spoiler visualizarLaulisa 10/01/2021
O jeito mais preciso de expressar minhas emoções em relação a Time War seria gritar por uma semana inteira, mas isso é um pouco difícil de traduzir em uma resenha, então eu vou tentar de outro jeito.
Quando eu comecei a leitura, esperava gostar. A premissa de romance sáfico com cartas, enemies to lovers e viagem no tempo fez até meus olhos brilharem, sendo uma combinação de várias das minhas coisas literárias favoritas. E, mesmo assim, eu não esperava TUDO ISSO.
É um livro curto, rápido e fluido, ou pelo menos foi pra mim; teve momentos em que largar dele parecia um sacrifício, porque eu só queria continuar devorando as páginas até acabar, ao mesmo tempo em que queria que não acabasse nunca. Foi um pouco difícil entender os termos e me situar no início, mas isso não passou dos primeiros capítulos, e quando engatou eu soube que ia gostar muito mais do que tinha imaginado.
O universo que os autores criaram é imersivo de um jeito impressionante para as poucas páginas do livro, o que é só uma das coisas que eu achei genial sobre ele. Sem muitas explicações, eles conseguem transmitir bem o que queriam, e tornam a visualização daquele mundo muito mais fácil. Na verdade, a escrita em geral é impecável: poética sem ser pedante ou incompreensível. Marquei tantas citações que perdi a conta.
O ponto alto de Time War, porém, é a relação entre a Red e a Blue e como as coisas se desenvolvem entre elas — as provocações entre rivais, que sem que elas sequer percebam se tornam uma amizade, que então evolui progressivamente, passando pelo estágio de uma salvar a vida da outra e, então, elas perceberem que se amam. Um resumo tão conciso não chega perto de exprimir tudo o que elas me fizeram sentir; eu nunca li declarações de amor e descrições de sentimentos tão bem escritas como nesse livro. Eu cheguei a gritar de animação enquanto lia. E perceber como tudo isso se desenrola através das cartas... Quase choro lembrando. As emoções delas, tão bem explicitadas, me deixam emotiva também. Torci por elas, ri com elas, fiquei de coração partido por elas, fiquei de queixo caído por elas, senti tudo o que era possível sentir. Elas foram a minha maior conexão com o livro e, porque eu as amei com todo o meu coração, também amei todo o restante. (A reviravolta perto do final também me deixou de olhos arregalados, mas não tinha como nada me marcar mais do que essas duas.)
Não costumo gostar de finais abertos, mas, roubando a frase da minha parceira de leitura conjunta, o de Time War é cheio de esperança. Pra mim, foi menos um final misterioso do que um final feliz, e eu não resisto a finais felizes. No final das contas, é o que Red e Blue merecem, então é no que eu escolho acreditar.
Pra terminar: depois que acabei de ler, fiquei pelo menos dez minutos de boca aberta, olhando para o teto, pensando e repensando em tudo o que tinha acabado de acontecer, sem conseguir parar, só querendo gritar pra todos o quanto eu gostei de tudo. E acho que isso já diz mais do que eu poderia sonhar em demonstrar aqui.