Ressureição

Ressureição Machado de Assis...




Resenhas - Ressurreição


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Ailton 22/03/2013

Primeiro livro de Machado, com a temática voltado para o romantismo.

Essa fase de Machado não é a minha preferida, sou fã dos seus livros do período realista, porém é uma leitura interessante por alguns motivos.

Primeiro porque é um Machado de Assis, e sendo seu primeiro livro tem uma conotação histórica.
Segundo porque retrata a sociedade da época, onde a imagem valia mais que o sentimento. O tema casamento e relações sociais é quem dita o ritmo da obra.
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DIRCE18 03/03/2013

Casar ou não casar, eis a questão.
Embora fazendo parte do Romantismo (1872), não me foi é possível fazer a leitura de Ressurreição como sendo um romance datado:Rio de Janeiro,final do século IXX, pois me pareceu bem atual-salvaguardando, é claro,o contexto histórico, toda frivolidade e monotonia que lhes eram inerentes.
O enredo é mais ou menos assim: o solteirão Dr. Félix ( as aspas são por conta da opção do rapaz: opta por viver às custas de uma herança a praticar a medicina) que fugia do amor como o diabo foge da cruz, se apaixona pela viúva, porém, jovem, linda e sensível Lívia.
Como todo mala que se preza dá até para parodiar a música do R. Carlos: Esse cara sou eu, cantando Esse mala sou eu , Félix tem ciúmes até da própria sombra ( graças ao seu passado, claro) e a pobre Lívia é vítima desse ciúmes. Lívia, que sofria do mal do amor ( em se tratando do Félix, não dá para falar em bem do amor), o perdoa várias vezes por essa sua fraqueza.
Casar ou não casar era a questão? O casamento era, na época, almejado por ambos os sexos e não somente pelas mulheres como nos dias atuais. O casamento era considerado como algo quase que vital, que dá até para responder a célebre frase do Quincas Borba: Ao vencedor, as batatas? , dizendo: Não. Ao vencedor,o casamento.
Agora, correndo o risco de me tornar uma forte candidata de me tornar uma hóspede da Casa Verde ( aquela do Conto O Alienista), me atrevo a perguntar: Mestre, onde está a Ressurreição?

Ladyce 05/03/2013minha estante
Dirce,

Gostei tanto de ver que você saiu em defesa de um dos "romances menores" de Machado. Gosto de seus romances assim chamados. Porque são escritos por Machado. Nas mãos de outro poderiam ser fracos. Gosto de Helena, de Mão e a Luva, enfim dos não citados... Como um bom entendedor da psicologia humana, Machado conhece bem os tipos sobre os quais escreve, inclusive tipos como o Dr. Felix -- sua descrição de MALA é excelente. As situações os modos podem mudar, mas os indivíduos, a maneira de pensar dos seres humanos, continua bem a mesma. Se isso não fosse verdade, como explicar os clássicos gregos ou romanos, não é mesmo? Boa resenha!




Aline 07/12/2012

Não espere romantimos...
Somente Machado para criar um personagem tão humano. Uma caractristica que gosto muito em seus romances.
O protagonista Felix do romance "Ressurreição" é um homem fechao para o amor não apenas por causa de decepções mais por não confiar nas armadilhas do coração. Frio até mesmo quando se rende a paixão.
Outro autor transformaria tal personagem em um vilão, mas Machado em sua ifinita sabedoria em criar personagens complexos ( quem já leu outros romances dele já sabe!!), nos faz entender as caracteristicas humanas de Felix!
Renata CCS 09/05/2013minha estante
Gostei de sua resenha! Este livro está em minha lista de futuras leituras.


Aline 11/07/2013minha estante
Espero que goste do livro Renata!


Emer 14/09/2016minha estante
Resenha maravilhosa, sucinta e clara!




Mônica 02/06/2012

Promissor
Em seu primeiro livro, Machado de Assis já começa a imprimir seu estilo tão característico: o uso da polêmica metalinguagem, a valorização da personalidade em detrimento da descrição física e o seu pendor para histórias que passam muito longe do romantismo.

Além disso, as mulheres desse história demonstram, de diversas maneiras, força de vontade, abnegação em prol de outrem e uma capacidade de se reerguer que dá de 10 a 0 em qualquer um dos personagens masculinos, hehe

A história é bastante curta, mas recomento a leitura, pois seu mote fala
de uma lição que podemos levar para o resto da vida: não despreze a felicidade, de qualquer modo ou tipo, apenas por ter medo de se entregar a ela.
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Ed Siqueira 10/07/2011

Os ciúmes do boêmio formam um bom começo para a obra machadiana, mas ainda e só um começo
Esperar demais dos primeiros romances de qualquer autor é sempre mau negócio. Com este, não é diferente, embora seja uma obra de Machado de Assis.

Em RESSURREIÇÃO acompahamos o envolvimento de Félix, um rico "bon vivant" que não se interessa por relacionamentos duradouros, com a jovem viúva Lívia, uma mulher sonhadora e impetuosa admirada por todos em seu círculo social. A narrativa acompanha as desventuras de Lívia em seu romance atribulado com um Félix ciumento e inconstante.

O texto breve e a atenção às idiossincrasias das personagens valorizam a obra, sendo traços característicos da escrita machadiana, mas é ainda um primeiro esforço no romance, uma obra simples, que pode valer pela curiosidade histórica ou pelo acompanhamento da trajetória de um mestre, mas não vai muito além disso.
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Gláucia 17/02/2011

Fase de transição
Dos românticos do autor é o meu favorito, talvez por seu final não muito trivial para os livros dessa fase. É o último da safra, a seguir teremos os da fase realista, minha favorita ao lado do naturalismo.
Dr Félix era um ciumento incorrigível e as tentativas de esconder esse sentimento piorava tudo. Mereceu o que (quase) teve.
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José Martino Escritor 09/07/2010

A Respeito do romance Ressurreição de Machado de Assis
Em 1872, Machado de Assis finalmente publica seu primeiro romance, Ressurreição. Até este momento de sua vida, ele era conhecido, sobretudo, como poeta, um poeta elegante e urbano, que sabia trabalhar de modo exímio a forma de seus versos. Talvez por isso tenha surpreendido tanta gente, quando apareceu um novo romance nas livrarias levando o seu nome.
Por essa época, o romance no Brasil buscava novas formas de expressão e o caminho encontrado foi retratar os costumes locais, na esteira de O Gaúcho, publicado por Alencar em 1870. Em 1872, Taunay, Bernardo Guimarães e o próprio José de Alencar deram ao público romances como Inocência, O Garimpeiro e Til, todos eles com forte cunho regionalista. Agora, a natureza passava a ser retratada de maneira ainda mais exuberante e, se os enredos continuavam melosos para agradar o gosto das mocinhas sonhadoras da época, havia uma grande novidade. O regionalismo levou para os livros a maneira de falar típica de cada região e um grande número de vocábulos e expressões regionais foi incorporado à literatura.
O romance de Machado de Assis fugia a esta tendência literária e ele próprio revelou isso na advertência que colocou em Ressurreição:

“Não quis fazer romance de costumes; tentei o esboço de uma situação e o contraste de dois caracteres; com esses simples elementos busquei o interesse do livro.”

Machado de Assis tinha trinta e três anos quando o romance foi colocado à venda em abril de 1872. Impresso no próprio Rio de Janeiro, na Tipografia Franco-Americana, situada na rua da Ajuda, o escritor deve ter acompanhado de perto a confecção dessa sua primeira aventura em prosa de maior fôlego. O livro levava o selo da editora Garnier, que era uma das principais casas editoriais do Brasil. Fraco é o enredo de Ressurreição e quase não há ações ou peripécias. Como o próprio Machado afirmou, o interesse da obra está na personalidade complexa dos protagonistas, tratando-se, pois, de uma tentativa de romance psicológico. Sob este aspecto, os demais livros românticos de Machado serão um retrocesso neste processo criativo. Em todos eles, abundam situações romanescas típicas das histórias escritas na segunda metade do século XIX. No que diz respeito à estrutura e organização, o romance Ressurreição pode ser considerado inferior aos livros românticos que lhe seguiram, mas nenhum deles possui esta fragrância diferente, caracterizada pelo gosto da análise e que faria a fortuna de Machado de Assis.
Diferente do romance romântico tradicional, Ressurreição não acaba em final feliz. O Dr. Félix, que está sempre a suspeitar das coisas, e Lívia, uma viúva de vinte e quatro anos, apaixonam-se após um baile na casa do Coronel Moraes, mas o rapaz age de maneira estranha com relação ao amor e, freqüentemente, acaba se separando da amada, quando poderia ficar com ela. A sua indecisão, os seus ciúmes infundados e uma carta anônima acabam por levá-lo a romper o casamento acertado com Lívia. Depois, arrepende-se e vai pedir perdão à amada, mas é tarde demais, pois ela não o perdoa. Joaquim Maria quis submeter à análise um pensamento de Shakespeare, que ele colocou como epígrafe do livro: “A dúvida é traidora; muitas vezes, faz-nos perder o bem, que alcançaríamos, pelo receio de não consegui-lo.”
Os outros personagens do livro são abúlicos e convencionais. Meneses, Raquel, Viana, Cecília, Moreirinha, Batista, Coronel Moraes e Matilde são personagens pouco marcantes. As figuras são típicas, como o parasita, a viuvinha desejada, etc. Muitos deles não possuem ocupação fixa, como grande parte dos personagens machadianos, que vivem de renda ou herança. Gostam de exibir-se durante o dia na rua do Ouvidor e, à noite, em teatros e bailes.
O livro teve uma excelente acolhida por parte dos críticos, sendo que a grande maioria elogiou muito Machado de Assis, incentivando o autor a continuar seguindo neste caminho. O jornal A Reforma foi o primeiro que deu a novidade, saindo o artigo em primeira página, muito provavelmente pelas mãos de Joaquim Serra. José Carlos Rodrigues escreveu uma crítica bastante elogiosa, publicada no jornal Novo Mundo, que circulava em Nova York. O resenhista do Jornal do Comércio também elogiou a obra, mas ressalvou que a idéia não era original, tendo sido desenvolvida anteriormente no romance Paule Méré, de Victor Cherbuliez. Já Luís Guimarães Júnior, no Diário do Rio de Janeiro, afirmou que poucas obras tinham um estilo tão puro quanto a Ressurreição. Era um reconhecimento que ele não tivera ao publicar seus livros de poesias.

*****

Do livro: MEMORIAL DO BRUXO - CONHECENDO MACHADO DE ASSIS
de José Antonio Martino
Mais informações sobre este livro aqui no Skoob
ou no blog: http://machadodeassis-memorialdobruxo.blogspot.com
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Douglas 08/04/2010

Um amor para recordar
O que escrevo não é bem uma resenha, mas um depoimento sobre este livro.
Ressurreição é um romance excelente. Li quando tinha 14 anos e nunca esqueci. Foi uma das mais belas experiências de leitura que tive na infância. Foi o primeiro livro que eu realmente não conseguia parar de ler. Foi como o primeiro amor ou como perder a virgindade... kkk você nunca esquece.

Trata-se de um amor "perdido" e reencontrado em outra mulher, que acredita-se ser a ressurreição deste amor.
Gisele 12/09/2016minha estante
Douglas, li o seu comentário, e me senti nele. Li na mesma idade, e foi o primeiro romance que me conquistou! Li e reli várias vezes.
A alma do Dr Félix me prendia toda vez que eu lia.
Um excelente livro que eu jamais vou esquecer.




Capone 10/09/2009

Primeiro livro do Machado. Achei a história meio fraca. Mostrou mais ou menos como seria os seus próximos livros.
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Claire Scorzi 07/03/2009

Machado de Assis merece elogios por ter, em pleno romantismo, feito um esforço por um estilo mais sóbrio, mais contido ao descrever sentimentos; ainda assim, o livro é melhor até a página 100 mais ou menos - depois cai nos exageros do gênero e sem o carisma de um José de Alencar. O desfecho recupera em parte a sobriedade e considero este o melhor dos romances do autor (li 2 da fase romântica e 5 da fase realista) junto com "Memorial de Aires".
Mila 11/09/2015minha estante
Oi, Claire, eu também achei que o romance decaiu em muito entre a página cem. Começou a ficar cansativa todas as dúvidas e relutâncias do Dr. Félix.




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