R...... 26/10/2016
Edição Martin Claret (2005)
Em seu primeiro romance, onde rotineiramente há busca de uma identidade e menos rebuscamentos, o Machado de Assis mostra seu diferencial.
A história evolui de maneira densa, revelando a essência das personagens em virtudes, defeitos, dramas, desejos. Vemos poucos desdobramentos, mas geram expectativas cativantes, como nos capítulos finais.
É obra considerada da fase romântica, porém, não são os devaneios amorosos que fazem a cabeça do autor, destacando-se a razão, numa história que pode ser frustrante e provocativa a reflexão. No caso, com a impulsividade, a desconfiança e o apego a conceitos e orgulho próprio dando o desfecho.
Em linhas gerais, quatro jovens: Félix (um médico um tanto convencido e pedante, supondo vasta visão de mundo e da alma humana), Lívia (jovem viúva, extremamente racional e receosa em experimentações por conta da rigidez dos juízos que preestabeleceu), Meneses (pretenso amigo de Félix, sem medos ao que acredita e valoriza) e Raquel (romântica, e ponderada, aberta à aprendizagens e experimentações). Podemos dizer que os dois últimos são românticos e seguros de seus sentimentos, enquanto o casal protagonista luta contra seus temores e concepções para a vivência de uma história amorosa.