Memórias de Adriano

Memórias de Adriano Marguerite Yourcenar




Resenhas - Memórias de Adriano


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Marconi Moura 08/01/2022

9,5
Um tipo de romance histórico, escrito em forma de memórias. História do imperador Adriano, período áureo do império romano. Muito interessante pelo contexto histórico e cultural. A autora tem bom estilo, leitura fluida. A história tem ritmo por vezes monótono, mas nada grave.
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Daniel Teles 11/10/2021

Coitado do Antínoo.
Bom. Após terminada a leitura fiquei com meus pensamentos, tentando descobrir se gostei ou não. Digo isso porque eu de fato, não encontrei falhas no livro, ele é tecnicamente perfeito. A escrita é maravilhosa, nunca tinha lido nada desta autora, e achei impressionante, como ela conseguiu dar vida ao imperador Adriano. Ela conseguiu deixá-lo humano, com suas qualidades e defeitos e isso é muito bom. Depois, descobri que foram muitos anos de pesquisa sobre a vida do imperador. A autora realmente se esforçou, e merece os parabéns por isso. Não vou dizer que é meu livro da vida, porque não é. Eu não gostei do imperador em si.Da sua personalidade. Não tem nada a ver com a técnica. Depois do que aconteceu com o Antínoo eu odiei o Adriano com todas as minhas forças. As pessoas dizem que eles se amaram mas pra mim aquilo não é amor nem aqui nem na China. Mas não vou dar detalhes pra não dar spoilers. Em resumo, é um livro que merece ser lido, mas é uma leitura difícil, densa, demorada.
Eu recomendo o livro pra todos, mas saibam que é daqueles que, depois de lidos, te deixam numa ressaca literária.
A minha edição eu comprei num sebo, e nela vem com notas do processo de criação da obra. É uma edição antiga, se as novas também tiverem essas notas, leiam pois são tão interessantes quanto o livro em si.
Carme 08/02/2022minha estante
Concordo com quase tudo que disse! Terminei o livro hoje e, realmente, tirei uma estrela pela parte monótona das descrições de batalhas e guerra, todavia isso reflete muito mais a minha ignorância sobre a história da época do que a escrita da autora ? a qual é impecável. Sobre o relacionamento com Antinoo, não saberia dizer se houve amor entre os dois, mas certamente Adriano estimulou tantas estátuas e cultos porque se sentiu culpado, não acha?


Daniel Teles 09/02/2022minha estante
Sim. Também acho que ele se sentiu culpado. Talvez na época construir estátuas para alguém seria a forma de demonstrar amor. Mas hoje, pra mim, eu acredito que deveríamos homenagear as pessoas que amamos em vida. Também acho que o lugar de Atinoo naquele relacionamento era o de servir. Era um escravo.


Carme 09/02/2022minha estante
Claramente o jovem estava em posição de desvantagem com relação a Adriano, mas ele também tinha benefícios dessa troca. Não vejo Adriano como um ser perfeito, mas também não era um monstro, deveria ser algo normal de acontecer naquela sociedade, até porque ele era imperador. Mas pensar que ele poderia ter evitado o mal irremediável...


Daniel Teles 09/02/2022minha estante
A condição de Atinoo era difícil. Como você ama de verdade sendo escravo de alguém? E o amor de Adriano, será que era genuíno? Ele era imperador. Estava rodeado de pessoas. Ainda acho que ele via o Atinoo como sua propriedade, um animalzinho ou algo do tipo.


Carme 09/02/2022minha estante
Ainda penso que a relação deles era dotada de algum tipo de afeição, independente da hierarquia presente. O problema de Adriano, como o de muitos de nós, foi negligenciar o que tinha como garantido... Fora que ele era uma personalidade muito comprometida com sua posição, deixar-se guiar por uma paixão cega poderia não ser uma opção para ele, você não acha?




Luiz.Goulart 15/09/2021

Uma autobiografia poética
Obra-prima de Marguerite Yourcenar que li quando adolescente mas não me lembrava de nada e acho que não tinha entendido nada por isso resolvi reler, algo que nunca faço. A autora levou trinta anos pesquisando e escrevendo este livro que tornou-se um clássico da literatura moderna. Uma autobiografia imaginária do grande imperador Adriano. Um romance histórico, poético e filosófico, que se tornaria uma das mais fascinantes obras de ficção do século XX.
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Larem 31/08/2021

Leitura desafiadora.
No começo da leitura não sabia sobre o que se tratava a história e achei a forma de escrita difícil de entender. Quase abandonei o livro umas 3 vezes, até chegar a metade e me acostumar maie com a escrita. A história contada me mostrou uma face de Roma que eu desconhecia, e como as instituições familiares eram super diferentes. Sobre Adriano sinto que foi uma pessoa mediana, que amou várias pessoas, mas ao mesmo tempo quase ninguém. Antínoo me marcou, foi quase como um passarinho, vivendo sempre em uma gaiola apenas pela sua beleza. Por sinal, beleza se mostrou algo importantíssimo nas entrelinhas, como adolescentes bonitos tinham mil vez mais chance de chamar atenção. No geral, é um livro interessante, mas que me confundiu continuamente.
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Mara 29/08/2021

Imperadores
Não é meu tipo de leitura, achei linguagem um pouco difícil para mim e um pouco confuso porque não explica quem são alguns personagens , tive que pesquisar. Aprendi alguma coisa do passado grego e romano.
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Gerson91 03/08/2021

História e poesia
Acho que se o imperador Adriano tivesse escrito essa narrativa, seus feitos teriam sido ainda maiores. Um livro sensacional, realmente a autora te faz pensar como o romano.
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Cesar Garcia 10/07/2021

Uma obra prima da literatura
A vida do imperador Adriano contada em forma de memórias de uma forma belíssima.
A escrita da autora é elegante, passa um sentimento de reflexões sobre uma vida e sua visão de mundo.
Fala de um dos grandes governantes da história da humanidade, com seus defeitos e qualidades.
Uma obra prima.
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Priscila (@priafonsinha) 29/06/2021

Romance histórico é um dos gêneros literários que mais me atrai, embora Sra. Yourcenar não goste de definir este seu livro assim. Talvez -como diz na contracapa- seja uma espécie de "biografia imaginária". E aqui temos a biografia do imperador romano Adriano, que escreve suas memórias numa longa carta a Marco Aurélio. A leitura foi um tanto enfadonha, começou muito bem, mas ao longo da escrita houve muitas divagações e por vezes se tornou lenta e cansativa. É um trabalho magistral em sua pesquisa (30 anos em pesquisas e para escrevê-lo), foi bom conhecê-lo, mas assim como ela disse precisar de um amadurecimento para escrever, talvez eu também precise deste tempo para apreciá-lo como deve ser...
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Matheus656 31/05/2021

Memórias de Adriano
Esse livro foi uma experiência única pois até hoje não tinha enfrentado esse tipo de leitura, confesso que esperava um romance clássico porém o que encontrei foi uma profundidade filosófica imensa, também não esperava uma ausência de diálogos
Na minha leitura, o livro alternou entre momentos monótonos e empolgantes, também demorei a me acostumar com o vocabulário
O fato de nos acostumar a ler essa "autobiografia" nos faz esquecer que há uma escritora por trás durante a história, em suma: Demorei, porém gostei.
Recomendo sim, todavia tente saber mais sobre o livro antes, pode não ser do seu agrado essa escrita
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Alessandro460 04/04/2021

Obra-prima da literatura moderna
Há algum tempo surgiu o interesse de ler "Memórias de Adriano". Eu já tinha visto vários comentários, com elogios ao livro. Mesmo sabendo o que poderia encontrar, esse romance me surpreendeu positivamente.
Não pode dizer que é um livro de leitura fácil. Muito pelo contrário. Já no primeiro capítulo, o protagonista faz uma espécie de tratado estético-filosófico sobre vários assuntos, tais como o amor e a política. Mas, ele faz isso por meio da escrita muito bem elaborada de Marguerite Youcernar. E que escrita! As palavras da autora são lapidadas como se fossem joías preciosas. Percebe-se que a autora as escolheu com muito cuidado, para que cada frase do livro soasse bonita dentro do seu texto.
O livro também surpreende pela forma de narração adotado por Yourcenar. Trata-se de uma autobiografia romanceada, em parte baseada em eventos históricos e em parte inventada, na qual qual a voz de Adriano está presente todo tempo. É sempre por meio de seu ponto de vista nem sempre confiável que conhecemos aspectos importantes da cultura romana e também da visão idealista do protagonista muito influenciada pela herança dos gregos.
Em muitos trechos, Adriano revela uma personagem contraditória. Às vezes demonstra ser por demais egocêntrico, preocupado com questões aparamente fúteis, mas em outros momentos mostra seu lado pacifista e conciliador, preocupado em produzir diversos tipos de melhorias dentro do Império Romano.
Embora não seja uma leitura fácil, é notável a maneira como autora faz com que o leitor entre dentro da mente de Adriano, de modo que tenha acesso aos seus medos, ansiedades e prazeres secretos. De forma ficcional, Youcenar consegue recriar com maestria uma época passada, de modo a resgata-la, principalmente em suas peculiaridades e costumes, que pelo ponto de vista de Adriano que a torna tão interessante e complexa.
Assim como em outros romances históricos há intrigas palacianas, amores trágicos e intensos conflitos bélicos, mas com uma forma de narrativa diferenciada, que privilegia uma visão mais humana. É a profunda humanidade de Adriano que torna o livro fascinante.
Assim, é a construção verossímil e bem elaborada de Yourcenar do olhar do protagonista, atento e sensível ao mesmo tempo sobre sua época que faz do livro uma obra-prima da literatura.
"Memórias de Adriano" consegue ser tudo que se espera de um romance: poético, filosófico, e com personagens muito bem construídos, com destaque para Adriano, um ser complexo e multifacetado, revivido pela prosa sublime de Yourcenar. Leitura altamente recomendada para quem se interessa por eventos históricos.
Sobre a edição : ela vem com dois prefácios, um deles assinado pela historiadora Mary Del Priore. Além disso, também tem como apêndice um caderno de notas, no qual autora comenta a elaboração de sua obra-prima.
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Beth 21/03/2021

Entrou para a lista dos meus favoritos
Após longos anos de estudos e pesquisas, Marguerite Yourcenar nos trás Memórias de Adriano.
O livro é incrível, uma autobiografia romantizada, mas por muitos momentos mergulhada na leitura, poderia acreditar que o texto tivesse sido escrito pelo próprio imperador Adriano.
Para os leitores apaixonados pelo Império Romano, este livro é uma boa recomendação. O ritmo da leitura é um pouco lenta, mas vale muito a pena. Com certeza entrou para os meus favoritos.
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Lucas.Batista 08/03/2021

Poético. Lindo.
Livro já discutido à quase exaustão pelos críticos, não acho que caiba a mim, um simples leitor, fazer quaisquer tipos de analise. Assim sendo, deixo aqui minha recomendação dessa obra linda, a advertência de que a linguagem pode até ser um tanto rebuscada, mas o ritmo é muito bom.
Deixo aqui um trecho que me marcou: "Considerava da máxima importância não só reunir e conservar os volumes antigos, como encarregar escribas conscienciosos de tirar novas cópias de todos eles. Essa maravilhosa empreitada não me parecia menos urgente do que o auxílio aos veteranos, ou o subsídio às familias prolíferas e pobres. Dizia a mim mesmo que bastariam algumas guerras e a miséria delas resultante, acompanhadas de um período de brutalidade e selvageria sob o domínio de alguns maus príncipes, para que ficassem irremediavelmente destruídos os pensamentos chegados até nós por meio desses frágeis objetos de tinta e fibra. Todo homem bastante afortunado para se beneficiar mais ou menos desse legado de cultura, parecia-me encarregado de um fideicomisso para com o gênero humano".
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Vinícius Chicaroni 02/03/2021

Onde estão os Adrianos de hoje?
Através das memórias de Adriano, quebramos a pedra angular da concepção de que o poder tende a corromper o homem. Uma quebra com o machado da filosofia; e os pedaços são levados até nossa alma pelo vento da poesia. Inúmeros trechos são tombados na memória do leitor, permanecendo lá eternamente, tal qual os monumentos de Roma. O antigo imperador governou sob as leis do seu espírito - espírito livre, justo e, essencialmente, humano. Ele não imaginava que a paz que desejava não se estenderia apenas para o território romano, mas também para aqueles que leem suas palavras construídas nas páginas da sua memória. Adriano que tanto aspirava pela arte, talvez a tenha inspirado; e ela por estar tão dentro de si, acabam por ser só um. Memórias da arte de Adriano.
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Sarah 29/12/2020

Muito bem escrito, um dos melhores que já li
Em "Memórias de Adriano", a obra mais conhecida da belga Marguerite Yourcenar, o imperador homônimo está a beira da morte e reflete sobre sua vida, em especial sobre seus anos no cargo, em uma carta endereçada a seu sucessor Marco Aurélio.

Falando friamente, não parece diferente de nenhuma outra obra histórica. A grande sacada está na própria escrita de Marguerite, que pesquisou por muitas décadas sobre Adriano, que é tido como um dos maiores imperadores romanos, antes de começar a produzir o romance.

Ela escreve em primeira pessoa e consegue nos transportar para a Roma de 100 d.C. Você vibra com suas glórias e sofre com suas derrotas como se Adriano fosse um amigo querido.

Uma das coisas que mais me marcou foi a descrição da paixão entre Adriano e o jovem Antínoo e as reflexões que sua morte aos 19 anos provocam no imperador enlutado.

Fun fact: Marguerite foi a primeira mulher a entrar para a Academia Francesa de Letras. Isso aconteceu apenas em 1980, três anos após a brasileira Raquel de Queiroz conseguir o mesmo feito por aqui.

Nota: 10/ 10

site: www.instagram.com/invasoesgermanicas
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Deghety 10/11/2020

Memórias de Adriano
Primeiramente devo louvar a genialidade da autora que se vestiu psiquicamente como o Imperador Adriano.
No fim do livro há algumas notas do processo criativo e de estudos para concepção da obra.
Sobre Adriano, um dos 5 grandes imperadores de Roma, é impressionante sua erudição e o seu legado.
Pode-se dizer que é o principal imperador da Roma, visto que seu reinado reestruturou o cenário social, político e cultural do Império.

"Empenhei-me na luta para enaltecer o lado divino do homem, sem, contudo, sacrificar-lhe o lado humano.

A leitura é um pouco cansativa, ao leitor comum, às vezes, por se tratar de "memórias", pois há muito de reflexão e divagação do personagem que mistura lirismo e bagagem cultural.

Vale ressaltar também um personagem secundário, Antínoo, favorito de Adriano. (Usando termo da época)
Antínoo foi o principal responsável por algumas filosofias e angústias, tanto é que foi criado um culto a sua honra, que formaram o caráter do Imperador a partir da sua perda.

Ainda sobre legado, foi no reinado de Adriano, devido à revolta judaica, que originou a disputa territorial entre Israel e Palestina que perdura até hoje, como também, o ritual ao Muro das Lamentações.

Marguerite Yourcenar é inegavelmente um gênio da literatura e essa obra o comprova.
Marcia 31/01/2021minha estante
Li há muitos anos e voltei a ler faz pouco tempo. Continua sendo uma obra magnífica! Li outros livros da autora, todos muito bons, mas este é o melhor.


Deghety 31/01/2021minha estante
Gostei bastante de A Obra em Negro também




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