Tico Menezes 13/10/2024
Tristeza e desolação
O pós-guerra que dilacerou nossos corações com a cena mais impactante de The Walking Dead até o momento é tão triste quanto pensamos.
Rick e Carl se separam do grupo e passam por seu luto sozinhos, em meio a dor, doença e perigos. E o que poderia ser um volume afundado numa tristeza monótona vira uma sequência de momentos pesados, muito bem escritos e conduzidos num roteiro ágil e sensível, que nos presenteia com uma reviravolta que torna todo o arco do luto ainda mais palpável e difícil.
Carl cresce ainda mais como personagem, mas os horrores da guerra e seus efeitos na mente de uma criança continuam sendo explorados com cuidado, sensibilidade e honestidade. A sequência do garoto sozinho por dias é profundamente desoladora. E quando reencontramos outros membros do antigo grupo, a alegria que invade os personagens é também a nossa. A tristeza desse volume não reside só em Rick e Carl, porém. Maggie recebeu a informação de que toda a sua família está morta e sua reação é imprevisível e delicada de se lidar num texto ágil. Mas o roteiro consegue nos aproximar dessa personagem também.
Vale mencionar as ótimas e interessantes adições de Abraham, Rosita e Eugene, que sacodem nosso mundo ao trazer, pela primeira vez, informações sobre as razões do apocalipse. A nova jornada parece ter se tornado muito maior.
The Walking Dead tem essa capacidade de nos envolver a ponto de guiar nossos sentimentos com uma fluidez assustadoramente fácil, nos cativa e nos engole, só permitindo que saiamos ao virar da última página.
Estamos de volta, como Rick e Carl. E prontos para o que vier - talvez não tão prontos, mas empolgados para ver!