denis.caldas 17/07/2022Progressismo x RegressismoO livro é assim dividido, além da introdução:
1. A onda conservadora na política brasileira traz o fundamentalismo ao poder? (Joanildo Burity)
2. Donald Trump é fascista? (Alvaro Bianchi e Demian Melo)
3. Os protestos e a crise brasileira. Um inventário inicial das direitas em movimento de 2011 a 2016 (Luciana Tatagiba)
4. Crise, alucinose e mentira: o anticomunismo do nada brasileiro (Tales Ab'Sáber)
5. Antibolivarianismo à brasileira (Yara Frateschi)
6. Deuses do Parlamento: os impedimentos de Dilma (Ronaldo de Almeida)
Os artigos nos trazem um retrato estatístico dos movimentos ditos à direita no Brasil, principalmente desde 2011, com o aumento gradativo da presença de deputados federais e senadores pentecostais, sem entrar (muito) em juízo de valor, embora saibamos que, para os escritores, esse avanço é "um regresso na democracia brasileira". Tirando o artigo do Ab'Sáber, que é mais apaixonado e opinativo do que os outros, todos tentam fazer uma análise fria da situação, que traz o seguinte recado: a Torre de Marfim está preocupada com o aumento da representação demográfica do Brasil no Parlamento.
Interessante que, até mesmo o professor Ab'Sáber assume que o capitalismo é necessário ao Brasil, mas aos moldes do modo como o presidente Lula conduziu a economia, no que o autor chama de "capitalismo de inclusão" contra o capitalismo elitista de exclusão das massas. Acho que ele andou lendo Adam Smith...
Enfim, o que se confirma é que, os denominados conservadores, ou "de direita", estão aumentando a presença na política formal do Brasil, quebrando a hegemonia socialista e representando os anseios da população. Digo isso porque, é romântico pregar o marxismo, mas na realidade toda pessoa, toda família, quer melhorar economicamente de vida, e isso só se dá melhor pelo liberalismo clássico. Todavia, infelizmente, a hegemonia da "esquerda" na academia ainda prevalece, formando uma casta de privilegiados que não querem democratizar a educação e a ciência, como vemos nessa publicação da Unicamp. Tudo que é fora do pensamento marxista é considerado regresso, antiquado, antidemocrático, errado, confundindo propositalmente conservadorismo com a manutenção do status quo da elite, enquanto que, na verdade, conservadorismo é conservar o que dá certo e inovar para realmente progredir; este deveria ser o verdadeiro "progressismo".