Pucca.Farion 12/01/2021
"A Barcarola representa possivelmente o ponto mais alto de tensão poética e plenitude expressiva alcançado por Neruda na última etapa da sua obra. Vasto poema de amor, o livro alterna a exaltação à companheira do poeta com os episódios relativos às circunstâncias históricas, à experiência pessoal, às paisagens e figuras simbólicas ou a personagens do passado (Lord Cochrane, Joaquim Murieta, Rubén Darío), que contém, de certo modo, a chave do presente latino-americano.
Ao reunir sob a mesma atmosfera, sob o mesmo universo poético, o lírico e o épico, A Barcarola consegue, a um só tempo, se constituir na síntese das duas manifestações centrais da grande poesia nerudiana."
Inicialmente, informo que a nota não decorre da qualidade da obra, e sim do fato de que poesia não é um gênero de leitura que eu gosto.
Resolvi me desafiar e ler um gênero diferente, e optei por Pablo Nerura. Esperava poesias mais românticas, e fui surpreendida pelo teor político da obra. Os episódios históricos, de expriências pessoais e de personagens latinoamericanos são bem mais abundantes do que os poemas de amor.
O livro demanda um tipo de leitura mais lenta, contemplativa, o que foi bem estranho para mim. Demorei muito mais lendo este livro do que um romance com o triplo de páginas.
É o tipo de leitura para quem não está com pressa, se dispõe a meditar sobre o que está lendo e quer uma visão latinoamericana sobre mundo no século XX.
Se (como eu) você nunca leu poesia e este não é seu gênero, eu começaria por outro livro. Senti que você precisa de um pouco de bagagem com poesias para realmente apreciar a obra, mas esta é uma opinião bem pessoal.
E volto a frisar, o problema está comigo e com a minha leitura, e não com a obra.