venusy 13/10/2023
Fugir do destino pode te levar de encontro a ele
?Assim, não consideremos feliz nenhum ser humano, enquanto ele não tiver atingido, sem sofrer os golpes da fatalidade, o termo de sua vida.?
A tragédia grega mais famosa e obra magna de Sófocles acompanha a decadência de Édipo depois de sua vitória contra a esfinge. Embora já conhecesse a história, fiquei muito curiosa em ler a peça, principalmente devido meu crescente interesse por tragédias. Muito bem escrita e elaborada, é notória a genialidade de Sófocles de articular a história de Édipo, que uma vez tendo seu destino traçado antes de seu nascimento, não conseguiu escapar dele mesmo em meio a tantas tentativas suas e de seus pais para que as profecias em torno de suas vidas não se concretizasse.
Mesmo sendo um tema bastante presente nas narrativas e mitos gregos, o destino selado aqui não é a única coisa que impressiona sobre a maestria do autor em conduzir a história, mas também o acaso, uma vez que ainda que predestinado a fazer tudo que fez, Édipo o fez inconsciente. É interessante esse paralelo tanto quanto as pragas rogadas pelo protagonista ao assassino do rei Laio, sem saber que seria ele o próprio, e que consequentemente atingem a ele, o que explica um pouco seu fim na história.
Por conclusão, temos também a frase que ilustra o início dessa resenha, proferida pelo Corifeu e que me trouxe uma grande reflexão. Édipo pensou ter alcançado a plenitude de sua vida após ter livrado Tebas da Esfinge e se tornado rei. No entanto, a vida de um homem só pode ser considerada esplêndida, após sua morte, uma vez que ninguém pode prever os infortúnios que lhe ocorrerão antes dela e que talvez culminem no declínio de sua vida, tal qual foi o caso de Édipo.