se no campo de batalha, diante de Tróia. Páris, príncipe de Tróia, se adianta, mas logo recua ao ver Menelau, de quem roubara a esposa, causando a guerra. Menelau o insulta e Páris responde propondo um duelo entre ambos. Os aqueus respondem com agressões, porém seu irmão Heitor, o maior herói troiano, reitera o desafio, propondo que o destino da guerra seja decidido numa luta entre Menelau e Páris. Menelau aceita, exigindo juramento de sangue sobre o pacto de respeitar o resultado do duelo. Enquanto os preparativos são feitos, Helena se junta a Príamo, rei de Tróia, no alto de uma torre para observar a contenda. Ela apresenta os maiores comandantes gregos, apontando-os para Príamo.
O duelo tem início e Menelau leva vantagem. Quando está para derrotar Páris, Afrodite intervém e o retira da batalha envolto em névoa, levando-o ao encontro de Helena. Agamémnom declara então que Menelau venceu a disputa e exige a entrega de Helena, Hera e Atena protestam junto a Zeus, pedindo a continuidade da guerra até a destruição de Tróia. Zeus cede em troca da não intervenção de Hera. Atena então desce entre as tropas troianas e convence Pândaro, arqueiro troiano, a disparar contra Menelau, ferindo-o e rompendo o pacto com os gregos. O exército troiano avança, e Agamémnom incita os aqueus ao combate. Tem lugar então uma luta violenta, na qual os gregos começam a levar vantagem. Porém Apolo incita aos troianos, lembrando-os que Aquiles não participa da batalha.
Os troianos então avançam, retomando a vantagem sobre os gregos, a despeito dos grandiosos esforços de Diomedes, que, insuflado pela deusa Palas Atena, chega a ferir os deuses Afrodite e Ares, que defendem os troianos. Os gregos por sua vez parecem retomar a vantagem, o que faz com que Heitor retorne à cidade para pedir a sua mãe que tente acalmar Palas com oferendas. Após falar com a mãe, encontra-se com sua esposa e seu filho em uma torre. No encontro, Heitor fala com a esposa e o filho sobre o seus futuros, Heitor pressente que Tróia cairá. A seguir, convoca Páris e com ele volta à batalha.
Apolo combina com Atena uma trégua na batalha e, para consegui-la, incitam Heitor a desafiar um herói grego ao duelo. Ajax é o escolhido num sorteio e avança para o combate. O duelo é violento e prossegue até a noite, quando é interrompido. Os aqueus então aproveitam para recolher seus mortos e preparar um baluarte.
Com a manhã, o combate recomeça, porém Zeus proíbe os outros deuses de interferir, enquanto ele dispara raios dos céus, prejudicando os aqueus. O combate prossegue desastroso para os gregos, que acabam por se recolher ao baluarte ao final do dia. Os troianos acampam por perto, ameaçadores.
Durante a noite, Agamémnom se desespera, percebendo que havia sido enganado por Zeus. Porém Diomedes garante que os aqueus têm fibra e ficarão para lutar. Agamémnom acaba por ouvir os conselhos de Nestor, e envia a Aquiles uma embaixada composta por Odisseu, Ajax, dois arautos e o veterano Fenix presidindo, para oferecer presentes e pedir ao herói que retorne à batalha. Aquiles, porém, ainda ofendido, não cede.
Agamémnom então envia Odisseu e Diomedes ao acampamento troiano numa missão de espionagem. Heitor, por sua vez, envia Dólon para espionar o acampamento aqueu. Dólon é capturado por Odisseu e Diomedes, que extraem informações e o matam. A seguir invadem o acampamento troiano e massacram o rei Reso e doze guerreiros que dormiam, retirando-se de volta para o lado aqueu, onde são recebidos com festa.
Durante o dia o combate é retomado, e os troianos novamente são superiores, empurrados por Zeus. Heitor manda uma grande pedra de encontro a um dos portões e invade o baluarte grego, expulsando-os e empurrando-os até as naus, de onde não haveria mais para onde recuar a não ser para o oceano. Há amargo combate, com os aqueus recebendo apoio agora de Poséidon enquanto Zeus favorece os troianos, com heróis realizando grandes feitos de ambos os lados.
Hera, então, consegue convencer Hipnos a adormecer Zeus. Os gregos, acuados terrivelmente, se aproveitam desse momento para recuperar alguma vantagem, e Ajax fere a Heitor. Porém Zeus acorda e, vendo os troianos dispersos e a momentânea vitória grega, reconhece a obra de Hera e a repreende. Hera diz que Poséidon é o único culpado, e Zeus a manda falar com Apolo e Íris para que estes instiguem os troianos novamente à luta. Então Zeus impede Poséidon de continuar interferindo, e os troianos retomam a vantagem. Os maiores heróis aqueus estão feridos.
Pátroclo, vendo o desastre dos aqueus, vai implorar a Aquiles que o deixe comandar os Mirmidões e se juntar à batalha. Aquiles lhe empresta as armas e consente que lidere os Mirmidões, mas recomenda que apenas expulse os troianos da frente das naus, e não os persiga. Pátroclo então sai com as armas de Aquiles, incluindo a armadura, o que faz com que aqueus e troianos achem que Aquiles havia voltado à batalha e combatam os troianos junto às naus. Ao ver os troianos fugindo, Pátroclo desobedece a recomendação de Aquiles e os persegue até junto da cidade. Lá, Heitor, percebendo que é Pátroclo e não Aquiles, confronta o em duelo e acaba por matá-lo.
Há uma disputa pelas armas de Aquiles, e Heitor as ganha, porém Ajax fica com o corpo de Pátroclo. Os troianos então repelem os gregos, que fogem. Aquiles, ao saber da morte do companheiro, fica terrivelmente abalado, e relata o acontecido a Tétis. Sua mãe promete novas armas para o dia seguinte e vai ao Olimpo encomendá-las a Hefestos. Enquanto isso Aquiles vai ao encontro dos troianos que perseguem os aqueus e os detém com seus gritos, permitindo que os gregos cheguem a salvo com o cadáver. A noite interrompe o combate.
Na manhã seguinte Aquiles, de posse das novas armas e reconciliado com Agamémnom, que lhe restituíra Briseida, acossa ferozmente os troianos numa batalha em que Zeus permite que tomem parte todos os deuses. Trucidando diversos heróis, Aquiles termina por empurrar o combate até os portões de Tróia. Lá Heitor, aterrorizado, tenta fugir de Aquiles, que o persegue ao redor da cidade. Por fim Heitor é enganado por Atena, que o convence a se deter e enfrentar o maior herói aqueu. Ele pede a Aquiles que seja feito um trato, em que o vencedor deve respeitar o cadáver do vencido, permitindo seu enterro digno e funerais adequados. Aquiles, enlouquecido de raiva, grita que não há pacto possível entre presa e predador. O terrível duelo acontece e Aquiles fere mortalmente Heitor na garganta, única parte desprotegida pela armadura. Morrendo diante de seus entes queridos, que assistiam de dentro das muralhas, Heitor volta a implorar a Aquiles que permita que seu corpo seja devolvido a Tróia para ser devidamente velado. Aquiles, implacável, nega e diz que o corpo de Heitor será pasto de abutres enquanto o de Pátroclo será honrado.
Aquiles amarra o corpo de Heitor pelos pés à sua biga e o arrasta diante da família e depois o leva até o acampamento grego. São feitos os jogos funerais de Pátroclo. Durante a noite, o rei Príamo vem escondido ao acampamento grego pedir a Aquiles pelo corpo do filho. O seu apelo é tão comovente que Aquiles cede, chorando, com a ira arrefecida. Aquiles promete trégua pelo tempo necessário para o adequado funeral de Heitor. Príamo leva o cadáver de seu filho de volta para a cidade, onde são prestadas as honras fúnebres ao príncipe e maior herói de Tróia.
Já a Odisséia trata de acontecimentos posteriores à guerra. As cenas iniciais passam-se em Ítaca, no palácio de Odisseu, que se encontra fora. Penélope, sua esposa, é assediada por inúmeros pretendentes, que lhe fazem a corte na suposição de que Odisseu tenha morrido. A deusa Atena, disfarçada de estrangeiro, faz com que Telêmaco, filho de Odisseu, saia em busca do pai. O jovem reúne o povo e solicita-lhe um barco. O povo vacila, deixando-se levar pela pressão dos candidatos à mão de Penélope. Atena surge novamente, agora na forma de Mentor, amigo de Odisseu, equipa um barco e parte com Telêmaco. Chegam a Pilos, na casa de Menelau. Nenhum deles, porém lhes dá informações sobre o paradeiro do seu pai.
Enquanto isso, Odisseu passa por aventuras fabulosas. Uma delas, é a sua estadia, na ilha da deusa Calipso, que por ele se apaixonou e que não o quer deixar partir. Mediante a intervenção dos deuses, o herói abandona a ilha, partindo numa jangada. O deus Poséidon faz com que ele naufrague numa ilha, habitada pelos Feácios e recolhido na praia por Nausica, filha do rei Alcinoo. É recebido na corte com honras e festins. Certa vez, ouvindo um aedo cantar episódios sobre a guerra de Tróia, comove-se relembrando o passado. Narra, então suas aventuras, o seu encontro com o gigante Polifemo, cíclope monstruoso de um só olho no meio da testa ele e seus companheiros foram aprisionados pelo ciclope numa caverna fechada por colossal pedra, que somente o monstro conseguia remover. Antropófago, ia devorando os companheiros de Odisseu. Odisseu diz para o gigante que se chamava "Ninguém", já arquitetando manhoso plano. Em seguida, proporciona-lhe generoso vinho. O gigante promete-lhe que ele será a última vítima. Passam-se seis dias de expectativa e horror. Na sétima noite, aproveitando o sono de Polifemo, Odisseu vaza-lhe o único olho. O gigante acorda com brados pavorosos acordando os outros habitantes da ilha, mas ninguém pode entrar na furna por causa de pedra. Perguntam o motivo daqueles urros, e o gigante responde "ninguém me mata, ninguém, na hora do meu sono, me oprime com um poder feito de astúcia". Os outros replicam que se fora "ninguém", fora a mão divina, e que restaria a Polifemo apenas a resignação. Pela manhã, quando o gigante, agora cego, desloca a pedra a fim de dar passagem aos seus grandes carneiros, Odisseu e seus companheiros se escondem contra a barriga do carneiro e podem dessa maneira deixar o pavoroso antro, sem que Polifemo previna a fuga.
Em seguida, Odisseu visita outra ilha na qual habita uma feiticeira chamada Circe, que com poderoso vinho, tinha o dom de transformar homens em animais. Ela transformou os companheiros de Odisseu em porcos, porém, vencida pela astúcia de Odisseu, acaba por desencantá-los. Após um ano, os companheiros se reuniram e disseram a Odisseu que estava na hora de irem para casa. Odisseu pede para que Circe os deixe ir. Circe lhe diz que se assim deseja, que vá, mas que antes deve fazer outra viagem, deve ir a morada de Hades e da terrível Perséfone, a fim de consultar a alma do Tirésias, o adivinho cego, cuja mente continua viva. Chega o herói depois ao Hades, país dos mortos. Conversa com várias sombras de falecidos conhecidos seus, e já tendo consultado Tirésias, que era a razão de ter descido àquele reino, retira-se. Atravessa o mar entre Caríbdes, o insidioso redemoinho, e o rochedo Cila; amarra-se ao mastro do navio, mandando que seus companheiros colocassem cera nos ouvidos, e escuta os irresistíveis cantos das sereias.
Os Feácios, comovidos com a narração, proporcionam-lhe uma embarcação para regressar para Ítaca. Odisseu chega disfarçado de mendigo, e é acolhido pelo porqueiro Eumeu. Após o regresso de Telêmaco, Odisseu é reconhecido pelo filho.
Após vários acontecimentos, é reconhecido também pela ama, por causa de uma cicatriz. Ele pede que ela não diga nada aos demais e sugere que façam o evento do arco para distrair os pretendentes. Os pretendentes não conseguem vergar o arco de Odisseu, que disfarçado de mendigo com o apoio de Telêmaco verga o arco e mata um por um dos pretendentes. Após esse sangrento massacre dos pretendestes, Odisseu pede para Telêmaco enforcar as servas traidoras.
Finalmente Penélope é chamada e reconhece seu marido.