Joachin 02/12/2012
Em um dos principais ensaios dessa compilação, Lynn Hunt apresenta o pensamento de Kramer, que a partir de Hayden White e LaCapra, discute como elementos próprios da teoria da literatura tem sido utilizado por historiadores da cultura. Partilho da opinião de Hunt no sentido de que “embora existam muitas diferenças não só dentro dos modelos antropológicos e literários, mas também entre eles, uma tendência fundamental de ambos parece atualmente fascinar os historiadores da cultura: o suo da linguagem como metáfora. Ações simbólicas como sublevações ou massacres de gatos são configuradas como textos a serem lidos ou linguagens a serem decodificadas” (p. 21), mas pessoalmente creio que críticos literários mais responsáveis como Umberto Eco (A interpretação literária) ou no Brasil, como Antônio Cândido (Literatura e Sociedade, tem reflexões mais interessantes para nos propor do que um cético como Hayden White.
Já Suzanne Desan, em "Massas, comunidade e ritual na obra de E. P. Thompson e Natalie Davis", mostra como seja estudando a Reforma, como fez Davis ou a Industrialização, como Thompson, é importante atentarmos que o projeto intelectual desses autores se entrelaçam ao constituírem um consenso sobre a noção de que “as classes inferiores não eram simples presas de forças históricas externas e determinantes” (p. 74) e eram, portanto, agentes articuladores de resistência.