The Books of Earthsea

The Books of Earthsea Charles Vess
Ursula K. Le Guin
Ursula K. Le Guin




Resenhas - The Books of Earthsea: The Complete Illustrated Edition


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Lucas C.A. 19/11/2021

Fantasia cheia de dramas adultos
Esse livro com certeza proporciona uma viagem super interessante. O que começa como algo infantil se torna uma história crua sobre a natureza humana e suas problemáticas. Na verdade mesmo no começo o tema já é esse, já que somente em um dos livros existe um vilão convencional, e mesmo ele nos faz refletir sobre o papel do ser humano dentro do - nosso? - mundo. É com certeza uma ótima leitura. Leve, intensa e apaixonada. Nos dá a chance de lidar com problemas que a magia não pode solucionar, porque a alma humana ainda é a coisa mais misteriosa, maravilhosa e amedrontadora que existe.
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pedrolucasmr 27/08/2023

Uma das minhas novas sagas favoritas
Vou avaliar cada livro separadamente para melhor expressar minha opinião de cada um:

Review de Um Feiticeiro de Terramar: Livro muito bom, um tipo de fantasia diferente e mais leve, não focada nas grandes batalhas comuns no gênero. Escrita extremamente fluida e prazerosa de ler.

Review de As Tumbas de Atuan: Uma sequência excelente, divertida de ler e incrivelmente fluída. A troca de protagonista inicialmente me deixou com um pé atrás, mas o desenvolvimento dela é perfeito. Me diverti mais do que com o primeiro livro e fiquei bastante satisfeito com a conclusão.

Review de A Costa Mais Distante: Mais profundo e sombrio, o clima desse livro é bem diferente dos demais. O final é bastante imprevisível e a narrativa é bem envolvente. Não achei tão divertido quanto As Tumbas de Atuan, talvez pelo ritmo um pouco mais lento, mas em questão de desenvolvimento do mundo e da narrativa esse foi espetacular.

Review de Tehanu: Um pouco lento demais pro meu gosto e uma história muito mais profunda e pessoal, é um livro, ao meu ver, um pouco mais fraco que os anteriores. A Tenar me segurou bem nessa leitura, porque eu gosto bastante da personagem, e não fosse por isso talvez o livro tivesse sido um pouco pior pra mim. A trama aqui é bem pessoal e intima, com a Tenar questionando muitas coisas sobre si mesma e sobre sua vida. Apesar de não tão interessante quanto os três primeiros livros, ainda é uma leitura excelente.

Review de Contos de Terramar: Um coletenêa de contos que visa expandir e melhor definir o mundo de Terramar e preparar o caminho para O Outro Vento, último volume da série. Essa é, até o momento, a entrada mais fraca da série e, embora não seja uma leitura ruim, é um tanto mais fraca, ao meu ver, tematicamente. The Finder, o primeiro conto, teria funcionado melhor se tivesse um pouco mais de desenvolvimento, talvez 15 ou 20 páginas a mais, e mesmo sendo o maior conto da coletanêa acaba sendo um pouco acelerado e apressado. Darkrose and Diamond funciona relativamente bem mas tem um final pouco satisfatório e, no geral, contribui pouco para o objetivo do livro. The Bones of the Earth e On the High Marsh são ambos contos curtos e objetivos, cumprem bem seu papel mas não prendem tanto e nem são tematicamente tão profundos quanto o restante de Terramar. Dragonfly, que é a ponte entre os 4 primeiros volumes da série e o último volume, é o melhor conto da coletanêa, mas não consegue realmente se equiparar com os 4 primeiros volumes. Há também um problema geral, que já existia em Tehanu em escala muito menor, em relação à construção do mundo aqui: há nessa segunda trilogia de Terramar uma mudança no tom da série e a adição, devido a mudança de visão da autora durante os anos entre o lançamento dos três primeiros livros e dos três últimos, tendo uma adição maior de mulheres, crianças e outras figuras no desenvolver da narrativa e do mundo. Essa adição é feita de maneira um tanto forçada e não-natural, ficando claro durante o processo que se trata de um "afterthought". Isso não é um problema grande em Tehanu pois se trata apenas de uma adição, sem modificar a construção feita anteriormente. Mas aqui, em Contos de Terramar, há mudanças feitas em alguns pontos da história, visando essa adição, que são um tanto pobres, pelo menos ao meu ver. Além disso, algumas das adições são apenas passadas por cima, sem profundidade, e soam um tanto artificiais. No geral, Contos de Terramar é uma boa leitura, segurada em muitos pontos pela prosa fortíssima de Le Guin, mas que falha em se manter no mesmo nível de seus antecessores.

Review de O Outro Vento: O último volume da saga e um final digno para Terramar. É tematicamente mais forte que seus dois últimos antecessores, Tehanu e Contos de Terramar. O livro tem bons novos personagens e usa os personagens antigos de maneira muito boa, conclui muitos arcos e mostra diferentes lados de personagens que achavámos já conhecer totalmente. A conclusão em si é boa e satisfatória, embora um tanto menos bela do que conclusões anteriores da saga. A cena final em si é, ao meu ver, o fim perfeito para a saga, encerrando a história de Tenar e Ged de maneira simples e bonita. Os problemas presentes no último livro, Contos de Terramar, não acontecem aqui, felizmente. No geral, O Outro Vento fecha muito bem a saga e traz um resultado satifatório e, embora não alcance realmente o ápice que a primeira trilogia alcançou, é uma leitura que vale muito a pena.

Reviews dos outros contos inclusos na edição: Nada que chame muita atenção, The Rule of Names e The Word of Unbiding são contos curtos e que não trazem nada de novo para o mundo, Daughter of Odren é um conto com bons conceitos mas que acaba sendo bastante esquecido, A Description of Earthsea e Earthsea Revisoned são adendos interessantes. O que chama mais atenção entre os extrar é Firelight, um conto bem curtinho que serve de fechamento para a jornada de Ged, é bastante emocional e, tendo sido escrito no fim da vida de Le Guin e publicado postumamente, traz uma visão bonita que reflete autora e personagem.

No geral, o Ciclo de Terramar é uma saga incrível. O jeito com que Le Guin põe beleza em sua prosa e em seu mundo e os questionamentos e mensagens que se encontram nas páginas desses volumes são algo que poucas sagas tem. A jornada de Ged na primeira trilogia, que á época foi feita tendo crianças e jovens como público alvo, transcende completamente o que se espera de uma fantasia do tipo. A segunda trilogia, mesmo sendo mais fraca que a primeira, traz temas profundos e sombrios para o mundo. E isso é algo que Terramar faz muito bem: mostrar como a fantasia, mesmo quando escrita para o público infanto-juvenil, pode falar sobre assuntos adultos de forma sutil e madura. Mesmo livros de fantasia moderna, que abordam esses assuntos de maneira direta, não o fazem tão bem quanto Terra consegue fazer. A inevitabilidade da morte, a relação da humanidade com o poder, as escolhas que fazemos durante o caminho, tudo isso é abordado de maneira belíssima aqui.

Tendo terminado a saga confirmo algo que percebi já no terceiro livro, Terramar se tornou uma das minhas sagas de fantasia favoritas e é, sem dúvidas, não só uma leitura incrível como uma leitura essêncial para quem gosta de fantasia.
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