toledo 23/03/2023
Humanidade
Lendo em ordem cronológica, nesse momento, esse é o quinto livro da série Hearstopper. Saindo dos quadrinhos para os livros, senti a diferença do que é estar na cabeça de um personagem, entender seus sentimentos naquele exato momento em que algo acontece. E isso me lembra porque eu sempre preferi livros a quadrinhos.
Essa obra é dividida em três capítulos, cada um contando o dia de Natal sob sua própria perspectiva. E que experiência interessante!
O primeiro capítulo é contado sob a ótica da Victoria (Tori) e a gente entende o quanto ela se doa para tornar o ambiente minimamente agradável para Charlie e o quanto ela fica chateada ao não ser valorizada por ele... o que me deixou chateada também.
A gente percebe a genialidade dessa dinâmica de escrita quando chega no início do segundo capítulo, sob a ótica do Charlie, e percebe o quanto ele apenas é humano! E o sentimento que eu tava sentindo sobre ele se esvaiu. Sobrou apenas empatia. Por ambos.
O terceiro capítulo é descrito por Oliver, mas por meio dele vemos também a mãe: uma mulher também humana, com suas tentativas frustradas para adequar a família (especialmente o Charlie) em algo que ela acredita ser melhor.
Queria muito ler a perspectiva dos pais, provavelmente nos depararíamos com uma mãe sobrecarregada e exausta. Mas entendo que por ser um livro adolescente, esse capítulo não seria atrativo para o público alvo.
Acho que humanidade é a melhor palavra para descrever esse livro. Não tem como ter raiva de ninguém, todo mundo aqui é humano e está lutando suas próprias batalhas internas. E isso foi bonito.