Marcos-1771 15/01/2021
A utopia da liberdade!
"Remember, remember the 5th of November"
Alaan Moore trás uma Inglaterra totalitária, fascista, o projeto bolsonarista de 2018-2022, um mundo que estudamos nos livros de histórias e talvez vejamos atualmente.
V é um personagem excêntrico, singular, extremamente inteligente. Um personagem que não sabemos quem é, pois ele não é uma pessoa, um herói, ele é uma ideia, pois humanos são suscetíveis a erros, tentações, ideias são fixas, estão explícitas o que querem, por mais que sejam criadas por homens as ideias não permitem ambiguidades, homens sim, por isso as ideias não funcionam, principalmente a anarquia, pois nós, homo sapiens, não queremos igualdade, liberdade, queremos poder. Um mundo sem estado seria impensável, (empresas capitalistas também são uma forma de estado) pois somos seres corruptiveis, egoístas, ciumentos, sádicos, ignóbeis, apáticos e incoerentes. O estado de certa forma regula isso. Somos gados de nós mesmos.
As ideologias são inúmeras, incontáveis, mas quase todas pregam a liberdade. Mas no fim das contas o que seria a liberdade? Cada ideologia discurssa um tipo de liberdade, ideias de liberdade, mas o homem assume a sua liberdade, veste a sua e desnuda as alheias. E também trás questionamentos sobre a justiça. A justiça como vemos e vivemos é totalmente parcial e injusta.
V é uma utopia, luta por uma liberdade que nunca teremos, ele trama uma vendetta que nós queremos fazer, mas não temos coragem, somos coniventes em ceder nossa liberdade, nosso poder para homens "bem intencionados" e dessa forma vivemos à mercê deles, melhor dizendo, vivemos à mercê de nossa preguiça.
Pra quem já assistiu o filme, a HQ vai surpreender ainda mais. Há duas cenas na HQ que não está presente no filme. Um diálogo incrível de V com a estátua da justiça. E outra que foi cortada, pois seria uma cena blasfêmica e ácida, o bispo morre com uma hóstia envenenada, enquanto V recita versículos bíblicos.
É uma leitura indispensável!
"As pessoas não deveriam ter medo do seus governos, os governos é que deveriam ter medo das pessoas."