P. G. S. ZAGO 25/04/2021
Romance adolescente inspirador
Algo que julgo essencial para uma vida plena em sociedade é EMPATIA. A habilidade de se colocar no lugar do outro, considerando o contexto, as referências e experiências do outro, dispensando suas próprias críticas, julgamentos e pré conceitos.
Esse livro versa essencialmente sobre isso, embora não necessariamente de forma explícita.
O título e a capa já deixam claro que a temática desse livro envolve um relacionamento um tanto inusitado, socialmente não aceito.
"O amor, o nosso amor, é só nosso, e mais ninguém parece ser capaz de falar, apenas nós de sentir."
Douglas, Amanda e Lucas, são jovens amigos que compartilham suas vidas, seus segredos e suas experiências, em uma amizade sincera e que apresenta equilíbrio e refúgio para os três.
Em meio a muita turbulência, dúvidas e inseguranças, eles percebem que estão apaixonados uns pelos outros, e apesar dos medos e incertezas, eles decidem embarcar nesse namoro triplo e se permitir experimentar o amor.
Deixando de lado a questão sobre esse se tipo de relacionamento deve ou não ser aceito socialmente, e avaliando a obra em termos literários, que é o que aqui me incumbe, enfatizo novamente a empatia.
Louvável a coragem do autor em abordar um tema tabu e de forma tão singela e empática, desmistificando a relação à três, afastando a promiscuidade com que as pessoas a classificam e apresentando um amor romântico e verdadeiro em uma relação jovial e intensa.
Além disso, a história de amor de Douglas, Lucas e Amanda, mostra outras tantas facetas de julgamento social, individual e familiar, que vão além de mero preconceito a relacionamentos diferentes do que somos capazes de conceber.
"Foi assim que fizemos nossas pazes, percebendo os pesos conflitantes da felicidade e da aparência."
Adorei a experiência de empatia ao ler esse livro e observar o amadurecimento dos protagonistas e sua coragem em enfrentar suas famílias, colegas, professores e o mundo para lutar por aquilo em que acreditam e para conquistar a simples e básica liberdade de amar.
Faça as malas e embarque em um romance atípico, despindo-se das amarras sociais e dos julgamentos individuais, percebendo que somente poderemos evoluir enquanto indivíduos e sociedade quando aceitarmos que o ato de amar nunca é errado.
Vamos viajar?