Jhoe 18/03/2023
O nome ressureição surge em grande medida, de acordo com a compreensão literária que Machado vai reiterando em cada passagem/vivência. Félix sempre foi um refratário ao sentimentos amorosos, o que faz com que os processos de solidão, conhecer alguém, se apaixonar e consequentemente contrair um relacionamento seja problemático. Félix sempre saiu buscando se reencontrar sozinho e dominar novamente o seu próprio mundo, onde somente o seu ego tinha importância. Portanto, é ao relacionar-se no trânsito do da vida boêmia e juvenil que acaba ressuscitando suas mortes amorosas anteriores. Amores contraídos no decurso da breve vida. Vivências idílicas, poéticas inicialmente. O cenário se inverte em todos casos, infectados pelo problemas individuais e de insegurança do personagem. Ao longo dos meses tudo torna-se um infortúnio/um problema. A insegurança e o ciúme são os principais temperos da primeira obra romântica de Machado de Assis de 1878.
As quantidades exorbitantes ao longo da obra da palavra viúva (149 vezes), pode responder por Félix sobre um dos problemas levantado a Lívia. Sempre inquirindo Lívia a respeito do finado, percebendo ser seus sentimentos genuínos, eterno pelo finado
serem inquebráveis pelo finado marido tornando duvidoso seu comportamento e derivando então, a consequências finais.
(e sem o cajado do julgo e a aljava da condenação, devemos buscar na literatura datada, balizada de Machado o reflexo de uma sociedade aristocrática e de costumes, ponto que até nos mune no exercício de apreender a introdução de personagens periféricos da sociedade, é um ponto de debate acerca da escrita machadiana e vislumbrada em Helena (1876).
Outro aspecto são as mulheres sendo parte de um sistema masculino em toda sua acepção, basta lembrarmos que a tutela da mulher no século XIX distribui-se numa primeira instancia ao pai, marido e irmão na ausência destes dois primeiros. Portanto, por mais que soe contraditório, Félix podia se aproveitar da ausência dessas figuras e se aproveitar, dando outros contornos ao texto, mas Lívia é retratada ora mais explícita, ora não, como herdeira familiar e matrimonial. Isso assusta Félix, mostrando que a necessidade de tutela, de criação de dependência era sempre criada, uma vez ausente e aplicada numa sociedade conservadora, católica e de bens.