Ao Farol

Ao Farol Virginia Woolf




Resenhas - Rumo ao Farol


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Jak 12/07/2023

Nesse livro não ocorre fatos fantásticos e extraordinários.
O passar do tempo foi algo que me marcou como passamos no nosso dia a dia sem prestar atenção, de fato, na nossas rotinas e que quando acontece algo inesperado queremos lembrar e reviver ao que antes não damos valor. Queremos lembrar aquele momento com aquele pessoa especial que de tão banal não demos atenção. Em dando momento do livro, quis fazer isso, voltar desde o início e reviver aquele dia que antes não prestei atenção.
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MissDepressed 16/07/2023

Abrupto Como Feixe de Luz
A família Ramsays é fascinante, a morte e vida são retratadas pela autora de forma tão singular e abrupta quanto deve ser, como é em vida, e sem distanciamento ela nos faz percorrer a mente de outros, nos faz sentir como parte daquelas pessoas, sentir suas conquistas, fracassos e vergonhas. Um livro lindo, que me fez enxergar com mais clareza um pouco das questões da vida corriqueira, da vida familiar, da vida.
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Ana Paula 21/07/2023

{05/100 - 100 Anos em Livros}

"Qual é o significado da vida? Isso era tudo - uma questão simples; uma questão que tendia a nos envolver mais com o passar dos anos. A grande revelação talvez nunca chegasse. Em vez disso, havia pequenos milagres cotidianos, iluminações, fósforos inesperadamente riscados na escuridão [...]."

Minha quinta leitura para meu projeto pessoal de leitura 100 Anos em Livros.
Que livro! Virginia Woolf mais uma vez surpreendendo positivamente. Depois de ter lido Mrs. Dalloway, estava animada para a leitura desse, e não fui decepcionada.
O mais interessante desse livro, na minha opinião, é sua construção em partes: a primeira parte, no pré-guerra; a segunda parte, a passagem de tempo da guerra (e o modo como a autora narra isso, não com o foco nas pessoas, mas no efeito do tempo sobre a casa de verão!); e a terceira parte, com o pós-guerra. São surpreendentes os mecanismos narrativos que ela utiliza, e extremamente bonitos.
É um livro com pouca "história" em si, e mais foco nos próprios personagens, seus pensamentos e modo como veem o mundo, então entendo que não é um livro para todos. Mas, caso esteja disposto a dar uma chance para esse tipo de livro, há uma grande chance que não vai se decepcionar.
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abibliotecadamica 31/07/2023

Excelente
E as vidas que já vivemos
E as que havemos de viver
São cheias de folhas outonais.

Quinto romance de Virginia Woolf, ´ Passeio ao Farol´ foi originalmente publicado em 1927.
A narrativa deste romance divide-se em três partes: A janela, O tempo passa e O Farol; e a ação é ambientada na casa de férias da família Ramsay nas Ilhas Hébridas, Escócia, local onde o casal com 8 filhos e alguns amigos passam o verão. Na primeira parte do romance há a promessa de um passeio ao farol, feita pela Sra. Ramsay a seu filho James, que poderá ocorrer no dia seguinte, dependendo do clima. Esta promessa é negada pelo Sr. Ramsay, que expressa sua certeza de que o tempo não estará claro, opinião que gera uma certa tensão entre o casal, que ecoa por toda a obra.
A segunda parte do livro movimenta-se como se fosse narrada pelo próprio tempo, em uma casa já vazia e abandonada pela família, no pós primeira guerra. Nessa fase, a Sra. Ramsey e dois de seus filhos estão mortos e há uma sensação de perda acompanhando a passagem do tempo. A clara visão de como as coisas mudaram desde que a casa de veraneio foi desocupada é narrada em um capítulo curto e com grande tom emocional.
Na última parte, após as perdas na família e o fim da guerra, eles retornam para a casa anteriormente desocupada, e finalmente o Sr. Ramsey decide ir com seus filhos fazer a viagem ao farol.
Essa é a obra mais autobiográfica de Virginia, e os personagens principais, Sr. e Sra. Ramsay, foram inspirados em seus pais na vida real. Acompanhei toda a narrativa com a sensação de que a autora criou um retrato familiar revisitando seu passado e seus sentimentos, e se curvando sobre a passagem do tempo e as mudanças que ela provoca no movimento da vida. Através de uma escrita bastante poética e envolvente, criou um livro lindo, que eu recomendo fortemente. A minha edição é da Penguin-Companhia, tem tradução de Paulo Henriques Britto, prefácio de Genilda Azerêdo e foi publicada em 13 de junho desse ano.
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José 02/08/2023

Não sei nem o que dizer!
Entrou para os meus favoritos, um dos melhores da Virginia, simplesmente perfeito. Amei tudo, os personagens, o contexto, os detalhes, tudo!
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Luciano74 21/08/2023

Ao Farol
Meu primeiro contato com Virgínia Wolf me tirou da zona de conforto. Um estilo de escrita que, a meu ver, requer mais atenção e cuidado.

Li que Virgínia vê aquilo que nós deixamos passar, aquilo que é invisível a nós. E eu consigo concordar. A riqueza de detalhes e de conexões feitas durante a história são muito interessantes - e desafiadores.

Fico com a sensação de que Virgínia faz de nós, leitores, uma espécie de farol que ilumina em certo ritmo as profundezas dos personagens.

Os comentários apresentados nesta edição permitem um panorama do contexto da criação dessa obra prima - o que deixa a história ainda mais significativa.
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Matheus.Lima 22/08/2023

O indivíduo do século XX em "Ao farol"
Mas ir ao farol para quê? Por quê? Dar uma meia grená ao filho do faroleiro e trazer "a eles todo o e qualquer conforto possível", dirá a Sra. Ramsay. Para James "um êxtase extraordinário" ir ao farol, uma "maravilha". Tudo isso inicia a parte I chamada "A janela".

Então, tudo está posto: ir ao farol, eis o grande objetivo do livro no seu plano externo. Porque se você pensar, por exemplo, em Dantès de "O conde de monte cristo" ou qualquer livro da Jane Austen, há muitos eventos externos ocorrendo, mas não em "Ao farol". Um dia, uma noite, um simples passeio ao farol não são suficientes para dar conta de um romance da Austen ou do Dumas.
Em Virgínia, sim. Mas por quê?

A questão está no interno das personagens: monólogo interior, fluxo de consciência, discurso indireto livro... You name it, dear.

Paro o indivíduo modernista, Terry Eagleton nos lembra:"[...] a realidade não se desenrola de maneira ordenada". Esse mesmo indivíduo foi abalado, de acordo com Freud, com a ideia de que a terra não é o centro do universo; de que apesar de racional, ainda sim somos animais. Freud traz à luz a ideia de que o homem não tem controle de si mesmo.

Nesse contexto está inserido Virgínia e suas personagens. Elas estão abaladas pela terceira ferida narcísica.
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LuMaia 01/10/2023

"Ao Farol" se revelou, sem dúvida, a leitura mais desafiadora da minha vida. Houve momentos em que eu pausava e me perguntava: “será que eu sou burra?”. A segunda parte, em particular, foi uma verdadeira montanha-russa. No entanto, quando consegui encontrar o fio condutor, me vi apreciando a história. Talvez, em algum momento no futuro, eu possa revisitá-lo e compreender completamente a mensagem que a autora queria transmitir.
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Alexsander.Rosa 11/10/2023

Ainda que tudo o mais sucumba e desapareça, o que há aqui é inabalável
A sensibilidade que Virginia Woolf tem em sua escrita é um deleite para qualquer leitor. A forma como ela transforma situações cotidianas em assuntos profundos e complexos colocam-na no mais alto nível de escrita.
"Passeio ao Farol" traz uma história melancólica, mas bela. São tantas reflexões que ele proporciona que fica difícil organizar as ideias.
A primeira parte deste livro, denominado "A Janela", apresenta os personagens e, mais do que isso, mergulha em cada um deles por meio de um fluxo de consciência que tornou a obra da autora tão característico. Esta parte é praticamente a metade do livro e narra um dia dessa família e seus convidados.
A segunda parte, "O tempo passa", foi um choque, pelos eventos que acontecem, a forma que ocorrem e o tempo que se passa e a rapidez com que são narrados. Virginia consegue nos mostrar como um instante pode ser infinito em nossas vidas, mas uma vida é o máximo que vivemos, e ela passa rápido.
A terceira parte é o tal passeio ao farol, e a tristeza que eu sentia lendo cada página não pode ser descrita. Eu ficava lendo cada personagem, e você sente a falta da sra. Ramsay, e, ao mesmo tempo, sente ela sempre presente, e ao mesmo tempo tão ausente.
O quão seremos lembrados no futuro? Pela arte, pela pintura, pela marca que deixamos, mas, também, pelos corações que conquistamos, para aqueles que amamos nossa memória será bem preservada e proliferada.
E em meio a tantas tristezas e melancolias, haverá sempre uma luz para nos iluminarmos, mas será, afinal, possível chegar à fonte? Será possível buscar a fonte da luz, e, para chegarmos lá, viveríamos nossas vidas felizes? Vale a pena sonhar e se esquecer de viver?
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Mari BT 12/10/2023

Perecemos, cada qual a sós
Essa obra é escrita, em sua maior parte, com base nos pensamentos e reflexões dos personagens e tem mudanças de ponto de vista o tempo inteiro. Então pode ser um pouco confuso as vezes. Não é um livro para ?passar o tempo?, é um livro que precisa de atenção ao ser lido, para que as mensagens dentro dele sejam captadas. É muito interessante descobrir, ao final do livro, no posfácio, o quanto da própria autora tem em cada personagem, o quanto dela mesma está incluído ali, mesmo que de maneira singela. E isso torna o livro ainda mais pessoal e íntimo. Me senti perdida umas 2x durante a leitura, mas gostei!
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Lara 15/10/2023

Ao princípio senti a narrativa caótica e pensei que não conseguiria acompanhar, mas ao persistir mergulhei na profundidade narrativa de Virginia, magnífica.
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