Priih | Blog Infinitas Vidas 31/01/2024
Instigante do início ao fim!
A premissa do livro reúne dois elementos que por si só me instigam muito: uma personagem não confiável e um documentário de true crime como pano de fundo. Grace Sebold é o foco do documentário de Sidney Ryan, uma cineasta em ascensão que produz documentários sobre condenados que alegam inocência pelos crimes dos quais foram acusados. Grace cumpre pena numa ilha caribenha pelo assassinato de seu namorado há 10 anos, em tese empurrado por ela de um penhasco. Durante todo o seu tempo de prisão, Grace, sua melhor amiga e sua família escreveram cartas para Sidney, pedindo para que ela investigasse seu caso, afirmando sem hesitar que Grace não foi responsável pela morte do rapaz. Sidney decide pesquisar a respeito, deparando-se então com várias falhas processuais tanto na investigação quanto no julgamento, fazendo então com que Grace seja a protagonista de sua próxima produção. Porém, durante essa investigação, Sidney também se aprofunda no passado de Grace e algumas peças não parecem se encaixar com os relatos de sua entrevistada, fazendo com que ela – e o leitor – passem a ter dúvidas sobre sua inocência. Quem é a verdadeira Grace Sebold? O que Sidney vai encontrar em suas pesquisas sobre ela?
[...] Existem poucos personagens secundários, o que eu considero positivo. Isso dá margem para que todos sejam possíveis suspeitos, com motivos plausíveis para terem matado Julian, o namorado assassinado. Inclusive a própria Grace. Com isso, Charlie Donlea busca deixar o caminho pavimentado para confundir ainda mais os leitores, e acredito que com muitos tenha funcionado. Porém, eu tenho duas opiniões divergentes sobre o final: eu não fui surpreendida pela pessoa responsável pela morte, porque consegui desvendar sua identidade; entretanto, fiquei de queixo caído com a ousadia do autor em ter escolhido o caminho que escolheu.
Não Confie Em Ninguém é um livro que você devora, pois é construído de uma forma ágil e que mantém você desconfiado do que está sendo dito nas páginas. Intercalando a investigação com cenas do documentário, você se sente parte da trama, como se o que estivesse acontecendo ali fosse real – o que torna a experiência muito imersiva. Talvez certos aspectos abertos do final desagradem alguns leitores, mas pra mim ficou uma sensação mais de “possibilidades” do que de “não fechamento”, por assim dizer, então o desfecho não chegou a me incomodar. Recomendo!
A resenha completa tá te esperando no blog. ;)
site: https://infinitasvidas.wordpress.com/2024/01/31/resenha-nao-confie-em-ninguem-charlie-donlea/