spoiler visualizarMaciel 01/03/2022
Acho incrível como a Agatha Christie consegue se reinventar a cada livro. Não que eles difiram tanto assim, mas admiro muitíssimo a sua criatividade e genialidade para tantos casos simples e ao mesmo tempo brilhantes que cria. Ainda lamento o fato de ter terminado a leitura desse livro, pois fiquei com um gostinho de quero mais, e não me importaria nem um pouco se houvessem mais outros tantos contos.
É claro que nem todos foram fantásticos, mas dentre eles, vários se destacaram por serem curtos e conterem ainda assim uma grande revelação no final, tendo mais profundidade do que imaginado anteriormente. O único problema era que alguns acabavam rápido demais e, às vezes, tinham uma conclusão deveras resumida, ou um tanto confusas, por terem sido deixadas em aberto em alguns aspectos.
Todos eles se relacionam com cada um dos 12 trabalhos, e seguem uma linha de desenvolvimento semelhante à de cada trabalho. Em alguns casos, tais semelhanças foram bem visíveis, combinando perfeitamente com a história do mito, enquanto em outros parece que foram um pouco forçadas, e só se conectavam em pequenas partes.
No início, Poirot disse que esses casos seriam bem selecionados e ele só aceitaria aqueles que verdadeiramente lhe chamassem a atenção, e que tivessem alguma semelhança com os de Hércules. Porém, ao longo da narrativa, percebemos que nem todos foram realmente grandiosos como o detetive esperava, e na verdade, o que realmente chamava a atenção em cada um deles era o fato de serem justamente simples e, muitas vezes, um pouco peculiares.
Todos os casos foram protagonizados por Poirot, com exceção de alguns que contaram com a participação de outro detetive da região, ou algum ajudante de sua escolha. A maioria é resolvida rapidamente, e com destreza pelo genial detetive, e somente uns poucos demoraram mais de um mês, o que mal dá para se notar em vista de que cada conto contém, mais ou menos, 20 páginas.
Um ponto a se destacar são os cenários predominantes em cada conto e a região em que eles se passam, além dos vários assuntos tratados (desde política até desaparecimento de cães, casos de loucura e roubos de obras de arte), o que garante maior diversidade e variedade na obra, sem deixar que esta se torne muito cansativa.
Outra coisa que achei interessante foi que, durante o decorrer desses contos, pudemos conhecer um pouco mais sobre Hercule Poirot, o que raramente eu via em outros livros da autora, apesar de ter lido apenas uma pequena parcela deles. Considerei isso algo fascinante, pois ele é um personagem bem curioso e de uma personalidade singular, que foi pouco explorado nas outras obras dela. Ele é um pouco mais orgulhoso e arrogante do que eu imaginava, porém não posso deixar de admitir que esse é um dos fatores que deixa toda a história mais divertida.
A edição feita pela Editora Nova Fronteira está espetacular como sempre, com uma capa lindíssima e que revela novos detalhes a cada vez que olhamos para ela (se vocês olharem bem, perceberão que existe um rosto de um homem na capa, o que eu tinha confundido antes com grandes nuvens, risos). Amo essas edições em capa dura, o único defeito que encontrei são alguns erros de digitação, principalmente de travessões faltando para indicar a fala de algum personagem, ou a mais em outros lugares em que não está presente nenhuma fala ou explicitação de algum assunto.
Admito que esse não foi um dos melhores da autora, mas apesar de tudo, considero que essa foi uma boa leitura, e posso dizer que me diverti muito com ela. Recomendo a todos que desejam um livro para descansar e se divertir um pouco, essa é uma boa indicação para aqueles que já conhecem a autora ou a desejam conhecer!