Hérico 10/06/2016
Comentários escritos entre 09/09/12 e 07/10/12
Incrível! Se continuar como está até agora, será um dos meus livros favoritos facilmente. O terceiro capítulo, "O viúvo viu a ave", e o sexto, "Estamos sendo queimados", são espetaculares.
O capítulo "Gostos e opiniões" é excelente. Corção, tomando como exemplo um evento corriqueiro dado no capítulo anterior denominado "Afonso tinha razão", explica o instinto das defesas desmedidas das opiniões, que são quase sempre embasadas apenas na "vontade"("A opinião é segregada pela vontade; não vem do conhecimento mas de um apetite"[pag. 65]) , em detrimento da busca da verdade, que é apoiada na contemplação. Ele usa o conceito de opinião já visto desde Platão, segundo o qual seria a opinião um nível inferior à verdade (ou mesmo uma deturpação, não me recordo bem). Corção a define: "A opinião é uma atitude que o sujeito toma diante do objeto sem que o objeto importe. Não se mede pelo objeto, não tem proporção com êle. Precisa do objeto para sair do sujeito e voltar ao sujeito. Ter razão importa sem que o objeto importe"[pag. 65]. Posto isto, ele critica nos capítulos posteriores o enaltecimento moderno do subjetivismo, caracterizado pelo "cada um com sua verdade". Três motivos não me deixaram compreender inteiramente esses últimos capítulos ("Equações sem homogeneidade" e "E então, leitor?"), todos eles, naturalmente, imbricados e implicados entre si: a profundidade extrema deles; a falta de concentração que me assolou essa semana; e ,sobretudo, pela falta da devida maturidade requerida para a compreensão das ditas páginas.
O penúltimo capítulo "O maior das três" trata sobre a Caridade.
Leitura terminada e ficou a sensação de que eu preciso ler novamente e refazer esses históricos.