Sob os pés, meu corpo inteiro

Sob os pés, meu corpo inteiro Marcia Tiburi




Resenhas -


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Lisandra.Maria 26/12/2023

Distopia brasileira que lembra (prevê?) tempos de opressão
A história de Lúcia (Alice) contada em primeira pessoa mostra alguém que sobreviveu ao horror da tortura, mas que nunca conseguiu viver atormentada por diversas opressões: a sombra da irmã, a maternidade não realizada, uma cidade miserável, a dúvida sobre as lembranças e as pessoas. Um livro bem pesado com um final surpreendente, indico para fãs de distopias
Mireille 26/12/2023minha estante
Eira




Pipoco 12/12/2018

Soco no estômago
Esta distopia escrita pela Marcia Tiburi não é fácil de ler. Exigiu algumas paradas para reflexão, outras para digestão (!!) e outras para que eu repensasse o fato de se tratar de uma distopia, pois o texto é tão cruelmente atual que assusta.
Leitura pungente, de teor obrigatório e que merece ser divulgada.
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tvinhoalf 22/04/2019

A escrita é visceral, aparentemente sem muito propósito de ser lida, como se as palavras fossem mais uma forma de auto-exorcizar os demônios da história contada.
A imersão na história de Alice/Lúcia/Adriana é, por diversas vezes, nauseante, mas necessária. É mais que um romance, é relato, é palpável, é extremamente próximo.
A autora não tem pretensões de fechar a história em suas caixinhas e isso pode ser frustrante, mas ainda assim, vale muito a pena a leitura.
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Otavio Contente 25/04/2019

A proximidade de uma distopia
Passado, presente e futuro se entrelaçam nesta narrativa como se o passado e o futuro fossem ao mesmo tempo o nosso presente. Buscas, encontros e recordações permeadas por surpresas, dores e esperanças nos envolvem de forma surpreendente proporcionando uma reflexão sobre família, Estado e vida.
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Toni 26/08/2019

Em uma passagem de Azul Corvo (Adriana Lisboa, 2010), a protagonista Vanja se pergunta “como as vidas viradas ao avesso e as pessoas viradas ao avesso reencontram o direito”. “Sobreviver é o que resta da tortura”, responde a narradora de Sob os pés, meu corpo inteiro, “Sua continuação inconfundível.” Neste romance da Marcia Tiburi, escrito contra a desmemória nacional e a precarização do trauma, somos apresentados a Lúcia (ou Alice de Souza), sobrevivente das sevícias e dos porões da ditadura civil-militar brasileira, no momento em que, diante do túmulo que leva seu nome, encontra, por acaso, aquela que pode ser a filha de sua irmã Adriana, morta pela repressão.
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Esse encontro fortuito numa São Paulo distopicamente presente (onde a água escasseia e a violência consegue ser, em igual medida assombrosa, simbólica sistêmica subjetiva) faz eclodir tensões entre uma memória resistente ao apagamento e a inexistência de espaços para sua elaboração. Entre tantas outras chaves de leitura, o lugar do torturado, no romance de Tiburi, é caracterizado como uma impossibilidade: a dor inscrita numa página virada da história, soterrada por camadas de outras crises (golpes), dores e exílios, um lugar que continua a doer sem lugar onde possa existir. No relato de Lúcia/Alice, a memória coletiva brasileira é devassada a partir do extravasamento da esfera privada, proporcionando uma visão indissociável dos espaços de vivência do sujeito sob um estado de exceção perpétuo.
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Se a escrita da história representa um “rito de sepultamento”, como a definiu Michel de Certeau, romances como Sob os pés, meu corpo inteiro surgem para desenterrar os mortos e fazer com que seus corpos alvejados mutilados desaparecidos venham perturbar o sono de nosso “estado de direito” (brancoelitista) falsamente pacificado. Entre as inúmeras marcas da ditadura, as cicatrizes de Lúcia/Alice dão corpo a uma memória nacional precária, ainda muito aquém daquela consciência crítica que depende, em grande medida, da capacidade de seus sujeitos de articular passado e presente.
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Izamara Ferreira 14/03/2021

Uma distopia realista.
Nossa a autora escreve muito bem! Não é uma leitura fácil, tem gatilhos de estupro e tortura. Mas é uma leitura muito necessária e que deveria até ser mais conhecida!
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Mion 13/05/2024

Em algum momento, a autora coloca a palavra DUPLICIDADE na boca de sua personagem. Palavra perfeita para resumir suas questoes da vida como sobrevivente ao regime ditatorial ao qual sobreviveu.

Mas nao apenas entre ter sobrevivido e os que morreram, mas entre ser mulher, mae e filha, mulher e esposa, quem pariu um filho -e morreu- e que "ganhou" uma filha para cuidar, a parte da relação entre a mae e a irma, de muto cainho e atencoa enquanto ela, deixada de lado, esquecivel e esquecida.

Um livro que caminha sobre a linha da História politica do Brasil, mas que caminha simultaneamente para seus dois extremos, passado e futuro, com tracos muito bem marcados de história recente e entre realidade e ficção.

É um passeio doloroso com a personagem, enquanto ela se esforça para lembrar de sua história e contar , inclusive para si mesma, o que viveu, por suas lembranças, descobertas e desejos em diferentes momentos e contextos da vida.

É um passeio por uma realidade sufocante com ums pessoa sufocada e traumatizada com seu passado que nos apresenta os traumas vividos por uma pessoa torturada numa ditadura que acredito nunca conseguir ter essa noção se não fosse esse livro.

O que torturados e sobreviventes de grandes traumas carregam? Como olham para a vida? Como se tivessem perdido direito à sua popria historia, pelo apagamento quanto pelo proprio desejo de mao lembrar, como seguir vivendo?

Viver é mais facil para quem nao teve imensos traumas. Mas e quem teve ? Como é?

A autora apresenta inumeras problematicas na vida de uma mulher, filha, irma, mae biologica e mae de criação, torturada nim regime político de excessao" e realmente nos poe pra viver uma realidade que fica a duvida: ficcionalmente real ou realidade ficcionalizada?
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Lud 26/05/2024

Não esquecer para que nunca mais aconteça!Precisei parar a leitura em alguns momentos para respirar.
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