Resenhas - Testo Junkie

jheuler 25/03/2022

Sensacional
Olha faz tempo que um livro não meche tanto comigo, comecei esse livro muito triste pois a realidade que ele nos desvenda é muitas vezes ignorada, mas precisamos abrir os olhos.
E passo a aprender a como contornar essas situações e encontrar o ser humano enquanto sua diferença. O autor não está simplesmente sendo pessimista, apresenta uma realidade que precisamos abrir os olhos e assim entender para não sermos meras massas de manobra.
Termino o livro feliz com as discursões principalmente as ligadas a teoria Queer e as reflexões mais que atuais sobre o feminismo e as questões sobre ética da sexualidade na nossa sociedade.
Além disso o autor nos apresenta muitas indicações de por onde seguir essas linhas de estudo e pensamento colocando-as em dialogo que até então era invisibilizado.

Fabio 01/05/2020

Singular
Não só sua escrita me parece única mas sua experiência e reflexão são para mim uma explosão, os capítulos apresentam um mundo que está aí mas não o via. Incrível.

caminhaodebrinquedo 19/12/2022

Experiência, corpo, teoria, Queer, biopolítica
O que mais me chama atenção no livro é o intercalar dos capítulos teóricos com os relatos da experiência e como eles dialogam. É um livro que eu achei denso, muito conteúdo, mas que não é de difícil leitura, eu acho a escrita de Preciado precisa e ele consegue passar o que ele quer. O mais difícil é digerir, me deu depressão pensar e refletir sobre farmacopornografia, biopolítica e etc. Sobre os relatos, para mim foram o ponto alto, pois era onde eu mais me identificava pessoalmente com o assunto.

gregattidudu 21/06/2023

Vou sentir saudade, Beto!
Ler esse livro começou como uma obrigação e terminou com gosto de quero mais. Paul B Preciado, é uma mente maravilhosa que faz você passar e questionar lugares que nunca pensou. A mistura da teoria e da vivência faz total diferença na experiência de leitura.

lacklusterstarchild 10/11/2024

O capitalismo desnudado pelo corpo trans
Nessa crítica mordaz à lógica tecnoconstruída e microgerenciada das manifestações de gênero e sexualidade normatizadas pelo Ocidente, o tenaz filósofo Paul B Preciado adiciona ao estudo da subjetivização (explorado por Foucault e Butler) um o olhar centrado no papel estruturante da indústria do sexo e dos fármacos para a reprodução capitalista, além de intercalar sua análise fascinante com escritos sobre sua autoadministração clandestina de testosterona, sua vida sexual, amorosa e política.

Somos todos seres tecnovivos, nos diz Preciado, ficções somatopolíticas andantes que necessitam de drogas para atender ao caprichos do regime de diferenciação sexual. O autor articula, com uma linguagem ao mesmo tempo científica e pornográfica, o caráter incorporativo das tecnologias de controle desenvolvidas por processos violentos como estrátegias de colonização interligados à submissão do corpo orgásmico à pradução de riqueza baseada na manutenção do ciclo excitação-frustração-excitação em um nível global.

Por fim, esse texto arrebatador clama por uma mutação política na qual o corpo está em seu cerne - a criação coletiva de novas tecnologias de produção do sujeito é essencial, pois se é para ser uma ficção somatopolítica, que seja uma não designida, mas escolhida por nós mesmos.