Ao Farol

Ao Farol Virginia Woolf




Resenhas - Rumo ao Farol


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Dauri 14/05/2017

Olhar. Quem sabe, ver.
O mundo é insignificante. “Pobre mundo insignificante”. Por isso cada gesto, pensamento e palavra parece querer resgatar algum traço, alguma nuance de significância numa travessia inglória.

Mas é preciso tentar salvar o que clama por um resgate mesmo que apenas por um olhar. Com esse propósito um quadro a muito custo vai sendo pintado numa tentativa de registrar o que sempre escapa.

Um livro pra quem se permite olhar, ou tentar olhar a vida, e tentar fazer pequenos e pobres registros, mesmo sabendo que a impermanência das coisas dominará sobre tudo. Pra quem procura - quem sabe consegue - uma visão, um farolzinho a dar sentido às coisas.
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Edna 10/09/2017

Expressão
Ler Virgínia Woolf, é subtrair de vários elementos a expressão da vida.
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Em Rumo ao farol a autora vai sugerindo toda a vida de uma dona de casa com oito filhos a retratação da própria vida em uma tela que ela vai criando em que cada pincelada traduz parte de um todo, além de exprimir sua arte ela também a sente enquanto cria.
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Aprendemos a entender a Sra.Ramsay, James o filho caçula. A falta de motivação no casamento insípido dela e a insatisfação de James em relação ao Pai, homem grosso do qualivro, os filhos fogem, nos inspira a continuar e desvendar toda a história.
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Já tinha iniciado esse livro à um tempo atrás e hoje após ler varios comentários na minha leitura de "A menina Submersa" me fez despertar e retornar à segunda parte de Rumo ao Farol onde muda a personagem principal mas a temática e os personagens são os mesmos.
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Sinto orgulho ao conhecer essa obra tão valiosa, embora pra mim tenha sido de difícil entendimento mas concluindo que a valorização da vida ao invés da matéria é bem evidenciada, a luta de classes e a convivência em sociedade tao dificil missão à tantos anos já expostas e tratadas e ainda é um fator tão importante e dificílimo para o homem.
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Hofschneider 25/01/2018

um dos melhores livros que já li
o estilo de Virginia é tudo. ela explora todas as narrativas possíveis. ela fala pelo pensamento dos personagens, descreve cenas que não existem na realidade, mas apenas nos pensamentos. muitas narrativas em tempos diferentes acontecem ao mesmo tempo, como num filme ou melhor do que isso, como na vida real, todos os momentos fluem ao mesmo tempo.
é necessário muita atenção para lê-la, infelizmente, pois o ritmo é voraz e suga seu pensamento como um buraco negro.
há muitos personagens, e o importante é se familiarizar rápido com eles, para não se perder na linha da narrativa.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 13/07/2018

Livro Preferido de Mrs Woolf
Virgínia Woolf (1882-1941) foi uma das mais destacadas figuras do modernismo na literatura. Ensaísta, escritora e editora britânica, seu trabalho caracteriza-se pelo emprego do fluxo da consciência.

Essa técnica procura transcrever fielmente o pensamento de uma personagem cujas reações íntimas jorram livres e espontâneas num fluxo desarticulado e descontínuo, levando frequentemente a rupturas na sintaxe e pontuação. Complexo, seu entendimento exige vagar e atenção e "Ao Farol" é um belo passaporte para arriscar-se nessa aventura.

Sua narrativa tem como cenário a casa de veraneio dos Ransay nas Ilhas Hébridas (Escócia) e divide-se em dois momentos,1910 e 1920, antes e depois da Primeira Grande Guerra, quando são apresentados três belos e sensíveis episódios.

A JANELA: Aborda os preparativos da família e seus hóspedes para um passeio a um farol que acaba adiado por conta do mau tempo. Aqui, somos apresentados a uma longa lista de personagens, encabeçada pela mãe, a figura central da história, o pai, oito filhos além de alguns amigos divididos entre intelectuais e artistas.

O TEMPO PASSA: Trata-se de um capítulo curto no qual uma velha faxineira arruma a casa, aguardando o regresso do grupo depois de dez anos. Ela recorda a alegria de outrora em contraste com o abandono do local.

O FAROL: A passagem do tempo é implacável e uma tragédia abalou a família. O elo que antigamente os unia foi rompido e resta um grande vazio, porém, a vida segue e num belo dia de sol, finalmente acontece a visita ao farol.

Fugindo do modelo tradicional, esse é um romance comovente sobre a beleza e a transitoriedade da vida, remetendo também ao amor, a fidelidade e as complexas relações familiares. Ele faz lembrar a música " Como uma Onda" de Lulu Santos e Nelson Motta:

"Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito..."
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Babi.Dias 06/08/2018

Livraço!
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monique.gerke 06/09/2018

Basicamente não gostei da história. A fixação dos personagens pela Sra. Ramsay me entediou bastante. Acho que a escrita é um pouco autobiográfica, e como não conheço muito da vida da Virginia, posso ter perdido algo importante. Gostei como ela colocou a casa como medidora do tempo (assim como as ondas, no livro "As ondas" dela), e confesso que a segunda parte, que quase não tem personagens e que descreve bastante a casa, foi a que mais gostei. O fluxo de consciência na literatura é algo muito difícil de se acompanhar, e como a história não me cativou, foi um tanto penoso para mim.
Dei três estrelas pois acho a poética da Virginia maravilhosa, que nesse livro continua incrível, então compensou um pouco a falta de interesse que tive pelo enredo.
Dos livros que li dela (Mrs. Dalloway, Orlando, As ondas, Entre os atos), tirando os ensaios e contos, foi o que menos gostei.
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meduardaprr 17/11/2024

Complexo
Minha primeira experiência com Virginia Woolf e com o fluxo de consciência. É totalmente diferente de tudo que já li. Confesso ter criado expectativas e ter me decepcionado um pouco. A escrita requer atenção, foco e imersão. Eu não consegui me conectar com a obra, talvez não tenha sido o momento.
É interessante. Woolf captura com maestria os momentos fugazes da vida e a inevitável passagem do tempo, oferecendo boas e profundas reflexões sobre a existência. Me senti dançando e flutuando, entrando dentro da mente de cada personagem, mergulhando entre seus pensamentos, entendendo suas opiniões profundamente para em breve fazer o mesmo no próximo.
Honestamente, não me prendeu tanto, provavelmente tentarei reler em outro momento e fazer uma análise mais profunda. Desejo também dar outra chance para a autora e ler outra obra, em breve.
A edição é linda e bem trabalhada, a capa combina perfeitamente com a história e eu imaginava-a enquanto Lily Briscoe pintava.
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Carolizons 06/06/2020

Uma viagem ao farol que levou 10 anos para acontecer. Woolf nós insere no interior das personagens de maneira envolvente.
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Valério 02/12/2014

Percepções
Virginia Woolf se utiliza do fluxo de pensamento (estilo literário muito popularizado por James Joyce, em Ulisses, que se caracterizado pelo texto que reproduz a trilha de raciocínio, como se o(a) autor(a) transcrevesse no texto o mesmo caminho que o cérebro percorre. Assim, o texto pode parecer desconexo. Mas, na verdade, é assim que pensamos, pulando de um raciocínio para outro sem haver qualquer ligação entre eles).
Toda leitura que segue o fluxo de pensamento, por si só, já é um pouco mais difícil de acompanhar. O que não tira sua atratividade.
Neste livro, toda a história gira em torno da família Ramsey e um malfadado passeio ao farol perto de sua casa no campo. O livro se divide em duas partes principais: A família vivendo em sua casa e planejando (mas não realizando) uma visita ao farol. E, mais de dez anos depois, após a morte de alguns membros dessa mesma família, outros personagens retornando para fazer a visita.
Costumo dizer que grandes livros nos fazem viajar, refletir, filosofar e envolver sem que haja grandes acontecimentos na trama, ou fenomenais reviravoltas.
Nas sutilezas, o autor pega as almas mais sensíveis, mais perceptivas.
E assim Virginia nos ganha.
Todo o livro descreve apenas dois ou três dias.
Assim como "Por quem os sinos dobram" descrevem dois ou três dias e "Ulisses" apenas um dia.
Leitura gostosa, diferente. E que deixa forte impressão.
A casa vazia, sem que a autora precise mencionar, nos passa toda a melancolia nostálgica que a todos machuca.
Impossível ficar indiferente e não sofrer pelo relato pormenorizado do estado de abandono da casa que outrora continha tanta vida.
Aqui, menos é mais.
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Karollyna 10/06/2014

Neste livro a Virginia Woolf narra a ascensão e decadência da família Ramsey, sempre de forma subjetiva analisando o personagem intimamente em seus pensamentos. É muito bacana perceber o papel da mulher neste contexto familiar pois ela é a responsável por manter tudo nos conformes, desde a estrutura do jantar até a estrutura da própria família em si, pois esta começa a decair quando a mulher... não vou dar spoilers!
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Lenise 19/12/2013

Íntimo e intrigante!
O que dizer desse livro? É diferente de qualquer livro que eu já tenha lido, e olhem que eu já li muitos!

Para começar o livro não tem uma "história". Começa com um casal (os Ramsay) , os 8 filhos e alguns hóspedes em uma ilha de veraneio. A primeira parte do livro passa-se em apenas um dia. O filho caçula, Jasper, quer visitar o farol, fato que lhe é negado. A partir dai Virginia Woolf mostra cada pequeno fato do dia sob a perspectiva de diferentes personagens, de uma maneira tão íntima que é quase ofensiva.
Na segunda parte do livro (brevíssima) passou-se a guerra e a casa é reformada para que possa ser ocupada novamente e na última parte que passa-se 10 anos após a primeira parte novamente a ilha é visitada e é feita finalmente a visita ao farol.

Apesar de não haver uma história (pelo menos uma história convencional)a leitura do livro flui pois cada pequenino fato é esmiuçado e descrito com tamanha poesia que alguns parágrafos são simplesmente de tirar o fôlego(até transcrevi alguns para um caderno para guardá-los para a posteridade). Abaixo um deles:

"Quem sabe o que somos, o que sentimos? Quem sabe mesmo no momento de intimidade, Isso é saber? Pois as coisas não se estragam, a sra. Ramsay podia ter perguntado (parecia acontecer com tanta frequência, esse silêncio a seu lado), ao serem ditas? Não somos mais expressivos assim? O momento pelo menos parecia extraordinariamente fértil. Comprimiu um buraquinho na areia e o recobriu, nele enterrando a perfeição do momento. Era como uma gota de prata na qual se mergulhava e iluminava a escuridão do passado."

Três aspectos tornam o livro muito interessante: as diferentes perspectivas sobre um mesmo fato ou pessoa, a linguagem poética e o inesperado estilo da narrativa.
Não recomendo-o para leitores muito jovens (aqui não estou falando de idade...) ou que precisem de ação acontecendo nas páginas. É necessário bastante experiência com leitura para apreciar esse livro!
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luanda 22/04/2012

Lily Briscoe
"Como expressar aquele vazio ali? (Olhava a escada da sala de visitas, que parecia extraordinariamente vazia.) Era uma sensação do corpo, não da mente. As sensações físicas que acompanhavam a visao dos degraus vazios se tornaram extremamente desagradáveis. O querer e não ter transmitia a todo seu corpo uma insensibilidade, um vazio, uma tensão. Querer e não ter - querer e querer-, como isso atormentava seu coração. "
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Luíza | ig: @odisseiadelivros 03/02/2020

“[...] como perecemos, cada qual a sós.”
[Tentarei não elogiar muito a Virginia nesta resenha]
Que escritora incrível! Cada experiência com um livro dela é algo único. É, de certa forma, aconchegante lê-la, porque ela traduz em uma linguagem poética sentimentos puramente humanos.
A história, como é comum na narrativa de Woolf, não é grandiosa. Inicia-se com uma família, os Ramsay, em sua casa de veraneio, com os oito filhos e alguns convidados. Por meio do fluxo de consciência, somos transportados para uma paisagem tranquila ao noroeste da Escócia, ao mesmo tempo em que somos levados por meio de uma linguagem muito primorosa para o interior da mente das personagens. Durante a narrativa, o leitor é exposto a temas relacionados ao casamento, às convenções sociais, à vida e à morte.
No início, é difícil se acostumar tanto com a narrativa quanto com os inúmeros nomes de personagens. No entanto, conforme se vai absorvendo os sentidos – porque, na prosa virginiana, os sentidos ficam, em sua maioria, a encargo do leitor –, tudo fica mais claro e você é levado a uma verdadeira viagem interior – não só das personagens, mas também a seu próprio interior.
A segunda parte, “O tempo passa”, é o ponto alto do livro. Os acontecimentos, destacados em colchetes, parecem irrelevantes diante às descrições da passagem do tempo e das estações. O que não impede que o leitor sinta com pesar esses acontecimentos. Cabe lembrar aqui que a história possui traços autobiográficos, há um pouco de Virginia – talvez em Lily Briscoe, em James e em Cam – e seus pais no casal Ramsay. Mas são traços, não representam a integridade, embora o posfácio de Hermione Lee, presente na edição do livro da editora Autêntica, tenho provado que o processo de criação desse livro, para Virginia, foi um expurgo para suas memórias mais íntimas, da relação com/dos pais e os fantasmas que a assombravam até então.
Um último adendo: a tradução do Tomaz Tadeu, como sempre, está impecável. Consegue traduzir – literalmente – com maestria uma maestra da linguagem.
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Laís Andrade 13/02/2020

Uma experiência literária
"Qual o significado da vida? Isso era tudo - uma questão simples; uma questão que tendia a nos envolver mais com o passar dos anos. A grande revelação nunca chegara. A grande revelação talvez nunca chegasse. Em vez disso, havia pequenos milagres cotidianos, iluminações, fósforos inesperadamente riscados nas escuridão; aqui estava um deles. (...) a Sra. Ramsay dizendo: 'Vida, fica parada aqui'; a Sra. Ramsay fazendo do momento algo permanente (tal como, numa esfera diferente, a própria Lily tentava fazer do momento algo permanente) - esta era a natureza da revelação."

A serenidade do momento presente, desapegada de conjecturas futuras e julgamentos passados, a liberdade de estar e ser em toda a expansividade sensitiva de se fazer parte do meio, a potência crua e libertadora disso, é incalculável. Este livro faz afluírem sensações múltiplas, traz a alegria de se perceber vivo, e a beleza da contemplação dos outros e daquilo que te rodeia. Momentos simples que podem ser encarcerados no eterno.

O plano de fundo é uma família com todos os seus dramas e cicatrizes vivenciais. Um pai, o Sr. Ramsay, absolutamente controlador, mesquinho e frio, que desperta sentimentos de revolta e amargura nos filhos, que somam oito ao todo. A mãe, a Sra. Ramsay, um objeto de extrema beleza, mas uma personagem dotada de uma paz e leveza que contagiam e envolvem os demais. A ação se passa em uma casa antiga da família, enquanto Lily Briscoe tenta finalizar uma pintura, evocando emoções provocadas por cada indivíduo que compõe aquela paisagem. O fluxo de consciência, técnica narrativa utilizada por Woolf, onde vamos saltando como pequenas pulgas de um personagem para o outro, torna a narrativa fluida e as ações perdem força, tornando as percepções o cerne de toda a história. A segunda parte, intitulada "O Tempo Passa", a mais curta de todas, é uma das mais belas. É difícil descrever o que acontece pois os as marcas temporais se desfazem e, de forma magistral, percebemos quão interconectadas são nossas experiências em qualquer tempo. A descrição da escuridão como um dilúvio e a utilização disso como recurso narrativo para fazer brotar o passado enquanto o presente se desdobra, com fagulhas do futuro, é simplesmente genial. Nunca havia lido nada parecido. É verdadeiramente mais um experiência do que uma leitura.
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Samantha @degraudeletras 15/04/2011

Por: Samantha - Blog: Escritos Meus ( http://samieosescritos.blogspot.com )
Ao Farol é um roman à clef, ou seja, baseado em pessoas reais. Para V. Woolf, esse era seu livro favorito: “ Se o meu sentimento está correto, este é o melhor esboço no qual me empenhei e acho que se sustenta. “ Em seu diário, Woolf qualifica o estilo de Ao Farol como impressionista, e mostra a intenção modernista de renovar no gênero literário: “ Mas enquanto tento escrever, componho Ao Farol – o mar deve ser ouvido através de todo o livro tenho a idéia de que inventei uma nova denominação para meus livros que suplantará a de ‘ romance’ “.

continuar lendo?

http://samieosescritos.blogspot.com/2011/04/rumo-ao-farol.html
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