Resenhas - Ressurreição

Miguel.Sardenberg 30/01/2024

Gostei da leitura! Primeiro livro da era romântica de Machado que leio, e já dá pra perceber muitas das características marcantes do bruxo do Cosme Velho. Félix me lembrou muito Bentinho, inclusive Ressurreição me fez ter certeza de que Capitu não o traiu rs. Vale bastante a leitura, ansioso pelos próximos!

Bárbara 09/04/2022

Releituras das obras Machadianas em ordem cronológica.
Resolvi fazer as Releituras das obras de Machado,mas em ordem cronológica.
E pude constatar toda magnitude desse autor!
Escrita sólida, inteligente,personagens bem elaborados e temáticas que abordam os mais diversos conflitos humanos.
Ler Machado é sempre um deleite! Não é à toa que é meu autor favorito da vida,o que me deixa até repetitiva quando o assunto é tecer comentários ao seu respeito.
Resta- me então recomeda-lo,relê-lo e disseminar seu legado e seguir encantada com tamanha genialidade.

Elyene 29/03/2022

Leve e viciante
Que leitura gostosa! Muito mais fácil e fluida do que minhas experiências anteriores com o autor (que apreciei muito, mas não foram tão tranquilas de ler). Sinto que é uma história para agradar muitos públicos, especialmente fãs de Jane Austen e também os que não gostam dos livros dela pelo excesso de informações kkkk Ainda que direto, o autor suscita reflexões e críticas bem contundentes. Parece-me uma ótima leitura de entrada para quem nunca leu Machado!

Taís 09/04/2022

Primeiro livro de Machado (1872)
Esse eh um bom livro!! Ainda não eh "aquele machado", mas é um bom livro para perceber que ele já gostava de jogar com a questão da confiança/dúvida entre os personagens.
O ranço que sinto de Félix, causado pela imaturidade ou leviandade dele para com Lívia, ficou comigo quase o livro todo. Era um relacionamento tóxico típico, relacionamento ioiô... onde o sempre inseguro macho desconfia de verdade do sentimento da moça boba. Curti o desfecho, apesar de Félix não ter sofrido o que deveria!! #vingativa ??

ludwig2 12/04/2022

Sol e chuva...
Este livro é uma história dramática de amor. O protagonista é Félix, e ele tem uma personalidade detestável. Ele considera que seu coração morreu, devido a romances fracassados no passado, e acredita que só pode amar semestralmente; daí que uma das primeiras cenas consiste em Félix abandonando sua amante, Cecília, de maneira fria e repentina, depois de 6 meses de namoro.
O melhor amigo de Félix, o advogado Meneses, é o seu oposto: mais jovem, talvez mais imaturo, e ultrarromântico, deixa-se levar facilmente pelas emoções e não percebe quando outras pessoas dissimulam um sentimento. Enquanto Félix é apático, extremamente desconfiado de tudo e de todos, bastante egoísta, e não acredita quando outras pessoas manifestam um sentimento verdadeiro.
Porém, eis que aparece na vida de Félix a possibilidade de fazer seu coração renascer: o amor pela viúva Lívia, uma bela e inteligente mulher que consegue a atração de todos. Félix e Lívia se apaixonam e começam um namoro; porém, o caráter desconfiado e ansioso (talvez até paranoico) de Félix faz com que ele veja, a cada passo da viúva, uma possível traição. As mínimas coisas colocam na cabeça de Félix a convicção de que ele está sendo traído. Assim, o namoro dos dois tem momentos de tranquilidade, e momentos de crise e perturbação, em que Lívia tenta convencê-lo de seu amor verdadeiro. (Surpreende que Lívia continue apaixonada por ele, mesmo após todas as mostras que ele dá de inconstância emocional e, como descreve Machado, pusilanimidade.)
A maior parte da história se desenrola nesse vai-vém de amor singelo e crises entre os dois, que têm o seu casamento marcado (mas secretamente, conforme o desejo de Félix — outra mostra de sua inconstância). Até que ele recebe uma carta anônima que diz que Lívia irá traí-lo após o casamento; isso é o suficiente para que ele, um dia antes do casamento, cancele a cerimônia, desista da relação e fuja para fora da cidade. Isso faz com que Lívia adoeça. No final, Félix é forçado pelo seu amigo Meneses a ir ter com a viúva; os dois conversam, Félix compreende que o que fez foi errado e indigno, mas Lívia já não quer dar uma outra chance a ele; ela entende que os dois são incompatíveis. Assim, eles fazem as pazes e vão viver as suas vidas.
Enquanto isso, os dois jovens e românticos Meneses e Raquel, que sofreram por amar, respectivamente, Lívia e Félix, acabam casando-se entre si e vivendo "felizes para sempre". A lição do livro, portanto, pode ser a de que são esses dois jovens, românticos e talvez ingênuos, o modelo a ser seguido.

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Eu pensava que, por ser o primeiro romance de Machado de Assis, da "fase romântica" do autor, não seria um livro muito bom; felizmente, eu estava enganado. O livro trabalha os aspectos psicológicos dos personagens, ao mesmo tempo que desenvolve uma história de temática romântica e "de costumes". Nesse livro, pode-se ver claramente os mesmos temas que vão caracterizar uma das suas futuras obras-primas, Dom Casmurro: a desconfiança extrema de um homem que teme a traição; uma mulher cujas ações e intenções parecem puras, mas que, com muito esforço, podem ser consideradas ambíguas e escondendo algo.

A minha pequena teoria para este livro (ou a minha explicação pessoal para os acontecimentos) é a de que Lívia, quando era casada com o primeiro marido, teve um amante, Luís Batista. Dele teve o seu único filho, a quem deu o nome de Luís. O marido, talvez tendo descoberto a traição, adoeceu e morreu repentinamente, o que de fato fez Lívia sofrer muito e se afastar de Luís Batista — por isso ela o trata indiferentemente na sociedade, ainda que todos saibam que ele é um de seus maiores "pretendentes". Para se vingar de Lívia, ou por despeito, ou ciúme, Luís Batista mandou aquela carta anônima para Félix, na qual lhe indica a não casar-se com Lívia, pois ela havia traído o marido anterior, provocando a sua morte, e fará o mesmo com ele, caso se torne seu marido. Félix, sendo já extremamente desconfiado e fraco, acredita, e cancela o casamento. Mas essa é só uma teoria pessoal.

AsaReader 23/03/2022

Superou e muito as minhas expectativas.
Terminei a leitura do romance Ressurreição de Machado de Assis. Foi seu primeiro romance publicado em 1872, ainda no período romântico, um ano depois da aprovação da Lei do Ventre Livre em 1871.
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O enredo gira em torno da personagem Félix, um médico e rico herdeiro que não acredita ser capaz de amar. Seus afetos não ultrapassam os seis meses. Ele é volúvel, inseguro e ciumento. O romance começa com ele terminando seu caso com a última amante que é deixada aos prantos, mas logo isso vai mudar. Félix vai a uma festa e lá reencontra a irmã de um amigo. Uma linda e jovem viúva que desperta imediatamente o seu interesse. Será que desta vez um homem volúvel, como ele, vai finalmente ser bem sucedido em um relacionamento? Até que ponto a personalidade de uma pessoa a inviabiliza para um relacionamento saudável? Até onde uma coleção de relacionamentos casuais de fato pode nos dar a experiência para lidar com o amor verdadeiro? Essas são questões que se destacaram para mim nessa leitura. É uma história envolvente e com um final surpreendente.
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A leitura cronológica das obras de Machado mudou a visão que eu tinha do autor. Ele saiu da posição de massante e chato para queridinho. Eu nunca gostei de Machado desde meu primeiro contato com ele ainda na escola. Sempre o achei descritivo demais e enfadonho. Depois de adulta temia me reencontrar com ele e postergava a leitura, embora achasse que não poderia morrer sem ter conhecido a obra do maior escritor brasileiro e um dos maiores do mundo.
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Não por acaso, recentemente, comprei o livro do Ítalo Calvino, por que ler os clássicos, nele, o autor diz que as leituras da juventude podem ser pouco proveitosas em razão da impaciência, distração, inexperiência da vida e etc. Fiquei refletindo sobre isso... Fazia muito sentido. Por isso quando soube da leitura cronológica das obras de Machado, achei que tinha chegado o momento de retomar e concluir a leitura das obras desse autor.
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De minha parte o que posso dizer é que amei demais esse primeiro romance. Ele serviu para destravar a minha leitura desse autor, embora, não negue, ainda estou apreensiva com a sua fase dentro do realismo naturalismo que talvez seja o motivo do meu desgosto. Ainda assim, estou animada, porque para quem está desbravando Proust em seu realismo psicológico que dificuldade insuperáveis poderia ser encontrada no realismo naturalista de Machado? Sinto que já estou a meio caminho da vitória.
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Sendo assim, enfrentem seus autores mais temidos, lembrando que talvez dessa vez, com mais idade, maturidade e vivência descubram o prazer que outrora não puderam encontrar.

Gika 14/11/2023

E é através da/e Ressurreição que Nasce o maior
Eu amo esse livro, amo o que ele significa e a porta que ele abriu p dps.
Fascinante o quanto cada palavra tem o seu motivo de estar ali. Fascinante o pq do livro chamar ?ressurreição? e fascinante o último parágrafo fazendo analogia a tal título.
Esse livro, assim como todos do Machado, é uma obra prima! Fonte interminável de estudo. Lindo demais poder ler esse momento de transição pr modernismo, e impossível não ler pensando no que viria depois, no maluco obsessivo oficial que viria por fim (Bento
Imortal, Machado.

Anderson916 12/06/2020

Otimo passatempo
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lxcasbrito0 30/05/2024

Simples, curto e fácil. Dr. Félix é o início das tragédias atribuídas a Bentinho e Lívia tão intensa e tão mulher quanto Capitu, Helena, Virgília e Sofia....

Amaro 07/03/2024

O primeiro livro de Machado de Assis
Uma história simples, mas como de era de esperar, muito bem escrita.

A monotonia fica por conta da temática que diga que talvez eu nao seja o público-alvo.

Fidalguia e relacionamentos, por Machado.

akasaori 12/05/2022

Estou lendo as obras na ordem de publicação pra um projeto da Isa Vichi, mas como tinha audiobook de A mão e a luva acabei terminando ele antes e isso atrapalhou um pouquinho a experiência, não por ter uma grande diferença na escrita, mas sim porque as premissas são muito semelhantes, só que aqui vemos um monte de homem chato :) eu adoro as mulheres de Machado e senti falta do afronte delas aqui porque sim Félix, você é um CHATO.

haasscreams 25/04/2024

Mais um protagonista mala
É um livro curto e que, até a metade, não parece muito promissor. Félix é um protagonista chato, arrogante, egocêntrico e desconfiado, e é em torno disso que a história gira.
Como toda obra de Assis, ambienta-se no Rio de Janeiro do século XIX, esse nas Laranjeiras e na Tijuca. Félix, o protagonista, é um médico "aposentado", que leva a vida de forma despreocupada e autocentrada. Mantém uma mulher por seis meses, então desfaz-se dela. É relapso e desinteressado em relações sociais. É profundamente desconfiado e cheio de si.
É num momento de transição de sua vida que surge Lívia, viúva, irmã de Viana, um homem que insiste em se fazer presente na vida de Félix (Viana é a cota de personagem puxa-saco e dispensável). Os dois conhecem-se e, pouco a pouco, Lívia cava espaço no coração de Félix. Porém, ele constantemente a afasta e magoa, sua natureza arrogante e desconfiada não consegue manter um compromisso.
No meio da narrativa, acreditei que o objetivo da história era a humanização de Félix, sendo Lívia responsável pelo ganho de juízo por parte dele. Mas é melhor que isso. Machado de Assis tinha o dom de surpreender escrevendo histórias reais e com finais não necessariamente felizes, mas adequados. O desfecho de "Ressurreição" pode ser entendido como conveniente em vista de todo o livro.
Além disso, existem as tramas periféricas, os dramas secundários, que dão mais cor e verdade para a história. É uma história bem desenvolvida com personagens bem construídos, de leitura fluida e é bem curtinho. O que pesa é a personalidade do protagonista, mas o final dele compensa.

Paulascrap 26/04/2022

Para ler em um dia !..

"Não sei o que deva pensar desse livro; ignoro sobretudo o que pensará dele o leitor. A benevolência com que foi recebido um volume de contos e novelas, que há dois anos publiquei, me animou a escrevê-lo. É um ensaio. Vai despretensiosamente às mãos da crítica e do público, que o tratarão com a justiça que merece".

📌 E assim , iniciamos a leitura por ordem cronológica dos romances do autor organizado por @isavich , publicado em 1872, ainda no período romântico, iremos conhecer a história de Félix e Lívia, e confesso me surpreendi de forma positiva com a obra, leve e fluída, uma excelente opção para quem quer conhecer Machado.

📌Félix, um médico e rico herdeiro que não acredita ser capaz de amar tinha um período máximo para permanecer com uma mulher: 6 meses.
"Os meus amores são todos semestrais ; duram mais que as rosas, duram estações. Para o meu coração um ano é a eternidade. Não há ternura que vá além de seis meses; ao cabo, desse tempo, o amor prepara as malas e deixa o coração como um viajante um hotel; entra depois o aborrecimento _ mau hóspede".

📌Até que viúva Lívia entra em sua vida, no mesmo período em que acaba de dispensar Cecília, seu affair atual. Mas o excesso de ciúmes e obsessão por sua amada ( um protótipo de Bentinho, talvez?) irá desgastar a relação entre os dois, principalmente por ser uma namoro oculto e Lívia ser um partido novo cobiçado na cidade. E nesse ritmo segue o enredo até o desfecho do casal, um pouco inesperado, sem muitas novidades e reviravoltas, mas permite ao leitor amar e odiar seus personagem, com suas atitudes e omissões, ainda que em poucas páginas.

#MachadodeAssis #ressurreição #machadoesselindo #félixelívia

Luana Alves 15/08/2015

Simplesmente perfeito.
Primeiro romance de Machado de Assis já escrito com maestria, foi publicado em 1872. A história se passa no Rio de Janeiro, palco predileto do autor, e tem como protagonistas o Dr. Felix e Lívia, o primeiro é um médico solteirão da meia idade inconstante e de coração pusilânime, seus relacionamentos não duram mais que um semestre. A outra uma viúva austera e imaginativa, representava vinte e quatro anos, como diz o autor era “extremamente formosa” tinha uma forma de amar resignada e fiel. Esses jovens diversos são apresentados por Viana irmão de Lívia e amigo de Felix,representa no livro os parasitas sociais que buscam por boa comida e boa prosa personagem muito simpático .

Como poderíamos esperar de um romance com personagens machadianos, com sentimentos profundos e conflitos internos, o relacionamento é conturbado e cheio de altos e baixos, a obra gira em torno do ciúmes do médico sentimento que trouxe grande sofrimento á viúva, em certas partes confesso que achei o amor de Felix tirano com desconfianças descabidas . Entre tanta inconstância um fato se sobressaltava o amor entre os dois, e para tanto marcaram o casamento em segredo, e em uma época de bonança pensamos “enfim serão felizes”, porém nas vésperas do casamento Felix recebe uma carta misteriosa que muda o rumo da história.

Com um final surpreendente, ressurreição é um livro que expõem conflitos sociais e as perspicácias do amor, com personagens secundários apaixonantes como Menezes e Raquel e alguns não tão assim como Batista. O livro é valioso em detalhes, o autor descreve a alma das personagens e por vezes não consegui condena-las. Machado nos mostra que muitas vezes a saudade de um grande amor é melhor que um relacionamento frustrado. Enfim vale a pena folhear estas páginas que contam com ironia e dois dedos de senso de humor característicos do autor.

Beijocas, da Luh.

site: https://livrosevitrolas.wordpress.com/