beatrxste 10/05/2023
O fim do império cognitivo
(leitura acadêmica para seleção de mestrado)
O livro "O fim do império cognitivo" de Boaventura Santos pode ser visto como uma crítica severa à ideia de que há apenas uma forma de conhecimento válido e objeitvo (o eurocêntrico). Para isso, o autor apresenta o conceito de império cognitivo que seria justamente a imposição uma visão singular fundamentada nas concepções eurocentricas de verdade e conhecimento.
Com a finalidade de se contrapor a esse conceito, o autor discorrer acerca da epistemologias do Sul, que correspondem a valorização e ao respeito de todas as formas de conhecimentos já produzidos no mais diversos contextos, tanto geográficos quanto históricos, a exemplo da pedagogia decolonial, das lutas indígenas que ocorreram no continente americo-latino, da teoria do grio decolonial, do movimento zapatista do México, entre outros.
Tudo isso com o fito de superar o império cognitivo e estabelecer uma produção de conhecimento transformador e que potencialize uma visão crítica nos alunos, a qual vem a reconhecer a complexidade do mundo e sua diversidade.
Para tanto, seria necessário que a ciência baseada na neutralidade, na univerisadade e na objetividade seja superada, de mesmo modo com sua limitação que causa a exclução também seja. A partir disso, uma nova ciência fundamentada na pluriversidade, na criticidade e na responsabilidade iria possibilitar que os contextos sociais, culturais e políticos sejam reconhecidos.
Além disso, o autor também vem a pontuar sobre o conhecimento situado que seria um conhecimento produzido em contextos específicos, os quais levam en consideração as relaçÕes de poder e as formas de opressão que nele mesmo existem. Seguindo essa perspectiva, o autor também discorre acerca de como o poder, em determinados contextos (ou em sua maioria), vem a ser utilizado como um meio de legitimação da dominação e exclusão social.
Sendo assim, podemos inferir que o livro defende uma produção de conhecimento que abrace a diversidade cultural e universal, que reconheça sua complexidade e que se liberte da visão hegemônica eurocêntrica da educação.