spoiler visualizaramorula 18/12/2023
Keiko é uma mulher de 36 anos e tem uma graduação, mas trabalha numa loja de conveniências (konbini) há 18 anos e nunca conseguiu (nem quis) emprego em nenhum outro lugar. Ela ama a konbini e se sente realizada em fazer parte de suas engrenagens. Todas as pessoas ao seu redor pareciam seguir uma receita de bolo: se formavam, achavam um emprego legal e um parceiro, se casavam e tinham filhos. Suas amigas, colegas de trabalho e irmã sempre questionavam sua falta de aspiração e pareciam funcionar nessa mesma lógica da receita de bolo. Keiko não entende essas imposições sociais e arranjou formas de se camuflar para não gerar incômodo nas pessoas e ter uma vida socialmente aceitável.
O livro tem vários pontos interessantes, como a narrativa objetiva de Keiko sobre o seu desejo: a kombini era o que ela mais prezava na vida e, mesmo tendo esse ?estranho? desejo criticado pelos outros, ela liga um ?? #$%!& ? bem saudável de agarrar-se à konbini. O que não quer dizer que ela não se importava com as pessoas! A narrativa deixa bem claro como ela não era imune às opiniões alheias, principalmente de colegas, amigas e irmã, mas o seu desejo prevaleceu - ela aceita que o que quer mesmo é trabalhar numa konbini e FIM. A mensagem que fica é: no fim das contas todos temos nossos desejos estranhos e é mais gratificante sustentá-los do que viver em prol das expectativas alheias. Até porque as pessoas sempre lhe darão pitados não solicitados, então melhor recebê-los estando felizes com nossas escolhas do que tentando agradar aos outros.