Resenhas - Salário, preço e lucro

Beatrys12 07/07/2024

"O valor da força de trabalho é determinado pelo valor dos meios de subsistência requeridos para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho."
"Um homem que não tem tempo livre de que disponha, cuja vida inteira - afora as interrupções meramente físicas pelo sono, refeições etc. - esteja absorvida pelo seu trabalho para o capitalista, é menos que uma besta de carga. É uma mera máquina de produzir riqueza alheia, derreada no corpo e embrutecida no espírito. E, contudo, toda a história da indústria moderna mostra que o capital, se não refreado, trabalhará sem descanso e sem compaixão para reproduzir toda a classe operária ao estado extremo da degradação."
Muito atual, ótimo para entender nossa relação com o trabalho, ou melhor para entender como somos moldados para ser uma máquina que gera lucro, através da expropriação. Ótima edição com introdução escrita por Edmilson Costa, que nos insere no assunto. Com uma escrita, na verdade bem acessível para quem não é introduzido na área da economia.
Indispensável, para uma época em que temos toda uma propaganda que nos incentiva cada vez mais a morrermos pelo trabalho "estude enquanto eles dormem", incentivos ao empreendedorismo e autoajuda, ao mesmo tempo que o salário serve apenas para a subsistência, muitas vezes nem isso. Na realidade do capitalismo tardio, onde não conquistamos mais bens, o lazer não existe e "lutamos" apenas para que os direitos, que nos foram garantidos anteriormente, não sejam subtraídos.

najuliass 26/07/2024

"Como se explica que um dos grupos compre constantemente para realizar lucro e enriquecer-se, enquanto o outro grupo vende constantemente para ganhar o pão de cada dia?"

Henriq505 19/09/2024

Neste livro, Marx quase que ensaia para a sua obra "O capital", sendo praticamente uma versão mais enxuta e menos aprofundada, porem ainda de conteúdo muito esclarecedor.

naponiic 08/10/2024

Leitura Obrigatória
Se seu objetivo é enriquecer a retórica utilizada para discutir sobre o funcionamento mercadológico capitalista segundo seus princípios básicos (propriedade privada, divisão de classes e mercadoria como centro das relações sociais) e, ainda, atender às principais dúvidas reproduzidas por quem gostaria de melhor entender (ou criticar) os moldes de produção e relação trabalhista socialista, esse artigo é leitura obrigatória. Marx, em oposição aos pressupostos de Weston sobre salário, expõe sua opinião sobre a origem do valor real do trabalho e como o modelo salarial peca em suficientemente recompensar o operário pelo esforço investido na produção dos bens. Bem escrito, organizado e conciso.

frsco 27/10/2022

to bravo mano
o cara fez eu ficar bravo com a leitura do bagulho, ele meio que me provou q entre eu e uma prostituta talvez ela esteja sendo menos feita de troxa.
de qualquer jeito é mto foda o modo com que ele explicou, me deixou um pouco ?(olavo de carvalho) no começo mas depois foi engrenando e ele parou de responder o weston, mó doidão inclusive, e eu gostei bastante, recomento

Mainnã 13/07/2020

O livro permite entender os conceitos básicos da economia por um viés marxista. Ótima leitura introdutória para quem quer iniciar Marx

Pacaterra 25/11/2020

Excelente introdução da crítica marxista da economia política
Este pequeno livro é fruto de uma Conferência de Karl Marx na Associação Internacional dos Trabalhadores, conhecida como Primeira Internacional. Neste texto, que polemiza com Weston e outros autores do período, Karl Marx não só rebate as posições de seu oponente, como em poucas páginas condensa suas formulações sobre a economia política e desvela a natureza do modo de produção capitalista. Passando pela discussão dos salários e dos preços, Marx avança para demonstrar a diferença entre valor e preço, assim como as flutuações de oferta e procura, valor da força de trabalho, a produção da mais-valia (mais-valor), o conflito entre capital e trabalho etc. Dessa forma, o livro se apresenta como uma boa introdução para a crítica à economia política que o autor desenvolve magistralmente na sua grande obra: O Capital.

Obviamente que as menos de 90 páginas (desta edição) não são de forma alguma suficientes para sanar as diversas questões fundamentais levantadas n'O Capital, em que o autor se debruça sobre o valor, valor de uso, valor de troca, capital constante, capital variável e outros conceitos fundamentais para a compreensão do modo de produção capitalista, seja na sua produção, circulação e no mercado mundial. Dito isso, é uma obra interessantíssima para apresentar o tema de forma introdutória.

Joao.Marcelo 16/12/2020

Introdução ao pensamento de Marx
INTRODUÇÃO, leia bem, introdução. Durante o texto, o autor mesmo afirma que certos assuntos não serão fundamentados nesse livro, isso não abre margem para a interpretação de que ele ignorou tais assuntos (tratados em O Capital e outras obras). Apesar disso, é uma ótima dose para compreender por cima conceitos como a mais valia.

Leandro 25/02/2021

Ótimo texto introdutório para a obra marxiana, principalmente ao textos econômicos, por tratar de forma simples e didática de alguns dos principais conceitos aprofundados no O Capital: mais-valia, capital constante e variável, lucro e valor trabalho.

Matheus 07/11/2021

Interessante
Bom para começar a entender a forma como o autor pensa, mas muitas vezes o livro se mostra repetitivo e maçante.

Vitoria.Souza 29/09/2022

esse foi o primeiro cancelamento e embate de duas bloqueiras do século 19, weston até hoje deve tá chorando atrás do banheiro.

Jolly 15/10/2022

Carlitos aqui já começava a falar o que seria colocado de forma mais expressa no livro o capital. Explica a diferença entre, valor, salário , preço, lucro e a interações entre eles!

Patrick 23/10/2022

Elucidativo
Nunca concordei com as ideias de Marx, mas aqui pelo menos eu consegui compreender várias coisas. Ele coloca alguns exemplos numéricos que facilitaram o entendimento. Tanto é que vou fazer até um resuminho aqui do que mais me chamou a atenção:

Um tal de Weston (não conhecia) havia argumentado que não adianta muita coisa subir os salários da classe proletária. Segundo ele, esse aumento da grana nas mãos dos trabalhadores aumentaria o consumo de bens de primeira necessidade, fato que elevaria os preços desses bens (devido ao aumento da demanda) e deixaria a situação do proletário mais ou menos igual ao que estava antes, no que diz respeito ao "poder de compra". Marx discorda completamente. Primeiramente, Marx diz que realmente o aumento do salário aumentaria também a procura por bens de primeira necessidade. Isso poderia subir o preço, mas os capitalistas se dirigiriam a esse setor (mais lucrativo), o que aumentaria a oferta e faria o preço retornar à condição anterior.

VALOR: Conceito que estou há tempos tentando entender. Segundo o livro, o valor de uma mercadoria é a "quantidade de trabalho social cristalizado nela". Isso tem a ver com os insumos também, já que o valor de uma matéria-prima é acrescida à mercadoria que a utiliza em sua produção (o valor de uma peça de um PC é injetado ao valor do próprio PC). E quantidade de trabalho não é tempo de trabalho: se eu demoro o dobro de tempo que outro cara pra fazer um mesmo tipo de bolo, meu bolo não vai ter o dobro de valor, porque o "tempo médio necessário para fazer essa mercadoria na sociedade" é o mesmo, e aí que vem o "trabalho social", que diz respeito às técnicas existentes e dispersas na sociedade para a produção de uma mercadoria. Se na sociedade se popularizar uma máquina que faz bolos de maneira muito mais rápida, o meu bolo passará a ter valor menor, ainda que eu continue demorando um tempão para fazê-lo, porque o "tempo médio necessário para fazer essa mercadoria na sociedade" caiu devido ao avanço da tecnologia.

As mercadorias têm um "preço natural" diretamente associada à quantidade de trabalho social (valor), mas o preço de mercado pode flutuar para cima ou para baixo em relação a isso devido a fatores como oferta e demanda. Adam Smith que trouxe essa ideia. A premissa de Marx é que, no longo prazo, embora existam essas flutuações, a média de preço de uma mercadoria tende ao seu próprio valor.

VALOR DA FORÇA DE TRABALHO: para Marx, força de trabalho é uma mercadoria, que possui um valor para existir (que são os bens e mercadorias de primeira necessidade que o indivíduo dotado daquela força de trabalho consome para sua subsistência). Trabalhos mais especializados exigem outras coisas (treinamento, cursos, etc.), o que faz o valor dessa força de trabalho ser maior. Novamente, embora haja flutuações do preço também da força de trabalho, em geral o salário pago ao proletário coincide com o valor de sua força de trabalho.

MAIS-VALIA (ou mais-valor) é o valor extra que fica com o capitalista em forma de lucro. A ideia é que o proletário produz em sua jornada de trabalho um valor maior do que o salário que recebe (que é equivalente à sua força de trabalho). Essas horas de sobretrabalho não remunerado dão valor à mercadoria, que é vendida pelo seu valor. Basicamente, supondo que o salário pago coincide com o valor da força de trabalho e supondo que a mercadoria é vendida a um preço que coincide com seu valor, qualquer lucro que o capitalista tenha é a mais-valia, ou seja:

Mais-Valia = valor da mercadoria - salários pagos - valor pago pelos insumos da mercadoria

Mauricio.Alcides 19/07/2016

Uma leitura ainda atual
Apesar de suas claras limitações empíricas “Salário, preço e lucro” é sem sombra de duvidas um clássico da história económica. As definições de Marx ainda se fazem bastante úteis em nossa atual sociedade e a demonstração da mais valia ainda se mantém forte mesmo em meio a tantos debates académicos.

Salário, preço e lucro é uma obra obrigatória para quem deseja compreender as definições Marxista do tema, definições essas que influenciam todo o escopo económico até os dias atuais.

Nota: 7,7

Lucas 02/11/2022

Livro incrível
A leitura pode ser um pouco massante e/ou técnica, mas as conclusões que Marx chega discordando de Weston e definindo Salário, Preço e Lucro e como impactam nas classes é, no mínimo, revolucionário.
Incrível que para esse tipo de leitura basta apenas ter trabalhado e conversado com colegas de trabalho e entendido a dinâmica de como as coisas funcionam. No meu primeiro trabalho, uma das primeiras frases que ouvi foi "eu trabalho por tempo e não por produção", só provando que o trabalhador tem consciência mínima das relações de trabalho.