Resenhas - O Despertar

Wania Cris 20/01/2023

E foi escrito em 1899...
Tropecei nesse livro por acaso enquanto avaliava os títulos que compõe o chamado "Desafio Rory Gilmore", encontrei o ebook na Amazon, comprei, comecei a ler e não consegui parar mais. Kate Chopin vai direto ao ponto, nos inserindo na vida de Edna Pontellier em seu período mais assombroso, o do despertar como mulher, como ser pensante.

Acompanhar esse descobrimento e desenvolvimento é uma viagem deliciosa e a cada página lida me pegava pensando "e foi escrito em 1899... que escândalo deve ter sido!". E realmente foi, já que foi a obra que colocou fim na carreira da autora. Hipocrisia que chama...

A tradução de Derval Aquino preservou várias expressões em francês e manteve o refinamento da escrita da autora. Recomendo a leitura para todos, principalmente para as mulheres que acham que foi fácil o caminho até aqui.

mayaramatos 15/12/2011

Creio que me identifiquei com o livro. A história em si não tem muitas ação, as coisas mais interessantes ocorrem no interior da protagonista que depois de casada e com filhos descobre o amor e, consequentemente, muda sua vida de forma não socialmente aceita.

Tati 24/03/2016

O despertar, Kate Chopin
O despertar, cujo título original em inglês é The Awakening, é a obra mais famosa e controversa de Kate Chopin (1850-1904), escritora estadunidense que começou sua carreira publicando contos. Em 1899, quando surgiu, o romance foi imediatamente repelido pela crítica da época por trazer em seu conteúdo questionamentos a respeito do papel da mulher no casamento e na criação dos filhos. Edna Pontellier, a protagonista do livro, está passando o verão com a família em Grand Isle, uma cidade do estado de Louisiana. Seu marido é um homem de negócios que passa muito tempo fora de casa em compromissos sociais e tem uma postura muito distante em relação aos filhos e à esposa. No começo do romance temos uma descrição minuciosa do lugar onde acontece a história, dos personagens e percebemos o quanto Edna está insatisfeita com aquela situação por não se encaixar nos costumes da sociedade em que está inserida. Sua relação com os filhos oscila entre o cuidado e a desatenção, sendo criticada pelo marido, que não a considera maternal o suficiente como costumam ser as outras mulheres do círculo de amizades deles.

Para ler mais, é só acessar: http://nopaisdasentrelinhas.blogspot.com.br/2016/03/o-despertar-kate-chopin.html

site: http://nopaisdasentrelinhas.blogspot.com.br/2016/03/o-despertar-kate-chopin.html

Babs 23/05/2022

SENSACIONAL! Uma leitura muito fluída e fácil, com questões muito pertinentes tratadas de uma maneira muito interessante. Foi acachapante acompanhar a trajetória de Edna, seu despertar, como mulher, como figura independente. Não tenho palavras, Kate, te amo ?

Ronan 16/01/2023

"O desalento a dominara naquela noite de vigília e não a abandonara mais. Não havia nada no mundo que ela desejasse. Não havia nenhum ser humano que quisesse perto dela, exceto..."

Que leitura incrível, é um livro muito poderoso que me tocou de uma forma que eu não consigo nem descrever. Quero muito ler outras coisas escritas pela Kate Chopin.

Hendrya 04/03/2023

O despertar
Sinceramente, um livro que eu não esperava nada e simplesmente chegou e se tornou um dos meus livros favoritos. Fui aos poucos apresentada a Edna e seus pensamentos, as pessoas em volta dela e em sua vida. Compreendo o motivo de terem criticado tanto esse livro quando foi lançado em 1899, pois mesmo hoje em dia, uma mulher que "desperta" para viver para si e sentir ainda é considerada vulgar. Muitas passagens me pegaram de surpresa e considero que esse livro me foi enviado como um presente. O li no momento em que precisava e o entenderia. E por fim, quantas e quantas mulheres não se sentiram assim como Edna? E Kate Chopin conseguiu captar e passar para o papel exatamente esses sentimentos conflitantes de amor, da própria existência e da vida como um todo.

Marcos606 07/04/2023

Retrata a luta de uma jovem mãe para alcançar a emancipação sexual e pessoal no ambiente opressivo do sul americano pós-guerra. Quando foi publicado pela primeira vez, foi amplamente condenado por retratar a sexualidade e a infidelidade conjugal.

O Despertar começa em uma ilha na Louisiana, onde Edna Pontellier, de 28 anos, está de férias com seu marido, Léonce, e seus dois filhos, Etienne e Raoul. Léonce trabalha durante a semana, deixando Edna cuidando das crianças. Edna, no entanto, passa a maior parte do tempo com Madame Adèle Ratignolle, uma colega de férias na ilha. Charmosa, elegante e subserviente, Madame Ratignolle é a “mulher e mãe” ideal. Sua identidade é quase inteiramente subsumida por seu papel familiar: ela existe apenas para atender às necessidades e desejos de sua família. Ironicamente, é Madame Ratignolle quem catalisa o “despertar” de Edna. Ao contrário de Edna, Madame Ratignolle cresceu em torno de mulheres crioulas, que a ensinaram a discutir e expressar suas emoções livremente. Sua franqueza encoraja Edna, inspirando-a a deixar de lado suas reservas.

Um dos temas centrais do romance é o da auto propriedade. Também chamada de autonomia corporal, foi um princípio fundamental do feminismo do século XIX. Significava o direito da mulher de ter controle sobre seu próprio corpo e identidade. As chamadas feministas de primeira onda argumentaram que as mulheres só poderiam ganhar sua liberdade se recusando a permitir que outras pessoas – ou seja, homens – exercessem controle sobre seus corpos. Elas se concentraram, em particular, no direito da esposa de recusar relações sexuais com o marido. O argumento deles era que o serviço de uma mulher como esposa e mãe lhe dava direito à propriedade de seu corpo e, portanto, o direito de se recusar a fazer sexo ou ficar grávida.

A heroína de O Despertar anseia por esse tipo de autonomia corporal. Ela é implacável na busca de autoridade sobre sua própria pessoa. Edna resiste à objetificação do marido, que a olha “como se olha para uma valiosa propriedade pessoal”. Ela desafia Robert quando ele sugere que ela “não é livre” e deve ser “libertada” pelo marido para que eles fiquem juntos. Sua resposta a Robert claramente toma emprestado da retórica das feministas da primeira onda.

A história de Edna é carregada de simbolismo. O mar é talvez o símbolo mais importante do romance. Representa de várias maneiras o batismo, a purificação e o renascimento. Em O Despertar, Chopin constrói o mar como um espaço de liberdade – um espaço fora e longe da sociedade. Para Edna, o mar serve como fonte de empoderamento e refúgio.

Quequel 21/05/2023

A leitura de O Despertar começou devagar, e às vezes eu me perguntava pra onde a história estava indo, mas ela me prendeu demais, mesmo quando não conseguia sentar pra ler eu ficava me perguntando qual seria o próximo passo da Edna. Achei incrível pensar em alguém idealizando essa história em 1899, em como ela deve ter sido recebida e etc, e principalmente amei acompanhar a jornada da Edna e o seu despertar pra vida que ela realmente queria.
Os contos são bem bem curtinhos mesmo, mas são leituras legais também e gostei de todos.

onceuponatime_book 30/05/2023

Resenha do ig @onceuponatime_book
Eu amei o livro, ele é bem curtinho e mostra inúmeras mulheres em várias fases de vida despertando para o mundo além daqueles que elas conhecem.

Um história que trás em passos lentos o feminismo. A gente vê mulheres fortes e decididas.

Acompanhar o desenrolar da trama do primeiro conto e viver com Edna duas descobertas é fantástico. O livro é delicioso, a gente faz uma viagem ao passado e vivi um pouquinho em uma época tão restritivas para as mulheres.

O livro para o mundo atual pode até ser normal, mas com toda certeza para a época que ele foi escrito, ele foi um escândalo.

A gente se encontra na Edna e nas outras personagens dos outros contos.

A história parece não prometer muito, mas entrega tudo e mais um pouco.

Amei o livro e recomendo para todos a leitura dele.

O livro tem uma energia contagiante, uma leitura fluída e leve, uma narrativa envolvente e os personagens são incríveis e bem desenvolvidos e trabalhados.

Thefllyn 31/05/2023

Será meu novo clássico favorito?
Essa edição traz uma coletânea de contos de Kate Chopin, incluindo sua obra obra prima "O Despertar".

Todos os contos menores trazem histórias muito interessantes e que valem uma análise, mas deixaremos para uma próxima, pois o foco aqui será a obra principal.

"O Despertar" nos apresenta Edna Pontellier, uma mulher que se encontra em um casamento infeliz, não em razão do sr. Pontellier não ser um bom marido, pois de fato ele o é, mas pela própria sensação de Edna de estar em um casamento sufocante e sem amor.

O despertar de Edna para a realidade vem em forma de uma paixão que surge por seu jovem amigo Robert, ao qual ela conhece durante o verão em que passa no campo com a família e os amigos.

Ao retornar para a cidade, Edna leva consigo o desejo por esse amor proibido e Robert torna-se uma obsessão para seu coração apaixonado.

Diante de tais sentimentos, Edna se vê cada vez mais distante da vida que levava antes com o marido. Ao despertar suas paixões e desejos românticos, também lhe foi despertado a vontade de pertencer a si mesma, a realizar sonhos e ser livre das cobranças da sociedade.

? "O que quer que acontecesse, tinha decidido nunca mais pertencer a ninguém além dela mesma."

Com o avançar da história, vemos o escandaloso caso de infidelidade conjugal por parte de Edna, que decidi experimentar novas sensações e despertar sua sensualidade.

Com o retorno de Robert, logo os dois se envolvem, mas o que era para ser o grande motivo da felicidade de Edna se torna seu maior tormento, quando Robert, por amor, decide partir e deixar Edna e o romance que surgia para trás, visando preservá-la e acabar com esse amor proibido que poderia destruí-la.

O final é trágico e me pegou completamente de surpresa (o que é uma característica da escrita de Chopin, que cria reviravoltas nas últimas linhas de suas histórias, surpreendendo seus leitores).

Esse é um daqueles livros que você precisa de tempo para absorver o impacto. Apesar de ser curto e abordar os assuntos com o que para nossa época pode parecer sutileza, a narrativa de Chopin é de uma profundidade ímpar, contando-nos com franqueza os sentimentos de uma mulher presa às regras da sociedade e sufocada em uma rotina monótona.

Chopin trabalha a subjetividade de Edna e explora duas linhas narrativas que podemos analisar, que refere-se a como Edna age exteriormente e como se sente interiormente.

Apesar do assunto delicado, é impossível não se pegar torcendo pelo romance proibido de Edna e Robert, o que dá um sabor agridoce à leitura, pois ao mesmo tempo que tenho que admitir que Edna e Robert são um casal com muita química e uma paixão bem construída, fica um pouco de culpa, pois o sr. Pontellier é um bom homem que certamente não merecia infidelidade.

E isso me leva a afirmar que esse livro nos divide em duas partes. É impossível ler e tomar apenas um partido.

A abordagem da sociedade da época, que era extremamente mach1sta nos coloca em reflexão e principalmente gera uma admiração sem tamanho por Kate Chopin.

Pesquisando a vida da autora essa história se tornou mil vezes mais arrebatadora para mim. Naquela época, publicar um texto como "O Despertar" era um ato de coragem e rebeldia enorme. Chopin tem minha total admiração.

Nos demais contos ela também aborda outros temas, como rac1smo e gu3rras, e assim como em "O Despertar" traz desfechos trágicos e/ou impressionantes.

Para nós leitores do século XXI talvez esse livro não seja impactante, mas no contexto histórico da época, a sensualidade empregada no texto chocou os leitores e o livro foi alvo de duras críticas (inclusive havia quem achava que Chopin escrevia coisas com base no que ela mesma queria fazer, por isso foi considerada uma autora imoral).

Chopin traz em sua história cenas de beijos, pensamentos sexu4ais e até mesmo nudez. E o final trágico de Edna pode nos levar a refletir que de uma forma ou de outra sua vida estaria acabada, pois a sociedade jamais perdoaria uma esposa infiel. É um final triste, arrebatador, doloroso, mas que deixa muitas marges para interpretação.

Eu poderia falar por horas sobre como esse livro me impactou, mas vou encerrar essa resenha enoooorme por aqui.

Vale ressaltar que "O Despertar" não é livre de falhas. Sua narrativa é lenta, focada no psicológico e em certos momentos pode ficar cansativa. Mas certamente os acertos compensão todas as falhas.

Nina 04/06/2023

O livro traz a história "O despertar" e mais oito contos, todos com personagens femininas em histórias narradas de modo fluido e fácil de acompanhar, tornando a leitura imersiva e envolvente. 

As histórias marcam pela construção impecável, pelos desenvolvimentos inesperados, e algumas pela ousadia das personagens, que certamente não era aceita na época em que foram escritas.

Em "O despertar" conhecemos Edna Pontellier, uma mulher casada e mãe, que deve seguir os costumes e cumprir o papel que a sociedade lhe impõe. Edna também é lembrada de como deve ser grata pelo bom casamento que conquistou e ser feliz com o marido generoso que tem. Mas tudo muda quando ela passa a ter uma nova visão de si mesma e de como não é mais capaz de se acomodar com a máscara que tenta usar para agradar a sociedade.

Um dos pontos fortes do livro é a construção e a evolução dos personagens. Vemos o desenvolvimento de Edna e como sutilmente os pensamentos vão surgindo e passando a mudá-la, o que faz dela uma personagem realista com que o leitor consegue se conectar.

O livro traz críticas às imposições sociais feitas as mulheres, além de reflexões sobre a força e a coragem de transpor barreiras. Sobre intolerância, sobre escolhas. Sobre o que fazemos por nós mesmo e o que fazemos por ser o esperado de nós, sobre felicidade e comodismo, entre outros temas pessoais. E todas as reflexões sempre surgem sutilmente, muito bem entremeadas à vida dos personagens e suas ações.

Além da história "O despertar", acabei favoritando outros dois contos. O primeiro é "O bebê de Desiree", um conto curto, mas que traz forte reflexão sobre preconceitos e erros de julgamentos, e que possui um final surpreendente digno de deixar o leitor pensando mesmo após ter terminado de ler. E o conto "O medalhão", que me fez mergulhar na história em poucas páginas, despertou emoções e, na minha opinião, fechou o livro com chave de ouro.

Recomendo não somente a quem gosta de romances de época, mas a todos que apreciam histórias envolventes, personagens bem construídos e enredos que valem a pena serem acompanhados.

Books da Sue 07/06/2023

Pode acontecer com qualquer uma
Esse livro fala sobre um momento quase mágico em que a mulher descobre que pode ser mais. Quando ela percebe que está aprisionada em um papel que a sociedade e a família espera dela mas que, não necessariamente, ela sonhou para si. É um conto que nos conta a história de Edna, uma mulher frágil, sensível e medrosa. Só que, de repente, diante de alguns acontecimentos, incluindo uma paixão avassaladora e desestruturante, ela desperta - para a vida, para si e para seus dons. Em uma sociedade conservadora, paga o preço por esse despertar e por sua liberdade.

desventuras 13/06/2023

Confesso que tinha curiosidade em conhecer mais da escrita da Kate Chopin e através desse livro consegui fazer isso. Na coletânea publicada pela Principis são apresentados alguns contos da autora, dentre eles o famoso ?O Despertar?, que será o foco da resenha.

Nesse clássico da literatura somos apresentados ao despertar de uma mulher sobre si mesma: suas vontades, seus desejos e sua própria existência. Uma mulher que é esposa e mãe, mas que não consegue ser como as outras, que estão sempre abdicando de si em prol da família. Uma mulher que descobre o amor fora do relacionamento conjugal e passa a se aventurar. De fato ver a personagem questionar seu lugar na sociedade, tentar se libertar dos fardos que sempre são colocados nos ombros das mulheres e descobrir suas próprias vontades é muito interessante.

O que para nós é normal ser abordado em uma história, para a época foi um escândalo. A autora inclusive foi taxada de mórbida, vulgar e obscena pela crítica da época, apagando sua importância para a literatura.

Apesar de ser uma obra de imenso valor e importância, o livro não funcionou para mim. Não consegui segurar um ritmo bom de leitura e me sentir imersa na história. Talvez tenha sido o momento em que comecei a ler ou talvez só não fosse para ser, mas pretendo dar uma nova chance para o livro futuramente.

A edição da Principis está maravilhosa, as cores da capa estão muito lindas, a diagramação está ótima e a tradução muito boa.

vanessa2235 24/06/2023

Indicação de Rory Gilmore
O livro, em si, é um clássico. Estando na lista de leitura de Rory Gilmore ? o que me motivou ainda mais a ler a obra.

Achei o tema interessante, o que me chama mais atenção nesse livro é que o nome, é exatamente do que se trata a história: o despertar de uma mulher para com a sua vida.

Durante o verão, Edna Pontellier aos poucos se desperta para a vida e para os seus desejos mais íntimos, que a sociedade condena

A narrativa é bem densa, mas interessante. Não só da história, mas dos contos também ? que tratam de temas distintos.

Resielly 13/08/2023

O despertar
"O pássaro que quer voar acima da planície da tradição e do preconceito deve ter asas fortes. É um espetáculo triste ver os fracos e feridos, exaustos, revoando de volta a terra"